Com a promessa de promover a perda de peso e o fortalecimento do corpo, além de melhorar a resistência muscular e cardiorrespiratória, a flexibilidade, a velocidade, a coordenação, a agilidade, o equilíbrio e a precisão, o crossfit é um tipo de treinamento que tem ganhado adeptos por todo o mundo, inclusive no Brasil.
Essa modalidade de alta intensidade em forma de circuito, que inclui desde exercícios feitos com a corda até flexões de braço e agachamento com barra, é bem democrática, já que pode ser realizada por pessoas comuns, como homens, mulheres, idosos e crianças.
O crossfit também é utilizado como treino de força e condicionamento físico para atletas, em academias de polícia e grupos de operações táticas como o SWAT, e em unidades de operação especiais do exército, como a marinha americana.
Entretanto, por mais que esse programa pareça eficiente e esteja na moda, antes de decidir se matricular nas aulas de crossfit é preciso conhecer algumas coisas sobre a prática:
1. Qualquer pessoa pode fazer, mas tem todos deveriam fazer
Como acabamos de dizer aqui, não existem restrições quanto à prática do crossfit e qualquer tipo de pessoa pode participar desse tipo de treinamento, mas isso não significa necessariamente que ele é o melhor tipo de programa para todas as pessoas.
Por se tratar de algo bem intenso, pode ser que o crossfit não seja a praia de todo mundo, especialmente quem não está acostumado a séries de exercícios mais pesados.
Desse modo, não há nada de errado em não querer continuar com a atividade. No final das contas, o importante é encontrar uma atividade que seja agradável e faça com que você sinta prazer em continuar se exercitando semana após semana.
2. O crossfit tem as suas próprias gírias
Como acontece em diversas modalidades, os adeptos do crossfit têm o seu próprio linguajar, com expressões que podem soar um tanto quanto estranhas para quem ainda não está acostumado.
Por exemplo, o local onde o treinamento da modalidade é realizado não é chamado de academia, mas sim de box. Já quando o instrutor quer se referir à série principal que será executa em determinado dia, ele diz WOD, sigla para Workout of the Day, que quer dizer treino do dia em inglês.
Box jump é o nome dado ao salto na caixa, uma série que trabalha o bumbum e as coxas. Há também uma outra sigla, AMRAP, que significa As Many Rounds as Possible, ou o maior número de séries possíveis que podem ser realizadas em determinado tempo.
Uma curiosidade é que alguns WOD de referência do crossfit recebem o nome de mulheres. O criador da prática deu nomes femininos a essas séries porque segundo ele, elas “causam estragos”.
3. É importante encontrar um bom treinador
Antes de ficar empolgado com os resultados que a modalidade promete trazer ou se deixar levar pela onda da moda, procure um bom instrutor para te orientar nos treinos de crossfit.
Para tirar o melhor proveito possível da prática e não cometer erros na hora de executar os exercícios, faça questão de ter aulas com um profissional especializado na área e de boa reputação.
Para isso, pesquise bem os boxes de crossfit da sua cidade e faça algumas aulas experimentais antes de fechar o contrato, consulte amigos e conhecidos que já façam esse tipo de treinamento e peça indicação de treinadores.
4. Seus colegas de crossfit serão seus amigos
Além de todos os benefícios físicos que a modalidade pode proporcionar, inscrever-se em aulas de crossfit é uma oportunidade para conhecer novas pessoas, fazer novas amizades e se sentir como parte de um grupo.
O bacana disso tudo é que você tem a chance de estimular os seus colegas durante os exercícios e ser estimulado por eles, quando precisar.
5. As lesões realmente podem acontecer
Muito já se falou sobre os tipos de lesão que o crossfit poderia causar aos seus praticantes por conta do formato de treinamento que a prática apresenta.
Uma pesquisa publicada em novembro de 2013 no Journal of Strenght and Conditioning Research verificou que 73,5% de 132 pessoas praticantes do crossfit tinham sofrido algum tipo de lesão.
Entretanto, antes que você fique alarmado e queira ficar bem longe do esporte, é importante registrar também que esse mesmo estudo constatou que o índice de lesão foi de 3,1 a cada 1 mil horas de treino da modalidade.
Essa proporção de machucados, segundo o fisioterapeuta do Núcleo de Excelência em Fisioterapia (NEF) de Belo Horizonte, Ricardo Carneiro, é razoável quando comparada a outros tipos de esporte.
Desse modo, a recomendação ao fazer o esporte é ter em mente que existe sim a possibilidade de ocorrer uma lesão durante os treinamentos, mas que tomando os devidos cuidados é possível evitar que maiores problemas aconteçam.
Como evitar as lesões
Isso significa encontrar um box de crossfit confiável e obedecer adequadamente as orientações de seu treinador, que também deve ser um bom profissional e deverá monitorar o seu progresso, especialmente por conta dos AMRAP, aonde é preciso fazer um grande número de repetições em determinado tempo.
Nesse caso específico, é fundamental saber escutar o que o próprio corpo diz e parar quando perceber que já está passando do limite, para não sofrer as consequências mais tarde.
E sempre que tiver um problema físico ou perceber que não consegue executar determinada série, não fique calado e informe o seu treinador a respeito.
Por fim, o que resta dizer é que é normal experimentar bolhas e hematomas, já que o treinamento de crossfit realmente costuma ser pesado. De qualquer modo, esses pequenos problemas costumam desaparecer depois das primeiras aulas da modalidade.
6. A maioria dos praticantes são mulheres
Não pense que por ser um treinamento pesado e intenso, o crossfit é território masculino. Conforme informações do Conselho Americano de Exercícios, 60% das pessoas que praticam a atividade são mulheres.
E por aqui no Brasil, esse quadro não é diferente. Um levantamento da Associação Brasileira de Academias (Acad Brasil) mostrou que as mulheres brasileiras também correspondem à maioria dos praticantes de crossfit.
7. As aulas podem ser caras
O preço das aulas de crossfit não é barato. O valor cobrado pelos boxes pode variar entre R$ 200 a R$ 500 mensais, dependendo do plano contratado e do número de aulas que o aluno faz por semana.
Entretanto, algo que pode compensar esse valor alto é o fato de que o instrutor de crossfit consegue dar maior atenção aos seus alunos do que o profissional que trabalha em uma academia comum.