Sofrer uma crise de asma ou presenciar um amigo, familiar ou colega do trabalho ter um ataque do tipo pode ser um tanto quanto assustador e deixar qualquer um sem saber o que fazer. É por isso que é tão importante conhecer o que fazer durante uma crise de asma.
Inclusive, para compreender melhor uma crise de asma e saber o que fazer quando tiver uma, é importante saber quais são os sintoams da asma para ficar atento.
Sobre a asma
Embora a asma seja uma doença que não tenha cura, os seus sintomas podem ser controlados. Ela é caracterizada pelo estreitamento, inchaço e produção de muco extra nas vias respiratórias, o que pode resultar em dificuldades para respirar, além de desencadear sintomas como tosse e sibilo (chiado no peito), que pioram quando a pessoa contraiu um vírus respiratório como no resfriado ou gripe.
Os sinais da doença variam de pessoa para pessoa, porém, ao lado dos mencionados acima, podem incluir aperto ou dor no peito e dificuldades para dormir, provocadas pelos problemas para respirar, tosse e chiado no peito.
Quando os sintomas da asma são mais regulares e incômodos, a dificuldade de respiração aumenta e há a necessidade de usar um inalador para alívio rápido com maior frequência, tem-se indícios de que a condição está se agravando.
Ter um familiar de sangue como pais ou irmãos com asma, sofrer com outra doença alérgica como dermatite atópica ou rinite alérgica, estar acima do peso, fumar, ser exposto ao tabagismo passivo, gases de escape (da queima de combustível) ou outros tipos de poluição e a exposição a substâncias químicas empregadas na agricultura, nos salões de cabeleireiros ou nas fábricas são fatores que elevam as chances de desenvolver asma.
As informações são da Mayo Clinic, organização da área de serviços médicos e pesquisas médico-hospitalares dos Estados Unidos.
E então, o que fazer durante uma crise de asma?
Durante um ataque ou crise de asma, as vias respiratórias ficam inchadas e inflamadas, os músculos ao redor dessas vias contraem e ocorre a produção de muco extra, fazendo com que os tubos respiratórios (bronquiais) se estreitem, descreveu a Mayo Clinic.
Os sintomas de uma crise de asma podem incluir uma dificuldade severa de respiração, dor no peito, aperto no peito, chiado no peito, tosse, pico de fluxo expiratório (PFE) baixo na leitura do aparelho medidor de PFE e sinais que não melhoram com o uso de um inalador de ação rápida.
Entretanto, como os sintomas da crise de asma podem variar de pessoa para pessoa, a partir do momento em que for diagnosticado com a condição, o paciente precisa contar com o acompanhamento médico para identificar os sinais particulares do seu corpo que indicam uma piora no seu quadro da doença e saber o que fazer quando eles ocorrerem.
Este acompanhamento com o médico é fundamental porque permite receber do profissional um plano de ação com o que deve ser feito quando uma crise de asma se aproximar. Mas o que será que esse plano pode incluir?
O primeiro passo é avisar às pessoas que estão por perto que você pode sofrer um ataque de asma quando os sintomas da crise começarem a surgir. Já se alguém que está perto de você experimentar um ataque asmático, a primeira ação que deve ser tomada é a de tentar tranquilizar a pessoa e colocá-la em uma posição confortável.
Uma vez que os sintomas estiverem em ação, geralmente recomenda-se dar entre duas a quatro assopradas no inalador de ação rápida ou usar um nebulizador, segundo a Academia Americana de Médicos de Família. No entanto, o paciente deve utilizar o inalador ou nebulizador sempre de acordo com as instruções específicas passadas pelo médico para o seu caso em particular.
Veja como funciona a nebulização, tipos e dicas de uso para já se adiantar nisso.
O uso do aparelho serve para levar medicamentos próprios para expandir as vias respiratórios como o albuterol (salbutamol) aos pulmões, explicou a Mayo Clinic. Depois de 20 minutos, o paciente pode repetir o tratamento mais uma vez, se necessário. Entretanto, se ele continuar a ter chiado no peito ou falta de ar, deverá recorrer imediatamente ao médico ou a um serviço de pronto atendimento.
