A ansiedade se faz presente no dia a dia de praticamente todas as pessoas. Situações específicas como preocupações no trabalho, conflitos familiares ou outros fatores que geram nervosismo podem desencadear sintomas de ansiedade. Abaixo, você vai conferir quais são todos eles.
É normal sentir ansiedade nestes momentos que citamos acima. Porém, quando a ansiedade passa a ser um sentimento constante, pode ser um sinal de alerta.
A sensação de ansiedade e nervosismo pode vir acompanhada de vários outros sintomas. Vamos falar sobre esses sinais e discutir os cuidados que devem ser tomados para que a ansiedade não se torne crônica e não atrapalhe a sua qualidade de vida, além de alertar sobre quando é necessário buscar ajuda profissional.
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Ansiedade
A correria do dia a dia e as inúmeras preocupações podem deixar as pessoas mais ansiosas do que nunca. Tem gente que fica ansioso por causa de uma apresentação em público, devido a uma entrevista de emprego ou por dirigir em horário de pico, por exemplo. As razões variam de acordo com a personalidade de cada um, mas a realidade é que todo mundo se sente ansioso pelo menos de vez em quando.
Na maioria das pessoas, a ansiedade é passageira. Ela surge em momentos de tensão e logo o sentimento desaparece. Mas existem casos em que a ansiedade não vai embora e persiste até mesmo depois de resolver problemas estressantes.
Algumas pessoas se sentem ansiosas até mesmo sem um motivo aparente. Quando a ansiedade atinge um ponto em que há interferência nas atividades de rotina, a ansiedade passa a ser um problema sério e há o risco de a pessoa desenvolver um transtorno de ansiedade que precisa ser tratado com seriedade.
Por que ficamos ansiosos?
Independentemente do motivo, a ansiedade é um mecanismo de defesa do nosso organismo. Toda vez que passamos por uma situação em que sentimos medo, apreensão ou insegurança surge a ansiedade – aquela sensação de preocupação que nos deixa inquietos até que aquela situação seja resolvida. Nem sempre a ameaça é física, a ansiedade também pode surgir quando nos sentimos emocionalmente abalados por causa de um trauma do passado ou de uma situação desconfortável do presente.
Em qualquer um dos casos, quando nosso corpo ou nossa mente se sente ameaçada, vários hormônios são liberados no sangue para que o organismo possa lutar contra essa possível ameaça. Tratam-se de hormônios relacionados ao estresse como o cortisol e a adrenalina, por exemplo.
Esses hormônios permitem que o corpo se prepare para uma situação chamada pelos especialistas de “luta ou fuga”. Ou seja, diante de uma ameaça, o corpo é capaz de lutar contra ela ou fugir. As alterações hormonais geradas fazem com que o corpo economize energia em alguns órgãos para disponibilizar energia para lutar em um momento de necessidade.
Mesmo que não exista uma ameaça real e a sua ansiedade seja apenas por causa de um evento que está para acontecer, por causa de problemas financeiros ou qualquer outra coisa, o organismo entende o seu nervosismo como uma ameaça à vida e libera esses hormônios para te dar energia para se proteger.
Em geral, os níveis de hormônios do estresse aumentam temporariamente, mas sintomas físicos não são observados. Já em casos de ansiedade mais extrema, sintomas físicos além dos emocionais podem ser notados.
Principais sintomas de ansiedade
Os sintomas de ansiedade podem variar muito de pessoa para a pessoa, já que cada corpo responde de um jeito diferente a ela.
O estado de alerta gerado pela ansiedade vai depender da intensidade do seu medo e da sua estabilidade emocional para identificar se aquilo é mesmo uma ameaça ou se você pode contornar a situação sem se estressar muito.
No entanto, nem sempre temos a capacidade de avaliar a situação com frieza e isolar as emoções e aí os sintomas de ansiedade podem surgir. Dentre os mais comuns, podemos destacar os seguintes:
1. Nervosismo
Devido à ação do sistema nervoso simpático, a pessoa ansiosa fica inquieta, tensa e nervosa. Tais sintomas ocorrem porque o cérebro pensa estar em uma situação de perigo e libera esses sinais para preparar o corpo para reagir a uma possível ameaça.
De acordo com estudo de 2000 publicado no periódico científico Journal of Affective Disorders, o corpo passa a desviar o sangue do sistema digestivo para os músculos caso seja necessário fugir ou lutar. Além disso, a frequência cardíaca aumenta e a percepção de sentidos também. Tudo isso gera uma sensação de nervosismo que parece incontrolável.
