Enfrentar dor de cabeça na gravidez traz um dilema. Existe medicamento seguro? Como aliviar esse transtorno sem ele?
Você já parou para pensar que um dos interesses do bebê é o bem-estar da própria mãe? Até porque a boa disposição dela resulta em saúde e bom desenvolvimento para ele. Portanto, é hora de se abrir para sugestões de analgésicos amplamente reconhecidos como seguros.
Mas daí você questiona que alguns remédios podem ser prejudiciais à formação fetal. Saiba, porém, que existem práticas muito simples que espantam a dor e não requerem uso de medicamentos.
Quais remédios contra dor de cabeça na gravidez são seguros?
Durante os primeiros meses de gestação, algumas mulheres experimentam dor de cabeça de maneira esporádica. A explicação mais direta é a dinâmica dos hormônios. Mas também pode ser consequência do aumento do volume de sangue na região do abdome.
Vamos imaginar que uma mulher nunca teve dor de cabeça recorrente. Se ela está grávida e passa a se queixar com frequência da cefaléia, o mais importante é saber se a gravidez tem 20 semanas ou mais.
A explicação está em evidências de que a partir de 20 semanas existe um risco mais alto de aumento da pressão arterial nas grávidas em função do desenvolvimento de pré-eclâmpsia. Quando não tratada, a pré-eclâmpsia pode resultar em parto prematuro.
Portanto, como a dor de cabeça recorrente pode ser sintoma de distúrbios sérios, é muito importante procurar ajuda médica sempre que você não encontrar uma razão imediata para a dor.
Bom, até aqui nossa referência são mulheres que não sofrem de nenhum distúrbio desencadeador de dor de cabeça. Muitas delas se recusam a tomar analgésico por receio de que o mesmo cause prejuízos ao feto. Acontece que na esteira da dor vem mau humor, estado depressivo, falta de apetite, circunstâncias que também não são ideais para o bebê.
A ciência médica acumulou conhecimento ao longo da sua história e hoje se sabe do grau de segurança para grávidas de muitos analgésicos. Atualmente poucos remédios são maléficos para gestantes e bebês. Pesquisadores da Food and Drug Administration (FDA), órgão norte-americano que regulamenta os testes de eficácia e segurança de medicamentos, descrevem que:
Cerca de um em cada 33 bebês nasce a cada ano com má formação congênita; acredita-se que por volta de 2% a 3% desses têm como causa a exposição a medicamentos.
Aqui vamos nos concentrar em dois analgésicos bem conhecidos:
1. Paracetamol
Alguns estudos elegem o paracetamol como o mais confiável para aliviar a dor de cabeça na gravidez. De qualquer forma, é muito importante ficar atento: quando a formulação do remédio for paracetamol associado a outros compostos como cafeína ou codeína, não tome.
2. Aspirina
Em doses baixas (até 100 miligramas por dia), o ácido acetilsalicílico, conhecido também como “aspirina”, não induz complicações para futuras mamães e seus filhos. No entanto, existem restrições à aspirina no que diz respeito ao período da gravidez e a frequência em que pode ser usada.
Como aliviar, sem remédios, a dor de cabeça na gravidez
Você convive com disfunções que não são muito sérias, por exemplo sinusite, rinite alérgica ou um pouco de ansiedade e insônia. Já conversou com seu médico sobre as dores de cabeça temporárias e suportáveis que experimenta. Agora que espera pelo seu filho, quer ficar longe de remédios. Essas sugestões são ideais para você:
- Faça inalação com água quente, focando as laterais do nariz e a testa. O vapor da água ajuda a desobstruir as vias respiratórias.
- Massageie a testa, o nariz e a área em torno das órbitas oculares.
- Mantenha-se hidratada, especialmente com água e bebidas não muito açucaradas.
- Alimente-se a cada três horas e nunca coma em exagero.
- Se a dor vem da tensão nervosa, deite-se em lugar confortável e tranquilo. Sob luz tênue, relaxe o corpo inspirando o ar e soltando-o bem devagar.
- Procure dormir no mínimo oito horas por noite. Prepare o quarto e a cama a fim de que eles te proporcionem tranquilidade e acolhimento.
- Pratique yoga, uma técnica que combina controle da respiração, posicionamento do corpo e meditação.
- Busque serviços de acupuntura, se considerar que estão dentro do seu orçamento. Sem efeitos colaterais, a acupuntura tem sido de grande auxílio no manejo da ansiedade.
Medicamentos que grávidas devem evitar
E as mulheres com problemas como a hipertensão e a enxaqueca, os quais aumentam a chance de que elas experimentem com alta frequência dor de cabeça na gravidez? Elas ficam sem remédios? Não. Esses casos especiais precisam ser monitorados pelo obstetra e as medicações prescritas por profissionais especializados precisam ser mantidas.
A questão aqui é que alguns tipos de analgésicos não devem ser usados por grávidas. Por exemplo, aqueles que contêm codeína na sua composição. Os anti-inflamatórios não esteroidais também, por exemplo o ibuprofeno, não são recomendáveis. O uso deles deve ser feito se for estritamente necessário e sob a prescrição de um médico.
Por que evitar esses remédios? Porque eles têm efeito teratogênico. Significa que carregam o poder de provocar desenvolvimento anormal no feto. Embora muitas pessoas associem desenvolvimento anormal a somente defeitos físicos, elas deveriam saber que os malefícios não param aí.
Pode acontecer também de alguns medicamentos levarem a um funcionamento inadequado de um ou mais órgãos. Ou mesmo resultar em comportamentos alterados na criança, problemas percebidos somente bem mais tarde.
Fontes e referências adicionais
- Headache and pregnancy: a systematic review, The Journal of Headache and Pain, 2017; 18(1): 1-20.
- Headache in Pregnancy, Neurologic Clinics, 2012, 30(3):835-866
- The migraine syndrome in pregnancy, Neurology, 1968, 18(2):197–199