Ninguém gosta de ter pesadelos durante a noite, ainda mais quando ficamos sabendo que eles podem ter algum tipo de relação com a demência.
Entretanto, não se trata dos pesadelos que aparecem devido a um problema pontual, um acontecimento trágico ou à incerteza frente à doença de um ente querido.
A referência é aos pesadelos que se repetem pelo menos uma vez por semana: os pesadelos que estão se tornando corriqueiros podem sugerir que é preciso buscar ajuda médica para examinar o seu risco de demência.
O que chamou a atenção para o assunto foi o estudo de 2022 “Distressing dreams, cognitive decline, and risk of dementia: A prospective study of three population-based cohorts (Sonhos angustiantes, declínio cognitivo, e risco de demência: Um estudo prospectivo de três coortes de base populacional, tradução livre).
Conforme apontou o autor do estudo, o Dr. Abidemi Otaiku, do Departamento de Neurologia do Birmingham City Hospital no Reino Unido, “sonhos angustiantes estão associados a um declínio cognitivo mais rápido e ao aumento do risco de demência em pessoas com doença de Parkinson”.
Como o estudo foi feito
A pesquisa avaliou o risco cognitivo em 605 adultos de meia-idade do estudo “Midlife in the United States” (Meia-idade nos Estados Unidos, tradução livre, MIDUS, sigla em inglês).
Essas pessoas tinham entre 44 e 57 anos. Além disso, na época que o estudo começou elas eram cognitivamente normais e foram acompanhadas por um período máximo de 13 anos.
Esse acompanhamento do declínio cognitivo dos participantes foi feito através de vários testes e foi definida uma taxa anual de declínio da função cognitiva global.
Já o risco de ocorrência de demência por todas as causas foi avaliado em 2600 adultos idosos com idade entre 81 a 84 anos, agrupados em dois estudos sobre fraturas osteoporóticas. Eles não tinham demência no início dos estudos e houve um acompanhamento por um período máximo de sete anos.
Em cada um dos campos investigados foi avaliada a frequência de sonhos angustiantes ou pesadelos por um período de 10 anos, entre 2002 a 2012. Para isso, foi utilizado o Índice de Qualidade do Sono de Pittsburgh.
A partir dos resultados afirmou-se que existe uma frequência maior de sonhos angustiantes associados, por um lado, a pessoas de meia-idade com um risco superior de declínio cognitivo e, por outro lado, a pessoas idosas com um maior risco de incidência de demência de todas as causas e especialmente entre os homens.
Quando as respostas foram comparadas, os adultos de meia-idade que relataram que tinham pesadelos semanalmente registraram um risco quatro vezes maior de experimentar declínio cognitivo do que os que afirmaram não ter tais pesadelos. Já entre os idosos, a diferença no risco de demência foi de 2,2 vezes.
Para o autor do estudo, o Dr. Abidemi Otaiku, “os resultados (da pesquisa) podem ajudar a identificar os indivíduos que têm risco de demência e poderiam facilitar as estratégias de prevenção precoce”. As informações são do Uppers.
Fontes e referências adicionais
Fontes e referências adicionais
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