2. Medo
O mesmo mecanismo desencadeado pelo nervosismo também é causado pelo medo. Quando temos medo intenso de alguma coisa, podemos ficar ansiosos.
Esse medo, porém, é diferente de um medo qualquer. Pessoas ansiosas sentem medo através de uma sensação de perigo, de pavor ou até mesmo de pânico. E, quanto mais elas demoram para se acalmar, mais ansiosas elas ficam, o que acaba gerando uma reação em cadeia até que o controle emocional seja reestabelecido.
3. Fraqueza
A fraqueza ou até mesmo a letargia, estado em que a pessoa fica incapaz de agir ou de demonstrar emoções, é um dos sintomas de ansiedade. Embora possa ter origem em várias outras causas, a fadiga também ocorre em pessoas ansiosas.
Ainda não se sabe o motivo por trás da fraqueza e apenas a fadiga isolada não é suficiente para detectar a ansiedade. Mas se a fadiga for observada após os sintomas de ansiedade ou em conjunto com alguns deles, é possível que o indivíduo sofra de um quadro depressivo, por exemplo. No entanto, um diagnóstico bem detalhado é necessário antes de qualquer afirmação.
4. Sudorese
A sudorese é outro sintoma muito comum de ansiedade. Quem nunca suou frio antes de um evento importante ou quando sentiu medo de algo?
O suor excessivo sem razão aparente, ou seja, aquele que não é causado pelo calor do dia, mas sim por certas situações, é um sintoma clássico de ansiedade.
5. Tremor
Espasmos musculares também podem ser observados em pessoas ansiosas, fazendo com que o indivíduo trema involuntariamente.
Esse sintoma costuma durar poucos minutos e ocorre por causa das mudanças fisiológicas que acontecem durante uma situação de “perigo”. Todo o preparo do organismo para se defender pode estimular demais os músculos e causar alguns espasmos, que geralmente ocorrem nas mãos ou nas pernas.
6. Irritabilidade
Muitas pessoas que sofrem com ansiedade também ficam irritadas com mais facilidade. Conforme dados de um estudo recente que envolveu mais de 6 mil adultos e que foi publicado em 2017 no periódico científico Journal of Nervous and Mental Disease, mais de 90% das pessoas que sofriam de um transtorno de ansiedade generalizada relataram sentimento de irritabilidade alta durante o período de ansiedade.
7. Dificuldade de concentração
A pessoa se sente incapaz de pensar com clareza ou de se concentrar em outras coisas além da sua preocupação e da sua ansiedade. Diversos estudos mostram que a ansiedade dificulta a capacidade de concentração em crianças, adolescentes e adultos.
Porém, esse sintoma também pode ser indício de depressão ou de outros problemas de saúde como o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, por exemplo.
8. Mudança no ritmo cardíaco
A frequência cardíaca pode se tornar acelerada quando uma pessoa está ansiosa demais por causa das mudanças físicas que acontecem no corpo para prepará-lo para uma situação de perigo.
O aumento do ritmo cardíaco evita que o indivíduo fique imóvel, por exemplo, fazendo com que ele tenha possibilidade de partir para a ação sob uma ameaça. O batimento acelerado faz com que o fluxo sanguíneo aumente, o que permite que os músculos tenham mais energia para agir em uma situação de emergência, que é a situação que o nosso corpo acha que estamos passando durante a ansiedade.
9. Alteração no ritmo respiratório
A respiração rápida ou a hiperventilação podem ser sintomas da ansiedade observados em indivíduos com uma crise. Isso também tem a ver com o que foi descrito no item anterior sobre a alteração nos batimentos cardíacos.
Em uma situação de emergência, a respiração também muda para se adequar à necessidade de agir rapidamente com pouca energia, o que pode acabar deixando as pessoas ofegantes.
10. Problemas para dormir
Insônia e outros distúrbios associados ao sono são bastante frequentes em pessoas que sofrem de ansiedade. Os problemas mais comuns são acordar no meio da noite e ter dificuldade para pegar no sono.
Apesar dessa relação da ansiedade com a insônia, ainda não se sabe se a insônia contribui para a ansiedade ou vice-versa. Porém, estudos mostram que ao tratar a ansiedade, a insônia geralmente também melhora.
11. Problemas gastrointestinais
Dificuldades na digestão e problemas como gases, diarreia ou constipação podem ocorrer com frequência quando uma pessoa é ansiosa.
