Quando escutamos a palavra tumor, como nos casos dos tumores de hipófise, é comum sentirmos medo e nos desesperamos.
Esse medo vem do fato de que a primeira coisa que nos vem à mente quando pensamos em um tumor é justamente o câncer. Mas, como veremos a seguir, esse nem sempre é o caso, principalmente quando falamos da hipófise.
Então, vamos agora conhecer este pequeno órgão, sua influência em nosso organismo e os tipos de tumores que podem atingir esta glândula.
Veja também: Tumor cerebral: o que é, sintomas, tipos, tratamento e possíveis sequelas
O que é um tumor na hipófise?
De forma geral, um tumor é um crescimento anormal de células, que pode ocorrer em qualquer parte do corpo, como órgãos, pele e ossos.
No entanto, a presença de um tumor não quer dizer necessariamente que a pessoa tenha um câncer na hipófise, já que existem tumores benignos, que normalmente não causam preocupação, e malignos (esses sim, são cancerígenos).
Desta forma, um tumor na hipófise é um crescimento anormal de células neste órgão, e que pode ser maligno, chamado de câncer, ou benigno.
Mas o que é exatamente a hipófise?
A hipófise ou pituitária é uma glândula importantíssima localizada no cérebro, e que produz uma série de hormônios que controlam praticamente todo o nosso metabolismo. Entre os hormônios hipofisários estão:
- Prolactina, que estimula a produção de leite pelas glândulas mamárias
- Hormônio adrenocorticotrófico, ou ACTH, que atua nas glândulas suprarrenais e afeta a produção do cortisol
- Hormônio do crescimento, ou GH, que, como o próprio nome diz, controla o crescimento do corpo
- Hormônio estimulador da tireoide, ou TSH, que controla o funcionamento da glândula tireoide
- Hormônio luteinizante, que participa do ciclo menstrual
Então, como podemos perceber, a hipófise é uma glândula que participa do controle de uma série de processos em nosso organismo, e qualquer coisa que atinja esse pequeno órgão, como um tumor, merece atenção.
Tipos de tumores na hipófise
Diferentemente do que imaginamos, o tumor na hipófise não é uma doença única, ou seja, existem diferentes tipos de tumor que podem surgir nesse pequeno órgão.
Assim, podemos classificar os tumores na hipófise em dois tipos principais: tumores funcionais e tumores não funcionais.
- Tumores hipofisários funcionais: Esse tipo de tumor tem como característica principal a produção de hormônios, e justamente por isso causam seus sintomas hormonais mais reconhecíveis
- Tumores hipofisários não funcionais: Já este tipo de tumor, em geral, não produz hormônios, mas podem crescer e comprimir estruturas próximas, causando sintomas neurológicos
Sintomas de tumor na hipófise
Os sintomas de um tumor na hipófise podem variar bastante, dependendo do tamanho, tipo e área exata afetada pelo tumor. Além disso, o tipo de hormônio produzido pelo tumor também vai influenciar nos sintomas apresentados.
Alguns dos sintomas mais comuns podem incluir:
- Alterações menstruais
- Galactorreia, ou a produção de leite nas mamas, podendo ocorrer tanto em homens quanto em mulheres
- Mudanças na libido e disfunção sexual
- Ganho de peso inexplicável, que pode ser observado no rosto, tórax e abdômen
- Perda de peso sem motivo aparente
- Fadiga e fraqueza
- Distúrbios visuais, como visão turva, visão dupla, e redução da capacidade visual
- Dor nos olhos
- Dores de cabeça, que podem ser frequentes e intensas, geralmente atingindo a região frontal
- Dificuldade de concentração
- Alterações de humor
- Fraqueza muscular
- Formigamento ou dormência, geralmente no rosto
- Crescimento excessivo das mãos, pés e mandíbula, conhecido como acromegalia
- Crescimento excessivo em crianças, um problema chamado popularmente de gigantismo
No entanto, é importante ressaltar que nem todos os tumores na hipófise causam sintomas, especialmente se forem pequenos e não afetarem a produção hormonal.
