Apneia do Sono – O Que é, Causas e Melhor Tratamento

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Sofrer de apneia do sono pode ser muito grave. Esse distúrbio do sono faz com que a respiração pare e inicie novamente de forma súbita durante o sono.

Algumas pessoas que roncam muito alto podem ter apneia do sono e nem perceber. Assim, é importante estar atento à qualidade do seu sono e notar sintomas da condição para que o tratamento possa ser iniciado.

Além de explicar o que é a apneia do sono, vamos mostrar quais são as possíveis causas e como lidar com o problema.

Apneia do sono – O que é?

A apneia do sono é um distúrbio grave que pode colocar a vida do portador da condição em risco. Geralmente, pessoas que sofrem de apneia do sono e não sabem roncam bem alto a noite toda e se sentem cansados no dia seguintes mesmo após dormir uma noite inteira.

Existem alguns tipos diferentes de apneia de sono, como:

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  1. Apneia obstrutiva do sono: trata-se da forma mais comum da doença, que ocorre devido ao relaxamento dos músculos da garganta que controlam a respiração
  2. Apneia do sono central: distúrbio que ocorre quando o cérebro não envia os sinais necessários para os músculos responsáveis por controlar a respiração;
  3. Síndrome da apneia complexa do sono: essa síndrome é um caso mais complexo de apneia do sono em que o indivíduo pode apresentar características variáveis referentes à apneia obstrutiva do sono e à apneia do sono central. Isso significa que a síndrome pode ocorrer em alguns momentos por causa de um relaxamento muscular e em outros devido à sinalização inadequada do cérebro.

Embora as causas sejam diferentes, os sintomas dos 3 tipos de apneias são bem semelhantes. Alguns deles são:

  • Dor de cabeça matinal;
  • Ronco alto;
  • Sonolência diurna excessiva;
  • Irritabilidade;
  • Indivíduo ofegante durante o sono;
  • Insônia ou dificuldade para dormir durante a noite inteira;
  • Dificuldade de concentração enquanto a pessoa está acordada;
  • Episódios em que o indivíduo para de respirar momentaneamente durante o sono.

Pode ser difícil identificar a apneia do sono sozinho, já que alguns sintomas como a parada respiratória momentânea, o ronco alto e a respiração ofegante só podem ser observados por outra pessoa. Mas é importante ficar atento se você acorda muito durante a noite ou se você se sente muito cansado ou sonolento no dia seguinte mesmo dormindo por um tempo considerável durante a noite.

Vale ressaltar que nem todo mundo que ronca alto tem apneia do sono, é apenas um sintoma para ficar atento.

Causas

As causas dependem do tipo de apneia. A apneia obstrutiva do sono, por exemplo, acontece quando os músculos que ficam na parte de trás da garganta relaxam. Tais músculos são responsáveis por sustentar o palato mole, a úvula, as amígdalas, as paredes laterais da garganta e a língua.

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Quando esses músculos relaxam, as vias aéreas ficam mais estreitas ou se fecham durante a respiração. Isso faz com que não haja oxigênio suficiente e os níveis de oxigênio no sangue caem. O cérebro, por sua vez, percebe que o corpo está com dificuldades de respirar e rapidamente o desperta para que você acorde e possa reativar os músculos, deixando as vias aéreas livres novamente. Porém, o despertar é tão rápido que muitas vezes as pessoas com apneia do sono não se lembram dele no dia seguinte ou até se lembram, mas não sabem por que acordaram.

Outras pessoas podem bufar ou até se engasgar durante a noite por causa dessa dificuldade de respirar.

Pessoas com apneia obstrutiva do sono podem sofrer vários episódios de parada respiratória durante a noite, o que prejudica muito a capacidade de permanecer nas fases mais profundas do sono. Isso explica por que pessoas com apneia podem se sentir tão cansadas.

Já na apneia central do sono, o cérebro não é capaz de transmitir sinais para os músculos da respiração. Pessoas com esse tipo de apneia geralmente acordam no meio da noite com falta de ar ou têm muita dificuldade para permanecer dormindo.

Não existe uma causa específica para a apneia, mas há alguns fatores de risco que contribuem para a ocorrência do distúrbio.