É normal, por exemplo, você sentir um desconforto na barriga quando está ansioso por algum momento ou evento. Isso é frequente em parques de diversão, por exemplo, quando você está prestes a entrar em um brinquedo que gera medo, ou logo antes de apresentar seu trabalho de conclusão de curso.
É comum se sentir assim e se o sintoma passa depois do evento que gerou a ansiedade, não tem problema. No entanto, se o desconforto gastrointestinal persistir ou acontecer com grande frequência, esse é um sinal de alerta.
Crise de ansiedade
Dificilmente todos os sintomas de ansiedade surgem de uma só vez. Mas, quanto mais sintomas você apresentar, maior o risco de sofrer uma crise de ansiedade ou desenvolver um problema mais grave como um transtorno de ansiedade crônico.
Uma crise de ansiedade geralmente é caracterizada por picos repentinos de angústia que devem incluir pelo menos 4 dos sintomas abaixo:
- Suor excessivo;
- Palpitações;
- Sensação de asfixia;
- Falta de ar ou sensação de sufocamento;
- Tremores;
- Dor ou aperto no peito;
- Náuseas;
- Problemas gastrointestinais;
- Tontura;
- Sensação de desmaio;
- Medo de morrer;
- Dormência ou formigamento;
- Sensação de calor ou frio;
- Medo de perder o controle da situação.
- Sensação de despersonalização ou que está fora da realidade.
Ainda que sejam sintomas desesperadores, uma crise de ansiedade geralmente não dura mais do que alguns minutos. Porém, é importante investigar os possíveis gatilhos dessas crises e procurar ajuda de um psicólogo ou psiquiatra para descartar a presença de distúrbios mentais.
Outros sintomas
Tensão muscular, compulsões alimentares e preocupação excessiva também podem ser sintomas de ansiedade que não devem ser ignorados.
Além dos principais sintomas mencionados acima, é possível que o ansioso sinta uma necessidade de evitar possíveis gatilhos que geraram a sua ansiedade. Assim, se ele ficou ansioso por causa de uma conversa com o chefe, por exemplo, ele tentará a todo custo evitar que a situação se repita.
Outros sintomas que podem ocorrer que já são indicativos de transtornos de ansiedade mais sérios incluem:
- Comportamentos repetitivos;
- Ansiedade por causa de um evento ou experiência passada, que pode indicar o transtorno de estresse pós-traumático;
- Obsessões sobre determinadas ideias, podendo sugerir um transtorno obsessivo-compulsivo.
Possíveis causas
Apenas um profissional capacitado é capaz de diagnosticar as possíveis causas da ansiedade. Em alguns casos, a ansiedade pode até mesmo ser um sintoma de outro problema de saúde e não o problema em si. É o caso de problemas na tireoide, doenças cardíacas, distúrbios respiratórios ou síndrome do pânico, por exemplo, que podem causar alguns sintomas semelhantes aos sinais de ansiedade.
O estresse frequente pode deixar os níveis dos hormônios do estresse constantemente elevados. Desta forma, pessoas muito estressadas podem desenvolver ansiedade se não aprenderem a controlar as emoções.
Assim, quando perceber que a ansiedade está além do seu controle e que isso está atrapalhando a sua vida, é essencial buscar acompanhamento psicológico. Isso vai te ajudar a entender o que está acontecendo e identificar traumas e gatilhos que podem estar gerando ansiedade. O psicólogo também será capaz de disponibilizar ferramentas simples para que você consiga aliviar o estresse e a lidar melhor com as preocupações e problemas diários.
Além disso, é importante fazer um check-up com um endócrino e um cardiologista para verificar se existe algum distúrbio na tireoide ou algum problema cardiorrespiratório causando os sintomas de ansiedade. Nesses casos, o tratamento adequado da condição geralmente reduz a ansiedade.
Quadros mais graves e constantes de ansiedade podem indicam transtornos de ansiedade. Cada um deles precisa ser diagnosticado e tratado por um profissional habilitado. Exemplos de transtornos de ansiedade incluem: agorafobia, transtorno de ansiedade generalizada, síndrome do pânico, transtorno obsessivo-compulsivo, mutismo seletivo, transtorno de estresse pós-traumático, fobias e transtorno de ansiedade de separação.
Especialistas também acreditam que transtornos de ansiedade podes ter relação com a genética e com experiências traumáticas da vida. A ansiedade também pode ser um sintoma de outras condições de saúde mental como o transtorno bipolar ou a depressão.