Causas do tumor na hipófise
A causa exata do desenvolvimento do tumor na hipófise ainda permanece em discussão. Em outras palavras, ele não possui uma causa definida e não segue um padrão de aparecimento.
Entretanto, estudos já apontaram que esse tipo de tumor pode ter relação com síndromes genéticas, chamadas de neoplasia endócrina múltipla tipo 1 (NEM1). Essa é uma síndrome que também pode levar a outros tipos de tumores, por exemplo, no pâncreas.
Adicionalmente, acredita-se que determinadas alterações no DNA das células da medula óssea sejam outros dos possíveis causadores do tumor na hipófise.
Como é feito o diagnóstico de um tumor na hipófise?
O diagnóstico de um tumor na hipófise geralmente envolve uma série de etapas e exames médicos, que se iniciam com a avaliação dos sintomas apresentados.
Após essa análise inicial, o médico pode solicitar um ou mais dos exames apresentados a seguir:
- Exames de imagem, como ressonância magnética e tomografia computadorizada
- Medição dos níveis hormonais, se houver suspeita de um tumor produtor de hormônios
- Exames oftalmológicos, para avaliar se o tumor está afetando as habilidades visuais
- Biópsia do tumor, em especial quando há suspeita de câncer. No entanto, raramente ela é necessária
Na maioria das vezes, é possível avaliar o tipo de tumor a partir dos exames de imagem e das taxas hormonais. Por isso, não é comum que o médico solicite a realização de uma biópsia.
Mas, quando essa identificação não é possível pelos métodos menos invasivos, a biópsia pode ajudar na identificação exata do tipo de tumor.
Tratamento para tumor na hipófise
Existem diferentes formas de tratamento para tumores na hipófise, a depender do tipo de tumor, do seu tamanho, da sua localização e dos sintomas que ele causa.
Os mais comuns incluem:
- Observação ativa, para alguns tumores pequenos, não funcionais e que não causam sintomas. Nesses casos, o médico pode optar por apenas monitorar periodicamente o tumor com exames de imagem, sem a necessidade de tratamento algum.
- Uso de medicamentos, principalmente no caso de tumores que afetam a produção de hormônios. Isso pode incluir o uso de medicamentos que reduzem a produção hormonal ou reduzem o tamanho do tumor.
- Cirurgia para a remoção do tumor, recomendada em casos nos quais o tumor causa muitos sintomas, é grande, é suspeito de ser maligno ou não responde aos medicamentos. A cirurgia transesfenoidal é uma técnica comum de retirada de tumor da hipófise ou glândula pituitária. Menos invasiva, por meio dela, o médico chega ao tumor pelas vias nasais e pelo seio esfenoidal (um dos seios da face).
- Radioterapia, que pode ser usada em casos nos quais o tumor não responde aos tratamentos com medicamentos, mas quando a cirurgia não é a melhor opção adequada
Essas formas de tratamento podem ir mudando com a evolução de cada pessoa afetada pelo tumor, e o médico pode inclusive recomendar uma associação de mais de uma dessas opções.
Assim, após o tratamento inicialmente determinado pela equipe médica, o paciente precisa permanecer sendo acompanhado para que o quadro seja monitorado de perto e as novas intervenções necessárias sejam empregadas.
Fontes e referências adicionais
- Adenoma hipofisário (prolactinoma) proveniente da disfunção hormonal da prolactina: revisão de literatura, Revista Brasileira de Análises Clínicas
- Pituitary Adenoma, StatPearls
Fontes e referências adicionais
- Adenoma hipofisário (prolactinoma) proveniente da disfunção hormonal da prolactina: revisão de literatura, Revista Brasileira de Análises Clínicas
- Pituitary Adenoma, StatPearls