Afinar o sangue faz mal ou bem?

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Afinar o sangue pode ser importante para evitar a formação de coágulos sanguíneos, contribuindo para o bom funcionamento do nosso organismo. Por outro lado, esse mesmo efeito aumenta o risco de sangramentos intensos, o que pode fazer mal e causar outros problemas de saúde.

Por isso, é importante analisar muito bem as necessidades de cada pessoa para poder afirmar se, de fato, afinar o sangue é bom ou ruim.

Contagem de plaquetas e coagulação

Amostra de sangue

Antes de mais nada, é preciso entender que a viscosidade do sangue depende do número de plaquetas, que são células responsáveis pela coagulação do sangue. Quando alguém tem uma contagem baixa de plaquetas, ela tem trombocitopenia e o seu sangue é mais ralo, fino, menos viscoso. Já quem apresenta altos níveis de plaquetas, tem trombocitose e um sangue mais viscoso do que o considerado normal.

A contagem de plaquetas pode desviar dos níveis normais, que variam de 150.000 a 450.000 plaquetas por microlitro de sangue, por vários motivos, incluindo doenças, infecções, desnutrição, cirurgias recentes e uso de medicamentos. 

Mas o principal risco está associado às altas chances de desenvolver trombos (coágulos sanguíneos) em pessoas com trombocitose e ao alto risco de hemorragia em indivíduos com trombocitopenia.

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Sendo assim, afinar o sangue pode salvar a vida de quem apresenta um risco alto de ter coágulos de sangue, que estão relacionados a ataques cardíacos, acidente vascular cerebral (AVC) e trombose venosa.

Mas vale lembrar que o processo de coagulação sanguínea também protege o corpo de sangramentos intensos, como após sofrer um acidente ou passar por um procedimento cirúrgico. Assim, não é interessante interromper a formação de coágulos se você vai passar por uma cirurgia, por exemplo.

Por esses motivos, apenas quem pode avaliar a necessidade ou não de afinar o sangue é o seu médico, com base no seu histórico de saúde e predisposição a doenças.

Afinar o sangue faz bem ou mal?

Se o médico decidir que o sangue está muito espesso (viscoso) e que o risco de ter uma complicação de saúde por conta disso é alto, é possível afinar o sangue com o uso de medicamentos prescritos que podem incluir anticoagulantes, antiplaquetários ou anti-inflamatórios como a aspirina. 

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Além dos remédios, existem também alimentos que ajudam a afinar o sangue que podem ser incluídos na dieta para ajudar no processo. Em geral, são alimentos que melhoram a circulação sanguínea e que costumam ser ricos em vitaminas C, D, E e K que apresentam efeito anticoagulante. Mas é importante não exagerar no seu consumo e ter uma alimentação equilibrada com uma grande diversidade de nutrientes.

Afinar o sangue também é uma boa opção para quem já tem coágulos que precisam ser reduzidos ou eliminados da corrente sanguínea. Ou seja, nesses casos, afinar o sangue faz bem. A saber, pessoas com obesidade, trombose ou doenças hematológicas têm altas chances do corpo formar um coágulo e causar complicações de saúde por conta dele.

Para evitar sangramentos intensos por conta de acidentes que podem acontecer, há algumas medidas que você pode tomar:

  • Tome apenas a dose indicada pelo médico do remédio diluente de sangue que ele recomendou;
  • Monitore seu nível de plaquetas regularmente através de um exame de sangue;
  • Evite tomar suplementos ou ervas que aumentam o risco de hemorragia, como a erva de São João;
  • Reduza o consumo de alimentos com muita vitamina K ou suplementos de vitamina K, que podem elevar o risco de sangramento.

Por fim, o ideal é não tentar afinar o seu sangue por conta própria já que, embora essa estratégia seja importante para muitas pessoas, isso pode trazer sérios riscos à saúde se feito sem orientação médica.

Fontes e referências adicionais

Você já usou algum remédio ou alimento para afinar o sangue? Comente abaixo!

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Sobre Dr. Lucio Pacheco

Dr. Lucio Pacheco é Cirurgião do aparelho digestivo, Cirurgião geral - CRM 597798 RJ/ CBCD. Formou-se em Medicina pela UFRJ em 1994. Em 1996 fez um curso de aperfeiçoamento em transplantes no Hospital Paul Brousse, da Universidade de Paris-Sud, um dos mais especializados na Europa. Concluiu o mestrado em Medicina (Cirurgia Geral) em 2000 e o Doutorado em Medicina (Clinica Médica) pela UFRJ em 2010. Dr. Lucio Pacheco é autor de diversos livros e artigos sobre transplante de fígado. Atualmente é médico-cirurgião, chefe da equipe de transplante hepático do Hospital Copa Star, Hospital Quinta D'Or e do Hospital Copa D'Or. Além disso é diretor médico do Instituto de Transplantes. Suas áreas de atuação principais são: cirurgia geral, oncologia cirúrgica, hepatologia, e transplante de fígado. Para mais informações, entre em contato.

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