Eletroterapia: para que serve, tipos, contraindicações e benefícios

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A eletroterapia é um procedimento que usa correntes elétricas para aliviar a dor, estimular o crescimento ósseo e muscular, ativar a circulação sanguínea e reparar tecidos.

Os aparelhos de eletroterapia consistem em dispositivos conectados por um fio que tem como fonte de energia uma bateria para emissão da corrente elétrica até o tecido, onde se fixa por meio de adesivos, chamados de eletrodos, que ficam grudados na pele. 

Geralmente, a eletroterapia é indicada em adição a outros tratamentos e ela serve para tratar as seguintes condições:

  • Dores crônicas
  • Regeneração óssea
  • Fibromialgia (dor e fraqueza muscular generalizada)
  • Cicatrização
  • Enxaqueca

Em geral, a estimulação elétrica bloqueia a transmissão de sinais de dor através dos nervos e, também, ativa a liberação de endorfinas, gerando uma sensação analgésica contra a dor. 

Na realização do procedimento, podem ser usadas três tipos de correntes:

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  1. Corrente galvânica, que é uma corrente contínua com a mesma intensidade em todo o tratamento.
  2. Corrente pulsada direta, onde pulsos elétricos são emitidos em um mesmo sentido com intensidades variadas.
  3. Corrente alternada, em que se emitem pulsos em sentidos e intensidades alternadas, sendo considerada a mais segura para a pele, pois gera menos estresse ao tecido.

Tipos de eletroterapia

Mulher na eletroterapia
Há diversos tipos de eletroterapia e cada um deles pode ter diferentes aplicações

1. Estimulação elétrica nervosa transcutânea (TENS)

É o mais utilizado em pacientes que precisam de fisioterapia ou frequentam um consultório quiroprático. Além do uso profissional, também pode ser usado pelo paciente de forma autônoma na sua própria casa. 

Esse aparelho possui um controlador portátil, onde a frequência e os padrões de estimulação da corrente elétrica podem ser adaptados conforme a preferência do usuário. 

Atualmente, existem aparelhos TENS disponíveis para “vestir”, podendo ser amarrados nas pernas, joelhos, ombros ou outra parte do corpo. Isso permite que o usuário utilize o estímulo elétrico em qualquer parte do dia. Em geral, o aparelho deve ser usado em séries de 20 a 40 minutos por, no máximo, 3 vezes ao dia.

O TENS pode ser usado em casos de:

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  • Fibromialgia
  • Torcicolos
  • Neuropatia diabética (dor nos nervos causada pela diabetes)
  • Dor lombar

2. Estimulação por campo eletromagnético pulsado (PEMF)

Promove o crescimento ósseo e melhora o funcionamento celular em processos de cicatrização. Pode ser usada em casa durante uma rotina pós-operatória, através de dispositivos vestíveis. 

É um tipo de tratamento indicado, principalmente, no processo de recuperação de cirurgias nas costas, joelhos e pernas. 

3. Estimulação elétrica nervosa percutânea (PENS)

Consiste na estimulação elétrica através do uso de agulhas na superfície da pele, por isso, essa técnica também pode ser chamada de eletroacupuntura. As microagulhas são ligadas a fios condutores para transmitir corrente elétrica.

O diferencial da técnica utilizando a PENS é que as agulhas direcionam melhor a corrente elétrica até o nervo ou o músculo que se pretende tratar. 

É mais utilizada para tratar casos de neuropatia diabética.

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4. Corrente interferencial (IFC)

É como uma TENS, porém, é uma técnica mais profunda e com uma frequência mais alta de corrente elétrica. É usada para tratar problemas de circulação, diminuir edemas, melhorar espasmos musculares e promover maior amplitude de movimento (mobilidade). 

5. Estimulação elétrica muscular (EMS)

O principal objetivo dessa técnica é estimular o fortalecimento muscular, através de pulsos elétricos que geram a contração do músculo. É semelhante a TENS, no entanto, a corrente elétrica é direcionada aos músculos ao invés dos nervos. 

