Alergia a Amendoim – Sintomas e O Que Fazer

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A alergia a amendoim é uma condição que atinge um número significativo de pessoas pelo mundo e, ainda assim, muitas pessoas não sabem exatamente o que fazer. Neste artigo, você irá conhecer os sintomas, os tipos de tratamento e como proceder em casos de crises alérgicas.

O amendoim é um alimento potencialmente alérgeno, que quando é consumido por pessoas alérgicas, pode desencadear uma série de complicações, desde vermelhidão da pele, até mesmo estreitamente das vias aéreas e dificuldade para respirar.

Essa condição é desencadeada por uma falha na forma como o sistema imunológico reage a uma proteína encontrada na oleaginosa. Além disso, nas últimas décadas, os casos recorrentes vêm aumentando progressivamente.

A alergia ao amendoim tende a ser persistente e apenas aproximadamente 1 em cada 5 crianças supera sua alergia, geralmente por volta dos 5 anos de idade.

Quais São os Principais Sintomas da Alergia a Amendoim?

O amendoim está ente um dos principais alimentos potencialmente causadores de alergia. Normalmente esse tipo de hipersensibilidade se desenvolve enquanto o indivíduo é bebê ou criança.

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Estudos apontam que 1 a cada 200 crianças podem desenvolver alergia a amendoim antes de alcançarem os cinco anos de idade.

Dentre os principais sintomas desse tipo de alergia, pode-se destacar:

  • Vermelhidão, formigamento e coceira na pele;
  • Manifestação de urticárias;
  • Inchaço na face, na região dos olhos, nos lábios, na língua, no céu da boca e na garganta;
  • Náusea;
  • Vômito;
  • Diarreia;
  • Coceira no nariz;
  • Eczemas ou dermatites atópicas existentes são acentuadas;
  • Falta de ar;
  • Vermelhidão nos olhos.

Alergia a Amendoim Tem Cura?

A cura à alergia ao amendoim é um assunto ainda controverso. Pesquisadores apontam tratamentos modernos que podem inibir a hipersensibilidade.

No entanto, a maioria dos tratamentos que garantem a cura total dessa condição são ainda inacessíveis ou de difícil acesso.

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De acordo com um artigo publicado na revista New England Journal of Medicine, há um novo remédio que atua no organismo garantindo haver uma maior resistência à oleaginosa. Esse é um tratamento, no entanto, que possui um método já conhecido nos tratamentos alérgicos.

Os pacientes são submetidos ao AR101, nome dado ao composto que advém do próprio amendoim. Durante a experiência, as doses são aumentadas gradativamente. Os resultados foram considerados satisfatórios.

Em decorrência disso, esse pode ser o primeiro tratamento a alergia a amendoim a ser liberado para comercialização pelo Food and Drugs Administration, a agência de fiscalização de qualidade de alimentos e medicamentos, um órgão que atua nos Estados Unidos semelhantemente à Anvisa.

Quem Tem Mais Risco de Desenvolver a Alergia?

Bebês e crianças pequenas integram a faixa-etária com maior propensão a desenvolver não apenas a alergia ao amendoim, mas alergias alimentares, de modo geral.

O fator genético influencia no desenvolvimento do quadro. Dessa maneira, se você possui familiares com essa complicação, é importante estar atento às reações que seus filhos e crianças da família podem apresentar ao consumirem esse alimento.

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Além disso, é importante ressaltar que a alergia a amendoim aumenta a propensão a alergia a outras oleaginosas, como nozes, castanhas e amêndoas. Estudos recentes apontaram que 25% a 40% das pessoas que têm alergia ao amendoim também são alérgicas às nozes.

Além disso, crianças com eczemas e alergias a ovos também são mais suscetíveis a desenvolverem esse tipo de alergia.

Como Prevenir Alergia a Amendoim?

De acordo com estudos recentes, a probabilidade de desenvolver alergia a amendoim é atenuada quando alimentos derivados dessa oleaginosa são introduzidos na alimentação do bebê nos primeiros 12 meses de vida.

George du Toit, professor na Imperial College London e alergista pediatra ressalta que a introdução precoce da proteína do amendoim na rotina da criança faz com que seu sistema imunológico possa adquirir tolerância ao alimento. Ainda de acordo com o profissional, por volta dos seis meses, quando ocorre a introdução alimentar sólida, é a época considerada ideal para isso, mas não antes dos quatro meses.

Isso pode ser feito utilizando alimentos como manteiga de amendoim ou salgadinhos adequados para bebês (atenção: nunca use manteiga de amendoim crocante ou amendoim inteiro, devido ao risco de asfixia). No entanto, quando um bebê é diagnosticado com alergia alimentar ou eczema, é importante discutir a introdução de amendoim com o pediatra responsável pelo acompanhamento da criança.

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Dessa forma, ele apresentará soluções adequadas e pertinentes à criança para tratar ou atenuar a situação.

