No domingo (27/08), o apresentador de televisão Faustão passou por uma cirurgia de transplante cardíaco, pela qual aguardava desde o início deste mês. Apesar da sensação de alívio diante do procedimento bem-sucedido, esse marco representa apenas uma das fases da recuperação.
O processo seguinte ao procedimento pode ser lento. A recuperação varia de acordo com as particularidades de cada paciente, mas é comum que envolva semanas de hospitalização e reabilitação, explicou o cardiologista Roberto Kalil, presidente do Conselho do Incor e diretor de Cardiologia do Hospital Sírio-Libanês ao Metrópoles.
Além disso, a rotina pós-transplante conta com a inclusão de medicamentos com o objetivo de evitar a rejeição do órgão transplantado, acrescentou o especialista.
A permanência hospitalar após o procedimento abrange um período considerável de semanas, destinado à condução de exames para avaliar a aceitação do novo coração por parte do organismo.
A compatibilidade antecipadamente prevista, baseada em fatores como tipo sanguíneo, idade e estatura, não é imediata. Ela depende de alterações na dieta, administração de medicamentos e sessões de fisioterapia com o objetivo de acostumar o corpo ao novo órgão.
O ponto crucial do tratamento reside na definição da dosagem adequada de imunossupressores, medicamentos que reduzem a atividade do sistema imunológico do paciente.
Principalmente nos primeiros dias após o transplante, o corpo não reconhece o novo órgão e tenta atacá-lo, o que pode causar infecções graves e até comprometer a viabilidade do procedimento.
Mesmo em longo prazo, todo paciente que passou por um transplante cardíaco necessita de avaliação constante e deve estar sempre atento aos sinais que indicam uma possível rejeição do organismo ao novo coração.
De maneira intrigante, esses sintomas se assemelham aos da insuficiência cardíaca, que motivou o apresentador a se submeter ao transplante: dor no peito, falta de ar e inchaço nas pernas.
Mas, o cirurgião cardiovascular e torácico Paulo Pego Fernandes assegurou ao Metrópoles que, em geral, o novo coração tem a capacidade de proporcionar uma qualidade de vida normal ao paciente.
No longo prazo, a gestão do pós-transplante se fundamenta basicamente na administração adequada de imunossupressores e em um controle clínico meticuloso e periódico, porém, o paciente poderá seguir com a sua vida normal, completou. As informações são do Metrópoles.