Frequentemente, é indicada para o tratamento de lesões musculares e condições de saúde onde há um enfraquecimento do músculo, como nas atrofias musculares.

Além disso, treinos de eletroestimulação, usando a EMS, podem ser experimentados por quem pretende atingir a hipertrofia, visto que ajuda a acelerar a construção dos músculos. 

6. Corrente galvânica (GS)

Aplicando uma corrente contínua, essa técnica cria um campo elétrico na área tratada e, assim, consegue alterar a circulação sanguínea. 

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Quando usada para reduzir o fluxo sanguíneo, visa diminuir o processo de inflamação no tecido tratado. Já quando é utilizada para promover um aumento do fluxo sanguíneo, tem como foco melhorar a cicatrização e a renovação tecidual.

É indicada para tratar lesões agudas, acompanhadas de inflamação. 

Contraindicações

A técnica de eletroterapia não deve ser utilizada em áreas da pele com lesões, tumores malignos ou infecções. 

Também não é indicado usar sobre o coração e outros aparelhos elétricos e metálicos, como o marca-passo, pois pode provocar uma arritmia cardíaca. Além disso, não é recomendado o uso por gestantes para não prejudicar a formação do feto.

A aplicação dos eletrodos em partes específicas do corpo, como garganta, olhos ou coluna vertebral, e em pessoas com epilepsia também não é recomendada. 

Benefícios da eletroterapia

A eletroterapia traz os seguintes benefícios para quem faz uso dela:

  • Alivia a dor aguda ou crônica.
  • Não é invasivo e possui poucos efeitos colaterais.
  • Relaxa e fortalece o músculo.
  • Melhora a circulação sanguínea e linfática.
  • Estimula a renovação celular e acelera a cicatrização.
  • Acelera a reconstrução óssea após uma cirurgia.
  • Reduz a inflamação.

Novas aplicações da eletroterapia

Estética
A área da estética também pode fazer uso da eletroterapia

A eletroterapia tem sido inserida em ramos da estética nos últimos anos a fim de propor novas aplicações para a saúde da pele e dos cabelos.

Na área da estética, a eletroterapia usa uma corrente elétrica de baixa intensidade para melhorar a oxigenação, circulação e metabolismo da pele. Os profissionais sugerem que esse procedimento favorece a produção de colágeno e elastina. 

Sendo assim, ela pode auxiliar no combate a estrias, celulite, gordura localizada, linhas de expressão, rugas, manchas escuras e cicatrizes de acne.  

Além da pele, pode ser usada em procedimentos capilares para estimular os folículos capilares, promovendo o crescimento capilar. É uma nova opção de tratamento para quem tem queda excessiva de cabelo.

Fontes e referências adicionais

Qual aplicação da eletroterapia você achou mais interessante? Já precisou usar esse tipo de tratamento? Comente abaixo!

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Sobre Dr. Lucio Pacheco

Dr. Lucio Pacheco é Cirurgião do aparelho digestivo, Cirurgião geral - CRM 597798 RJ/ CBCD. Formou-se em Medicina pela UFRJ em 1994. Em 1996 fez um curso de aperfeiçoamento em transplantes no Hospital Paul Brousse, da Universidade de Paris-Sud, um dos mais especializados na Europa. Concluiu o mestrado em Medicina (Cirurgia Geral) em 2000 e o Doutorado em Medicina (Clinica Médica) pela UFRJ em 2010. Dr. Lucio Pacheco é autor de diversos livros e artigos sobre transplante de fígado. Atualmente é médico-cirurgião, chefe da equipe de transplante hepático do Hospital Copa Star, Hospital Quinta D'Or e do Hospital Copa D'Or. Além disso é diretor médico do Instituto de Transplantes. Suas áreas de atuação principais são: cirurgia geral, oncologia cirúrgica, hepatologia, e transplante de fígado. Para mais informações, entre em contato.

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