Chocolate Causa Espinhas Mesmo?

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Existem controvérsias acerca do fato se o chocolate causa espinhas mesmo. Iremos explorar essa questão agora e você poderá tirar suas conclusões a partir dos argumentos.

Comer chocolate causa espinhas mesmo?

Há um estudo, realizado em 1969, em que Fullerton e colegas publicaram sobre a relação chocolate-espinhas. Foi demonstrado que ele não produzia efeitos danosos na pele. A partir daí, dermatologistas sempre negaram que o chocolate tivesse qualquer responsabilidade na produção de acnes.

Mas em maio de 2014, pesquisadores da Universidade de Miami disseram o oposto. No artigo no The Journal of Clinical and Aesthetic Dermatology, afirmaram que o chocolate aumenta a probabilidade de acne em 169%.

No estudo, foram selecionados 14 homens, de 18 a 35 anos, e a eles foram dadas cápsulas com chocolate puro e gelatina, como placebo. O critério de avaliação foi as graduações inflamatórias das espinhas. O número de espinhas inflamadas e não inflamadas exacerbou nos dias seguintes ao consumo de chocolate.

No entanto, alguns especialistas apresentam problemas em relação este estudo, principalmente ligados ao pequeno número de participantes. Além disso, não ficou claro se o objetivo era testar o cacau ou o chocolate em si.

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Comer ou não comer chocolate se a acne é uma preocupação?

Os estudos sobre o chocolate como precursor da acne são inconclusivos e controversos, mas o que existe sim, é uma relação entre os alimentos e espinhas, afirma a Dra. Diane Walder, dermatologista em Miami.

“Os alimentos com alto índice glicêmico, como pães, batatas, etc, impulsionam o açúcar no sangue, e por sua vez, provocam a acne”. Mas os pesquisadores não detalharam o consumo de outros açúcares, que não os provenientes do chocolate. Não temos informações sobre a dieta dos participantes e seu estilo de vida.

A produção de substâncias sebáceas é que deflagra a formação de espinhas. E ao mesmo tempo que a dieta rica em gorduras e açúcares acelera esse processo, a condição se agrava porque essa dieta é provavelmente deficitária em frutas e vegetais, que contém os nutrientes essenciais para uma boa saúde da pele.

Então a resposta é não comer certos tipos de chocolate. Existem inúmeras variedades de chocolate no mercado. Porém, vamos sintetizá-las em três grupos principais: chocolates brancos, chocolates ao leite e chocolates pretos (chocolate amargo).

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Devemos evitar os chocolates brancos porque estes têm mais gordura e açúcares. Nos chocolates ao leite, encontramos proteína de soro, caseína e lactose. Estes ingredientes, em primeiro, podem causar inflamações em pessoas com pouca tolerância, como sabemos. Mas além desses ingredientes, encontramos açúcar e aditivos como gorduras trans, derivados da soja e óleos vegetais, que desencadeiam secreções sebáceas. Escolha o chocolate preto (ou amargo), que contém menos gordura do que o chocolate ao leite.

Outro ponto a favor do consumo de chocolate preto sem adição de açúcar, contendo mais de 70 % de cacau, é que ele é um poderoso antioxidante, que atua no corpo humano através de seus altos níveis de flavonóides. É comprovada sua eficácia na diminuição da pressão sanguínea e no aumento do fluxo de sangue para o cérebro. Além disso, ele contém, quantidades significativas de potássio, cobre, ferro e magnésio.

Se você está preocupado se o chocolate causa espinhas, é bom saber que essa relação parece existir, mas não é tão direta assim. Comer chocolate observando as quantidades é possível, e não deve trazer nenhum mal para a pele.

Richard Wolfstein, em 2014, escreveu artigos dizendo que a chave para prevenção de espinhas é o controle da porção. Confirmando sua posição, Dr. João Curvo, renomado especialista em Medicina Chinesa e Nutrólogo no Rio de Janeiro, publicou recentemente o livro sobre dietética preventiva “Nada Muito”. Da mesma forma que comeremos chocolate com moderação, também devemos fazê-lo em nossa dieta como um todo, diminuindo açúcares e gorduras.

Ou seja, não podemos achar que não há problema nenhum comer chocolates. Muitos estudos foram feitos recentemente que mostram que pessoas que passaram a comer chocolate todos os dias tiveram pioras nas espinhas.

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Inclusive um estudo analisou pessoas que comeram muito chocolate em apenas um dia. E neste caso também houve um aumento de espinha alguns dias depois. Então, mais uma vez, o segredo pode estar em tomar cuidado com a quantidade, o tipo de chocolate e ter em geral uma alimentação saudável.

Variações hormonais da mulher

Um fato importante a lembrar é que muitas mulheres têm muitas variações hormonais. Nessas variações, para controlar a ansiedade, muitas consumem chocolate. O aparecimento de espinhas pode ocorrer pelo fator hormonal, mas quem acaba ganhando a culpa é o chocolate. É interessante passar a prestar atenção nesse comportamento também para não criar uma associação errada.

As causas podem ser genéticas

Mesmo que a alimentação influencie o surgimento de acnes e espinhas, os genes também são responsáveis por isso. Isso significa que se sua dieta é relativamente saudável, você ainda pode ser suscetível a acnes, porque está predisposto geneticamente.

Também é importante que você faça uma avaliação sobre o que está acontecendo dentro de seu corpo. Procure, sempre que puder, fazer uma dieta balanceada, com vitaminas e minerais.

Manter-se hidratado sempre também pode ajudá-lo a manter a pele limpa e brilhante. O maior órgão do corpo é justamente a pele, por consequência, mantê-la saudável significa manter todo o corpo saudável.

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A mudança na sua dieta pode não produzir resultados visíveis da noite para o dia, mas pelo menos algumas semanas depois, você poderá observar os efeitos da antiga dieta desaparecerem.

Vídeo: Alimentos que causam espinhas

Assista aos vídeos abaixo para saber mais sobre o assunto.

Vídeo: Benefícios do chocolate

Gostou das dicas?

Fontes e Referências Adicionais:

Você já tinha ouvido falar que o chocolate causa espinhas? Já percebeu em sua pele que isso pode realmente ser verdade? Comente abaixo.

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Sobre Dra. Patricia Leite

Dra. Patricia é Nutricionista - CRN-RJ 0510146-5. Ela é uma das mais conceituadas profissionais do país, sendo uma referência profissional em sua área e autora de artigos e vídeos de grande sucesso e reconhecimento. Tem pós-graduação em Nutrição pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, é especialista em Nutrição Esportiva pela Universidad Miguel de Cervantes (España) e é também membro da International Society of Sports Nutrition.

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