O aspartame, um adoçante utilizado em versões diet e sem açúcar de alimentos, tem sido objeto de discussão em relação à sua segurança e possível associação com o câncer.
Recentemente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou o aspartame como “possivelmente” causador de câncer, o que gerou preocupações e questionamentos sobre o seu consumo. Mas, a instituição não mudou a sua recomendação sobre a quantidade do adoçante que as pessoas podem ingerir.
Revisão da OMS e interpretação dos resultados
Milhares de estudos científicos foram revisados por dois grupos de especialistas da OMS. No entanto, é importante compreender o que quer dizer a classificação “possivelmente cancerígeno” dada ao aspartame.
Afinal, essa designação pode causar medo e confusão. Porém, ela apenas significa que as evidências disponíveis sobre o tema não são convincentes.
Classificações da OMS quanto ao risco de câncer
O primeiro grupo a avaliar as evidências foram os especialistas em câncer da OMS: a Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer. A entidade trabalha com quatro classificações que agrupam diferentes substâncias em relação ao risco de câncer.
1. Causa câncer: cigarro, sol, álcool e radiação.
2. Provavelmente causa câncer: frituras, carne vermelha, trabalho noturno e inseticida DDT.
3. Possivelmente causa câncer: aspartame, fumaça de carros, chumbo e trabalhar como cabeleireiro.
4. Não há evidências: café, paracetamol, mercúrio e petróleo.
Em grande parte, o aspartame entrou na categoria “possivelmente cancerígena” devido a três estudos que sugeriram que pode haver uma ligação com um tipo de câncer de fígado. Porém, o termo “possivelmente” se refere somente à força das evidências científicas. Se elas fossem fortes, ele estaria em uma categoria acima.
Segundo Mary Schubauer-Berigan, da Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer, as evidências não eram de qualidade alta o suficiente ou convincentes o suficiente. Ela também apontou que isso é mais um apelo à comunidade de pesquisa para que o adoçante seja mais estudado.
Limites seguros
A Organização Mundial da Saúde e o Comitê Conjunto de Especialistas em Aditivos Alimentares da Organização para Agricultura e Alimentação são responsáveis por elaborar doses seguras.
A instituição avaliou os riscos de câncer e outros aspectos, como doenças cardíacas e diabetes do tipo 2, mas não encontrou motivos o suficiente para modificar a referência que perdura desde 1981. Com isso, os limites de aspartame considerados seguros permanecem em 40 miligramas por quilo do peso corporal, por dia.
Entretanto, é importante observar que esse valor não é uma recomendação, mas sim um limite máximo de segurança.
O conselho do diretor do departamento de nutrição e segurança alimentar da OMS, Francesco Branca, é que as pessoas tenham uma dieta menos doce, cortando açúcar e adoçantes, e que as companhias produzam alimentos menos doces, porém saborosos.
De acordo com ele, há evidências de que os adoçantes não auxiliam as pessoas a perder peso. As informações são do G1.