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Fatores de risco para a apneia obstrutiva do sono

  • Obesidade: o excesso de peso aumenta o risco de apneia do sono por causa do acúmulo de gordura ao redor da via aérea superior que pode obstruir a respiração;
  • Estreitamento das vias aéreas: uma via aérea mais estreita pode ser herdada geneticamente. A presença de amígdalas ou adenoides maiores também podem bloquear as vias aéreas, o que é muito comum em crianças;
  • Circunferência do pescoço: pessoas com o pescoço mais espesso podem ter vias aéreas estreitas;
  • Ser homem: homens são 2 a 3 vezes mais propensos a sofrer de apneia do sono do que as mulheres. Porém, mulheres obesas ou que já passaram pela menopausa podem ter um risco alto também;
  • Fumo: os fumantes são 3 vezes mais propensos a ter apneia obstrutiva do sono do que aqueles que nunca fumaram. Isso porque fumar pode aumentar a inflamação e causar a retenção de líquidos nas vias aéreas superiores;
  • Histórico familiar: ter alguém na família com apneia do sono pode aumentar o risco de você apresentar apneia também;
  • Ser mais velho: a apneia do sono é mais comum em adultos mais velhos;
  • Congestão nasal: pessoas com dificuldades para respirar pelo nariz por causa de uma congestão nasal devido a um problema anatômico ou por causa de alergias, por exemplo, têm maior risco de desenvolver apneia obstrutiva do sono;
  • Uso de álcool ou substâncias sedativas ou tranquilizantes: o consumo de tais substâncias causa o relaxamento dos músculos da garganta, o que pode causar ou piorar um quadro de apneia obstrutiva do sono.

Fatores de risco para a apneia central do sono

  • Ser homem: a apneia central do sono é mais comum nos homens do que nas mulheres;
  • Distúrbios cardíacos: indivíduos que sofrem de problemas cardíacos como a insuficiência cardíaca congestiva, por exemplo, têm um maior risco de ter a doença;
  • Acidente vascular cerebral: já ter sofrido um acidente vascular cerebral eleva o risco de desenvolver apneia central do sono ou síndrome da apneia complexa do sono;
  • Uso de analgésicos narcóticos: o uso de medicamentos opioides, principalmente os de ação prolongada – como a metadona – podem aumentar o risco de apneia central do sono;
  • -Ser idoso: pessoas de meia idade e idosos tendem a ter um risco mais alto de apresentar apneia central do sono.

Complicações da Apneia

Se não for identificada e tratada, a apneia do sono pode causar algumas complicações de saúde, tais como:

– Fadiga diurna

Acordar muito durante o sono dificulta muito o descanso das pessoas com apneia do sono. Como o corpo não é capaz de descansar como deveria, é bem provável que a pessoa sinta muita fadiga e irritabilidade durante o dia. Também pode ocorrer dificuldade de concentração, desempenho ruim nos estudos ou no trabalho e sonolência.

– Diabetes do tipo 2

A apneia do sono pode aumentar o risco de um paciente desenvolver resistência à insulina e, consequentemente, diabetes do tipo 2.

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– Complicações devido ao uso de medicamento ou cirurgia

Pessoas que sofrem de apneia podem sofrer complicações após cirurgias porque são mais propensas a ter problemas respiratórios durante o procedimento, principalmente quando estão sedadas ou deitadas de costas.

O uso de certos medicamentos ou anestesias também pode causar problemas e a equipe médica deve sempre estar ciente sobre a apneia do paciente antes de indicar o uso de qualquer tipo de medicação.

– Pressão alta ou problemas do coração

As quedas que ocorrem nos níveis de oxigênio no sangue de uma pessoa com apneia podem aumentar a pressão arterial sanguínea e sobrecarregar todo o sistema cardiovascular. Isso aumenta o risco de ataques cardíacos, derrames e batimentos cardíacos anormais.

– Síndrome metabólica

A síndrome metabólica também pode ser desenvolvida por causa da apneia. Essa condição é caracterizada por pressão arterial elevada, níveis anormais de colesterol e açúcar no sangue, aumento da circunferência da cintura e maior risco de doenças cardíacas.

– Problemas no fígado

Pessoas com apneia têm uma maior probabilidade de apresentar resultados anormais em exames de função hepática e maior tendência a desenvolver doença hepática gordurosa não alcoólica.

Além de tudo isso, pessoas que dormem com um parceiro podem interferir na qualidade de sono da pessoa ao lado devido ao ronco alto.