Tratamentos Possíveis

Quando se trata de tratamento a alergias, existem diversos protocolos recomendados por profissionais da saúde. Dentre eles, um dos principais é submissão do paciente a pequenas doses do agente alérgeno e seu aumento paulatino e progressivo para que o organismo se adapte.

Como o amendoim é um dos alimentos com maior probabilidade de desencadeamento de alergia, e que pode causar reações graves com risco de vida, diversas pesquisas foram feitas buscando identificar novas formas de tratamento.

Uma das possíveis soluções ao problema, e que já é adotada em algumas clínicas especializadas em alergias, é a imunoterapia oral. Trata-se de um processo que consiste em aumentar a tolerância dos alimentos alérgenos alimentares que são consumidos.

Administra-se quantidades muito pequenas de um agente alérgeno, no caso, o amendoim, de modo que a quantidade ingerida aumente gradualmente até que uma quantidade adequada do alimento seja alcançada e mantida.

No entanto, é necessário considerar que esse é um procedimento que nunca deve ser feito sem supervisão e acompanhamento médico, pois pode comprometer a saúde do paciente, além de submetê-lo a complicações sérias que podem, inclusive, levar à morte.

No Brasil, a imunoterapia é um procedimento recomendado apenas para pessoas com mais de sete anos de idade.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Alergia e Imunopatoligia, 10 a 20% dos pacientes submetidos ao tratamento são incapazes de apresentar resultados satisfatórios, devido às complicações e desconfortos gastrointestinais. Por outro lado, o percentual de pacientes com resultados contundentes é consideravelmente favorável e animador.

Contaminação Cruzada

A contaminação cruzada ocorre quando um alimento que, a princípio, não possui amendoim em sua composição, apresenta traços da proteína em sua composição.

Isso ocorre, normalmente, durante a fabricação, armazenamento ou preparação dos alimentos. Nesses casos, o alimento preparado pode entrar em contato, acidentalmente, com o amendoim ou outros alimentos feitos à base dele.

Isso ocorre especialmente em fábricas que produzem com alimentos feitos de amendoim.

Em casa, uma dica importante para evitar que a contaminação cruzada ocorra, é limpar as superfícies e utensílios domésticos utilizados para a preparação de alimentos com amendoim com água quente e sabão e, se possível, até mesmo água sanitária, para evitar que restos do alimento se mantenham alojados nesses locais.

Para armazenar esses produtos, utilize potes próprios para essa finalidade, bem como talheres.

Crise Alérgica a Amendoim: O Que Fazer?

Quando se manifesta uma crise alérgica a amendoim, algumas medidas devem ser tomadas para evitar que o quadro progrida e comprometa os sinais vitais de uma pessoa.

Dentre as medidas a serem tomadas, uma das mais eficazes e recomendadas nos casos de anafilaxia, ou seja, de crise alérgica, é a administração de adrenalina. Isso deve ser feito o mais rapidamente possível após identificar os primeiros sinais da complicação.

A Epinefrina é o nome que se dá aos autoinjetores de adrenalina, ou seja, dispositivos preparados com adrenalina em seu interior que podem ser utilizados em casos de choque anafilático. Dessa maneira, os efeitos da reação alérgica serão cessados e, quanto mais cedo o paciente receber a dose, maiores as chances de voltar ao estado normal sem sequelas.

No entanto, quando um autoinjetor de adrenalina é prescrito a você, seu filho ou alguém conhecido, é importante que o médico ou o farmacêutico responsável aponte a forma adequada de utilizar, pois eles tendem a funcionar de maneiras diferentes.

Além disso, crianças que sofrem com alergia a amendoim – e outros tipos de alimentos e agentes – devem ter a condição reportada à escola em que frequentam, bem como clubes, cursos e outros estabelecimentos. Nesses casos, o responsável deve indicar o protocolo a ser seguido quando uma crise, por ventura, se manifestar.

Entretanto, nem toda pessoa com alergia alimentar precisa receber o autoinjetor de adrenalina, uma vez que isso dependerá da análise do médico responsável, seja ele um clínico geral ou alergista que acompanha o caso.

Para todos os efeitos, consulte seu médico acerca da necessidade da utilização do dispositivo e como ele qual o protocolo em casos de crises alérgicas.

Referências adicionais:

Você já conhecia a alergia a amendoim? Conhece alguém que passe por isso? Comente abaixo!

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Sobre Dra. Patricia Leite

Dra. Patricia é Nutricionista - CRN-RJ 0510146-5. Ela é uma das mais conceituadas profissionais do país, sendo uma referência profissional em sua área e autora de artigos e vídeos de grande sucesso e reconhecimento. Tem pós-graduação em Nutrição pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, é especialista em Nutrição Esportiva pela Universidad Miguel de Cervantes (España) e é também membro da International Society of Sports Nutrition.

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