Não é novidade para ninguém que o câncer é uma doença devastadora, que envolve tratamentos dolorosos. Tanto que muitos procuram seguir um estilo de vida saudável e seguem uma dieta balanceada com alimentos que podem prevenir o câncer e sem alimentos cancerígenos para, entre outros motivos, diminuir as suas chances de desenvolver a doença futuramente.
Entretanto, uma notícia recente pode aumentar as esperanças de que um dia o tratamento do câncer de mama possa se tornar menos penoso: pesquisadores do Instituto de Química de São Carlos (IQSC) da Universidade de São Paulo (USP) desenvolveram uma substância à base de aminoácidos quimicamente modificados que gerou resultados promissores na procura por um tratamento menos agressivo para o câncer que atinge a mama.
O composto em questão foi misturado com a Doxorrubicina, que é uma das substâncias quimioterápicas utilizadas para combater a doença, e fez com que ela tivesse 95% da sua concentração reduzida, porém, sem modificar a sua eficácia.
De acordo com o orientador do estudo e professor do IQSC Andrei Leitão, ao diminuir a concentração da Doxorrubicina é possível evitar o aparecimento de reações adversas como perda de cabelo, náuseas, redução de peso, problemas cardíacados, entre outros problemas que podem obrigar o paciente a tomar outros medicamentos para controlar esses efeitos colaterais.
A possibilidade de utilizar de fármacos como a Doxorrubicina em menores concentrações pode ainda baratear o custo do tratamento do câncer de mama, tornando-o acessível a um número mais elevado de pacientes.
Ao todo, a pesquisa demorou dois anos para ser concluída e envolveu testes in vitro com células humanas cancerígenas. O experimento apontou ainda que o novo composto misturado ao quimioterápico apresenta potencial para frear que o câncer se espalhe para outras regiões do organismo, o que é conhecido como metástase.
Os pesquisadores também observaram que o composto combinado da substância à base de aminoácidos quimicamente modificados e Doxorrubicina se comportou atacando principalmente as células cancerosas e preservando as células saudáveis.
Por mais promissor que os resultados da pesquisa pareçam ser, quando se trata de ciência é necessário ter paciência e aguardar até que a eficácia e segurança sejam comprovadas. Por isso, o próximo passo dos pesquisadores é realizar testes com o novo composto em animais.
Então, se os resultados observados nos testes in vitro se confirmarem nas etapas posteriores da pesquisa, inclusive em testes realizados em seres humanos, o tratamento poderá estar disponibilizado no mercado dentro de alguns anos. As informações são do Jornal da USP.