Como identificar a apneia do sono

A apneia é diagnosticada com base nos sintomas e em uma análise do histórico do sono. Relatos de um parceiro podem ajudar o médico a compreender o problema.

Além disso, há exames e testes específicos que podem ser feitos em centros de distúrbios do sono para avaliar como o corpo funciona durante o sono.

Testes

O mais comum é a polissonografia noturna, em que o paciente deve dormir em um centro de estudo ou em um hospital do sono conectado a equipamentos que vão monitorar a atividade cardíaca, a respiração, os níveis de oxigênio no sangue e a atividade cerebral durante a noite.

Também há testes mais simples que podem ser feitos em casa através de dispositivos portáteis que são capazes de medir e monitorar a frequência cardíaca, o nível de oxigênio no sangue e os padrões respiratórios do indivíduo.

Melhor tratamento

Apesar de parecer assustadora, a apneia do sono é tratável. O tratamento não só alivia os sintomas como previne o surgimento de doenças cardíacas e de outras complicações de saúde.

Existem vários tratamentos possíveis e o melhor tratamento para cada paciente vai depender do tipo de apneia e da intensidade dos sintomas.

Casos mais leves de apneia do sono podem ser tratados apenas com algumas mudanças no estilo de vida que podem incluir perder peso ou parar de fumar, por exemplo.

Algumas pessoas podem sofrer de apneia por causa de alergias. Nesses casos, o tratamento da alergia resolve também o problema da apneia.

Em casos mais graves, existem outras opções como o uso de dispositivos que ajudam a abrir a via aérea bloqueada ou cirurgias para reparar problemas físicos. Alguns exemplos de terapias que usam dispositivos que podem ajudar são:

– Pressão positiva contínua nas vias aéreas

Um aparelho para apneia muito útil para casos mais graves é uma máscara conectada a um dispositivo que fornece pressão de ar. O uso dessa máscara para dormir faz com que a pressão do ar seja um pouco maior do que a do ar do ambiente. Tal pressão ajuda a manter as vias aéreas abertas, o que evita o ronco e os episódios de apneia.

Apesar de ser um dos métodos mais eficazes para o tratamento da apneia, algumas pessoas acham desconfortável usar a máscara para dormir e não se adaptam ao tratamento.

Geralmente, leva algumas noites para a pessoa se acostumar a usar a máscara durante a noite e hoje em dia já existem vários modelos de máscaras no mercado pensadas para aumentar o conforto do usuário.

Existem diversos tipos de aparelhos de pressão. O tradicional, em que a pressão do dispositivo é ajustada manualmente por um médico com base no quadro de apneia e no peso do paciente, e outros modelos em que a pressão é ajustada automaticamente conforme a necessidade do paciente durante o sono e cabe ao médico e ao paciente decidir qual é a melhor escolha.

Atualmente, o tratamento com dispositivos que aumentam a pressão é o melhor e o mais eficaz para casos de apneia mais graves.

– Aparelhos orais

Também existem aparelhos orais que servem para manter a garganta aberta que são uma opção para aqueles que não se adaptam aos dispositivos de aumento de pressão. No entanto, eles não são tão eficazes quanto a primeira opção.

Alguns desses equipamentos são projetados para abrir a garganta e trazer o queixo mais para a frente, o que faz com que a pessoa ronque menos e tenha menos episódios de apneia. Esse tipo de aparelho é mais indicado em casos de apneia obstrutiva do sono leve.

Tal equipamento deve ser ajustado individualmente para cada paciente em um consultório odontológico e podem ser necessários vários ajustes até encontrar o modelo certo.

Cirurgias

Quando nenhum tratamento surte o efeito almejado, a cirurgia pode ser uma opção. Porém, a cirurgia só deve ser feita quando há problemas estruturais que prejudicam a respiração. Alguns tipos de cirurgia que podem ajudar são:

– Encolhimento de tecido

O tecido na parte posterior da boca e no fundo da garganta pode ser reduzido de tamanho por meio de uma técnica de ablação por radiofrequência. Tal técnica pode ser feita em casos de apneia do sono leve ou moderada.

– Remoção de tecido

A uvulopalatofaringoplastia é uma técnica em que o cirurgião remove o tecido da parte posterior da boca da parte superior da garganta. Geralmente, as amígdalas e os adenoides também são removidos durante o procedimento.