Cuidados e dicas
A ansiedade passageira não é preocupante, mas é importante ficar atento para não se estressar por qualquer coisa e para saber identificar quando a ansiedade se torna mais frequente ou sem motivo.
Ao perceber que a ansiedade está prejudicando algum aspecto da sua vida, é hora de buscar uma terapia para aprender a lidar e a controlar melhor suas emoções. Se o problema estiver mais avançado, pode ser preciso intervir com medicamentos para reduzir a ansiedade, mas isso só pode ser avaliado por um médico psiquiatra atuando em conjunto com um psicólogo.
A maioria das pessoas se dá bem com alterações no estilo de vida que propiciam uma sensação de bem-estar aliadas com a terapia. É fundamental reconhecer que precisa de ajuda e adotar hábitos saudáveis para aprender a controlar a ansiedade e não deixar que ocorra o contrário – que a ansiedade te controle.
Algumas dicas e cuidados diários que ajudam a reduzir a ansiedade e o estresse são as seguintes:
– Praticar exercícios físicos
Fazer exercícios físicos com consistência é essencial para diminuir a ansiedade e o estresse. O importante é se movimentar não só quando a ansiedade está mais forte, mas sim diariamente para que isso se torne um hábito e para que os benefícios da atividade física sejam permanentes.
Se você não está acostumado com atividades físicas, uma simples caminhada diária em um ritmo moderado já fará você se sentir bem melhor. Conforme for se acostumando, inclua uma corrida leve ou outras atividades na sua rotina de exercícios.
No caso de limitações físicas ou outros problemas de saúde, consulte um médico antes de iniciar a prática de atividade física.
– Evitar o uso de álcool e substâncias ilícitas
O consumo de álcool ou drogas pode aumentar a ansiedade. Assim, o ideal é ficar longe dessas substâncias para evitar sintomas desagradáveis.
– Dormir bem
O sono é indispensável para que o corpo se recupere do dia anterior. A falta de sono pode piorar a inquietação e a ansiedade. Dessa forma, se você apresenta problemas para dormir, tente técnicas de relaxamento para dormir ou modifique seus horários de sono para descansar mais.
– Usar técnicas de relaxamento e de gerenciamento de estresse
Meditar, praticar yoga, tomar um banho relaxante, brincar com seu animal de estimação, tudo isso ajuda a acalmar a mente e a gerenciar melhor o estresse.
– Alimentar-se bem
A dieta tem um papel crucial em todos os aspectos da nossa vida. A má alimentação resulta em deficiência de nutrientes importantes para o metabolismo. Como resultado, surgem as doenças. É essencial ter uma dieta variada e saudável que inclua alimentos naturais e nutritivos como vegetais, frutas, cereais integrais e boas fontes de proteína.
Saiba mais sobre uma dieta para ansiedade em detalhes.
– Parar de fumar e reduzir o consumo de cafeína
Tanto a nicotina presente no cigarro como a cafeína encontrada em diversas bebidas como café, chá e bebidas energéticas podem aumentar a ansiedade. Se você já se sente ansioso com facilidade, é uma boa decisão evitar a ingestão de cafeína em excesso.
O mais importante de tudo é entender que a ansiedade não te define. Embora pareça uma situação em que você está fora do controle das suas emoções, é possível contorná-la e adotar um estilo de vida mais saudável e com menos estresse.
Tente enxergar os problemas como uma forma de superar obstáculos e de crescer na vida. Busque o autoconhecimento, reconhecendo os seus limites e entendendo suas emoções e elaborando estratégias inteligentes e viáveis para superá-los. Conhecer-se e aprender a lidar com si mesmo é uma ferramenta incrível no controle da ansiedade.
Além disso, não deixe de seguir seu tratamento e nunca perca a consistência nos hábitos saudáveis. Deslizes acontecem, mas faça com que a maioria dos seus dias seja repleta de boas decisões e bons hábitos.
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Fontes e Referências Adicionais:
- https://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/anxiety/symptoms-causes/syc-20350961
- https://www.mind.org.uk/information-support/types-of-mental-health-problems/anxiety-and-panic-attacks/anxiety-symptoms/#.XHmCbIhKjIU
- https://www.nhs.uk/conditions/generalised-anxiety-disorder/symptoms/
- https://www.webmd.com/anxiety-panic/guide/anxiety-disorders
- https://www.healthdirect.gov.au/anxiety-symptoms
Sofro com ansiedade desde criança e se potencializou na adolescência, viver a maioria do tempo ansiosa é um inferno ?.