Você já se sentiu mal e teve a sua autoestima abalada ao entrar nas redes sociais, ver várias imagens e relatos de pessoas belas, felizes, bem-sucedidas, que não parecem ter qualquer tipo de problema e comparar tudo isso com a sua realidade?
Se isso já pode abalar uma pessoa madura, imagina só como pode afetar os adolescentes e jovens adultos? Assim, uma solução pode ser diminuir o uso das mídias sociais.
Foi o que apontou um estudo publicado em fevereiro no Psychology of Popular Media: a pesquisa indicou que jovens aflitos que reduziram o seu uso de mídias sociais em 50% por algumas semanas tiveram melhorias significativas na sua posição em relação à sua imagem corporal.
Em outras palavras, os pesquisadores identificaram que os jovens que diminuíram o tempo que passavam nas redes sociais se sentiram melhor quanto à sua aparência e peso.
O estudo contou com a participação de estudantes de graduação com idades entre 17 e 25 anos.
Como foi feito o estudo?
Os jovens e adolescentes que participaram do estudo usavam as redes sociais regularmente, durante pelo menos duas horas por dia. Eles também apresentavam sintomas de ansiedade e depressão.
No início da pesquisa, eles responderam a afirmações sobre sua aparência e peso em uma escala de um (nunca) a cinco (sempre). Essas afirmações incluíam frases como “Eu estou muito feliz com a minha aparência”.
Na primeira semana do experimento, os participantes utilizaram as mídias sociais normalmente e tiveram o seu uso rastreado por um programa de tempo de tela. Na segunda semana, metade dos participantes reduziu o uso das redes sociais.
O grupo que restringiu a utilização das redes sociais diminuiu o seu uso diário em aproximadamente 50%, para uma média de 78 minutos por dia até o restante do estudo. O outro grupo continuou a usar as redes sociais e registrou uma média de 188 minutos diários.
Mais uma vez, os participantes responderam a afirmações a respeito da sua aparência e peso. Foi aí que os pesquisadores identificaram que aqueles que restringiram o uso das redes sociais melhoraram de modo significante a maneira como enxergavam sua aparência e peso.
Com a palavra, o pesquisador
Em um comunicado de imprensa, o PhD e autor líder do estudo Gary Goldfield apontou que os jovens estão passando, em média, entre seis a oito horas por dia em frente às telas, boa parte disso nas mídias sociais.
Ao mesmo tempo, a adolescência é um período vulnerável para o desenvolvimento de problemas de imagem corporal, distúrbios alimentares e transtornos mentais, completou Goldfield, que também é pesquisador no Instituto de Pesquisa do Children’s Hospital of Eastern Ontario.
Segundo ele, as mídias sociais podem expor os usuários a centenas ou milhares de imagens todos os dias, como as de celebridades e modelos, o que leva a uma internalização de ideais de beleza inalcançáveis para a maioria das pessoas, resultando em uma insatisfação maior em relação ao peso e forma do corpo.
Diminuir o uso das redes sociais é um método viável para produzir um efeito positivo de curto prazo em relação à imagem corporal entre um grupo vulnerável de usuários e deveria ser avaliado como um possível componente do tratamento de desordens relacionadas à imagem corporal, defendeu o pesquisador.
No entanto, são necessários mais estudos sobre o tema e os pesquisadores estão trabalhando em um estudo adicional com um número maior de pessoas para verificar se os impactos positivos observados na pesquisa serão vistos por um período mais longo. As informações são do Healthline.
Fontes e referências adicionais
- Reducing Social Media Use Improves Appearance and Weight Esteem in Youth With Emotional Distress, Psychology of Popular Media.
Fontes e referências adicionais
- Reducing Social Media Use Improves Appearance and Weight Esteem in Youth With Emotional Distress, Psychology of Popular Media.