Esse método impede que as estruturas da garganta vibrem e resultem em roncos. Porém, alguns médicos não consideram o tratamento muito eficaz no controle da apneia obstrutiva do sono.

– Implantes

Hastes de plástico podem ser implantadas cirurgicamente no palato mole para melhorar a respiração. Entretanto, ainda não se sabe exatamente como esses implantes atuam e mais estudos sobre o assunto ainda são necessários.

– Reposicionamento da mandíbula

A mandíbula pode ser reposicionada para a frente por meio de um procedimento chamado de avanço maxilomandibular, o qual tem o intuito de aumentar o espaço atrás da língua e do palato mole, o que torna a obstrução respiratória menos provável.

– Traqueostomia

A traqueostomia consiste na criação de uma nova passagem aérea em casos de apneia grave que causam risco de morte. Através dessa cirurgia, o cirurgião faz uma incisão no pescoço e insere um tubo de metal ou de plástico por meio do qual é possível respirar.

A abertura deve ficar coberta durante o dia e aberta durante a noite para que o ar entre e saia dos pulmões com facilidade, sem precisar usar a passagem de ar da garganta.

– Estimulação nervosa

Essa cirurgia envolve a inserção de um estimulador para o nervo hipoglosso, responsável por controlar o movimento da língua. O estímulo maior ajuda a manter a língua em uma posição que deixa as vias aéreas abertas. Porém, mais estudos ainda são necessários para atestar que a técnica é realmente eficiente e segura.

Há ainda outros tipos de cirurgia como a remoção de amígdalas ou adenoides e a cirurgia bariátrica para perda de peso que podem ajudar a melhorar a respiração do paciente durante o sono.

Dicas para melhorar a respiração durante o sono

As seguintes dicas podem ajudar a lidar com casos amenos de apneia sem a necessidade de tratamentos mais complexos.

1. Perder peso

A obesidade é um fator que contribui para a apneia. Dessa forma, a redução do peso pode ajudar a amenizar a constrição da garganta e melhorar a respiração.

2. Exercitar-se

A prática de exercícios é essencial para aliviar sintomas de apneia do sono pois melhora o sistema respiratório e cardiovascular como um todo. Pratique alguma atividade por pelo menos 30 minutos diários ao menos 5 vezes por semana e notará a diferença.

3. Dormir de lado ou de bruços

Dormir com as costas apoiadas na cama pode fazer com que a língua e o palato mole fiquem encostados na parte posterior da garganta, obstruindo as vias aéreas. Tente dormir de lado, preferencialmente, ou de bruços para facilitar a respiração.

4. Evitar bebidas alcoólicas e tomar cuidado com alguns medicamentos

O uso de álcool e de alguns medicamentos tranquilizantes antes de dormir pode relaxar os músculos da garganta, prejudicando a respiração normal. Se você faz uso desses medicamentos e está apresentando episódios de apneia, converse com seu médico para ajustar a medicação e encontrar uma solução.

5. Não fumar

O hábito de fumar, além de fazer mal para a saúde como um todo, prejudica muito os pulmões e a respiração. Assim, se você fuma, o ideal é buscar ajuda para largar o vício.

6. Prestar atenção no seu corpo

Se possível, peça ajuda para um parceiro, familiar ou amigo próximo para dormir perto de você e observar se você está roncando muito ou se está inquieto durante a noite. Isso pode ajudar a identificar sintomas da apneia do sono que você não é capaz de perceber sozinho.

Ao notar muita fadiga durante o dia, faça alguns exames de rotina para descartar problemas de saúde como a anemia e preste atenção na qualidade do seu sono. Hoje já existem relógios e aplicativos que ajudam a monitorar o sono e talvez eles possam ser úteis para ajudar a identificar má qualidade de sono e despertares noturnos que passam despercebidos.

O sono é restaurador e importantíssimo para a manutenção da nossa saúde. Por isso, não hesite em procurar um instituto especializado em sono caso suspeite de algum distúrbio.

Fontes e Referências Adicionais:

Você já foi diagnosticado com apneia do sono? Que tipo de tratamento foi recomendado pelo seu médico? Comente abaixo!

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Sobre Felipe Santos e Dra. Patrícia Leite

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