Ter um aparelho medidor de PFE também ajuda a identificar a seriedade de uma crise de asma: conforme a Academia Americana de Médicos de Família, se o índice no equipamento for muito baixo após fazer o tratamento caseiro com o inalador ou nebulizador, isso significa que o ataque asmático é grave.
Mas o aparelho medidor de PFE pode ser usado antes mesmo do tratamento com o inalador ou nebulizador – de acordo com a Mayo Clinic, quando a leitura no aparelho corresponder a 51% a 79% do melhor índice pessoal do paciente, isso é sinal de que ele realmente precisa usar as medicações de ação rápida indicadas pelo médico.
Na presença de sintomas de uma crise de asma grave como dificuldade para falar em decorrência de estar com muita falta de ar, a orientação é usar o medicamento de ação rápida indicado previamente pelo médico e procurar imediatamente o auxílio médico ou o serviço de pronto atendimento.
E quando a pessoa que estiver tendo uma crise de asma não tiver nenhum inalador ou nebulizador por perto? Nesse caso, o jeito é encaminhá-la urgentemente à emergência médica. Para não correr riscos, o paciente que sofrem com asma deve sempre carregar o seu inalador a tiracolo.
Uma vez na emergência
Os medicamentos utilizados pelo médico para tratar um paciente que recorreu ao serviço emergencial por conta de uma crise de asma em curso podem incluir beta-agonistas de ação curta como albuterol (salbutamol), corticosteroides orais e ipratrópio (usado como broncodilatador).
Caso o ataque asmático seja potencialmente fatal, o médico pode decidir fazer um procedimento de intubação para ajudar o paciente a respirar enquanto são administrados os remédios para colocar a asma sob controle.
Depois da melhora dos sintomas, o médico pode determinar que o paciente permaneça no hospital por algumas horas ou mais tempo para se certificar de que ele não terá outra crise de asma.
Quando o profissional entender que a asma está devidamente controlada, o paciente será liberado para ir embora e deverá receber orientações acerca do que fazer caso sofra um novo ataque.
Por outro lado, se os sintomas da asma não melhorarem mesmo depois do tratamento na emergência, o paciente poderá ser internado para receber medicação de hora em hora. Se ele experimentar sintomas severos de asma, poderá precisar respirar oxigênio por meio de uma máscara.
Em alguns casos, uma crise severa e persistente de asma também pode exigir que o paciente seja levado a uma unidade de terapia intensiva (UTI).
É possível prevenir uma crise de asma
Em um esforço conjunto com o médico, um paciente asmático pode prevenir o desenvolvimento das crises da condição. As ações que contribuem para evitar o problema incluem:
- Seguir corretamente o plano de ação prescrito pelo médico;
- Vacinar-se contra gripe e pneumonia;
- Identificar quais são os elementos que disparam a asma e evitá-los – alguns exemplos incluem pólen, mofo, ar frio e poluição do ar, por exemplo;
- Tomar os medicamentos conforme a orientação médica, mesmo quando os sintomas aparentemente melhorarem;
- Sempre levar os remédios a tiracolo para uma consulta médica, de modo que o médico possa checar se eles estão sendo usadas adequadamente;
- Prestar atenção à frequência do uso do inalador de ação rápida – quando o paciente recorre regularmente ao aparelho, isso significa que a sua asma não está sob controle. Quando isso acontecer, é necessário conversar com o médico a respeito da necessidade de ajustar o tratamento.
Atenção
Os passos para lidar com uma crise de asma descritos neste artigo possuem caráter exclusivamente informativo. A asma é uma doença séria e o paciente que for diagnosticado com ela precisa obrigatoriamente contar com o acompanhamento médico e seguir as orientações do profissional para lidar com as crises da condição.
Obedecer aos cuidados instruídos pelo médico e aos hábitos que forem recomendados pelo profissional vai agregar muito na qualidade de vida do paciente. Tenha em mente que este artigo serve unicamente para informar e jamais pode substituir as orientações profissionais e qualificadas de um médico.
Referências Adicionais:
- https://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/asthma/symptoms-causes/syc-20369653
- https://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/asthma-attack/symptoms-causes/syc-20354268
- https://www.aafp.org/afp/1998/0701/p109.html