O influenciador digital de 27 anos, Brendo Yan da Silva, faleceu após sofrer uma reação alérgica a um bolinho de camarão. Ele, que também trabalhava como assistente administrativo e morava em Natal – RN, chegou a ser socorrido e internado, mas não resistiu e teve a morte cerebral confirmada na quarta-feira, 26 de abril.
As informações sobre o ocorrido foram confirmadas pela esposa de Brendo, Victória Figueiredo, com quem ele estava casado há um ano.
Segundo Victória, ela e o marido ganharam bolinhos de macaxeira de um vizinho, que não sabia que Brendo tinha alergia e não avisou que o recheio era de camarão. O casal também não perguntou o que havia no recheio do bolinho.
Victória contou que eles estavam em uma chamada de vídeo com a sua mãe, até que o marido deu tchau e saiu da ligação. Quando ela desligou, o influencer já tinha começado a comer o bolinho. Victória perguntou o que havia no recheio e o esposo disse que era frango.
Ela achou que tinha cheiro de peixe, no entanto, contou que não tinha gosto e nem cheiro de camarão e que estava bem desfiado.
A esposa de Brendo ainda contou que logo após comer, ele começou a passar mal e tomou um antialérgico em casa. Além disso, ela correu para pedir ajuda aos vizinhos e o influencer foi levado ao pronto-socorro. Na unidade, ele sofreu uma parada e teve que ser reanimado.
Desde o sábado, 22 de abril, ele ficou entubado em uma UTI. No domingo, dia 23, Brendo foi transferido para o Hospital Memorial. Entretanto, tomografias confirmaram a morte encefálica do influencer e a repetição dos exames, conforme determina o protocolo, confirmou o óbito. As informações são do G1.
A alergia a camarão
Uma alergia alimentar é uma resposta exagerada do sistema de defesa do corpo a alguma substância. O que acontece é que o sistema imunológico confunde um alimento específico com invasores e produz anticorpos contra ele.
Os anticorpos tentam destruir a substância inofensiva que foi erroneamente reconhecida como invasora. Quando a pessoa que possui alergia faz novos contatos com os agentes que dispararam essa resposta, os anticorpos reconhecem a substância e a atacam. Essa resposta do organismo é o que pode resultar em uma série de reações.
Qualquer alimento pode provocar uma reação alérgica, mas no Brasil, a lista dos que mais causam o problema inclui o leite e o camarão. A alergia alimentar geralmente começa na infância, porém pode ocorrer em qualquer idade.
Há mais de um tipo de alergia a camarão: uma é causada pela proteína do camarão e outra pelo conservante usado no congelamento. No caso da alergia à proteína, há grandes chances que o paciente também tenha alergia a outros frutos do mar.
Sintomas
Para ser capaz de identificar os primeiros sintomas da alergia a camarão é preciso conhecer a lista de sinais que ela pode provocar. Entre eles, estão:
- Coceira
- Inchaço em algumas regiões do rosto, especialmente os lábios, os olhos e a língua
- Placas vermelhas na pele
- Sensação de bolo na garganta (edema de glote)
- Falta de ar
- Náusea
- Vômito
- Dor abdominal
- Tontura
- Desmaio
Além disso, reações alérgicas também podem incluir diarreias, convulsões, choque anafilático e até mesmo a morte.
Choque anafilático
O choque anafilático é uma reação alérgica extrema, que deve ser tratada imediatamente no hospital, pois pode levar à morte. Ela acontece poucos segundos ou minutos após a pessoa entrar em contato com a substância que provoca a alergia, neste caso, o camarão.
Os sintomas do choque incluem:
- Dificuldade para respirar com chiado
- Coceira e vermelhidão na pele
- Inchaço na boca, olhos e nariz
- Sensação de bola na garganta
- Dor abdominal
- Náuseas
- Vômitos
- Suor intenso
- Tontura e sensação de desmaio
- Confusão e desmaio
No choque, a pessoa também tem uma queda de pressão arterial significativa.
O que fazer
Ao presenciar uma crise alérgica a camarão com falta de ar é fundamental ligar imediatamente para o serviço de emergência e chamar uma ambulância, mesmo que ache que a pessoa não teve contato com a substância a qual ela é alérgica ou que não se trata de algo tão sério.
Recomenda-se também deitar a pessoa com as costas no chão, virando-a de lado para que não sufoque caso comece a vomitar, e afrouxar as roupas apertadas. Caso a respiração pare, a orientação é iniciar a massagem cardíaca até que a ajuda médica chegue. Se não souber como fazer isso ou tiver qualquer dúvida, peça instruções ao serviço de emergência.
Quem já sabe que tem alergia a camarão provavelmente anda com uma injeção de epinefrina na forma de caneta. Caso encontre a caneta, recomenda-se aplicar o mais rápido possível nas coxas ou no braço da pessoa que está sofrendo a crise alérgica.
Ainda que haja uma dificuldade para respirar, não se deve furar a garganta da pessoa, pois ao fazer isso corre-se um grande risco de causar lesões nas estruturas internas da garganta.
Já se a pessoa não tiver falta de ar, porém apresentar outros sintomas de alergia, como o rosto inchado ou avermelhado, recomenda-se usar um antialérgico, como cetirizina ou desloratadina, para evitar a progressão dos sintomas e o surgimento da dificuldade para respirar.
Entretanto, mesmo nesses casos é importante procurar a ajuda imediata de um serviço de emergência médica, especialmente se não houver um antialérgico por perto. As informações são do G1, da Alergoclínica e do Tua Saúde.
Aproveite para saber mais sobre os primeiros socorros, prevenção e tratamento indicados para um caso de choque anafilático.