Não somente para fins estéticos, já se sabe que os exercícios físicos são muito necessários na vida de qualquer pessoa. Agora, cientistas apontaram que a prática por 15 minutos já melhora a imunidade e a microbiota intestinal.
Pesquisadores da Universidade de Houston, nos Estados Unidos, indicaram que apenas 15 minutos de intensidade moderada já podem ajudar a aumentar a imunidade. O trabalho foi apresentado no encontro anual da Sociedade Americana de Fisiologia, que ocorreu em Long Beach, Califórnia.
O curto tempo foi suficiente para elevar o número de células que fazem uma linha de defesa inicial no sistema imunológico e ajudam a identificar agentes invasores, como bactérias e vírus.
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“Mobilizar mais dessas células pode levar à proteção do corpo contra infecções, reduz a probabilidade de desenvolver certas doenças e ajuda a melhorar os desfechos de alguns diagnósticos por meio do controle das infecções de forma mais eficaz”, explicou Rebekah Hunt, pesquisadora e primeira autora do estudo, em comunicado.
A intensidade do exercício pode ser medida pelo esforço cardiovascular e respiratório necessário. Quando é possível conversar durante a prática, por exemplo, ela é considerada leve. O nível é considerado moderado a alta quando a pessoa fica ofegante, ou não consegue manter uma conversa por muito tempo.
Exercícios também melhoram a microbiota intestinal
A microbiota, ou flora intestinal, é o conjunto de bactérias que vivem em nosso intestino. Se há um equilíbrio e boa diversidade delas, o organismo funciona melhor e há redução de doenças metabólicas, como, por exemplo, a diabetes tipo 2.
Nas primeiras três semanas de atividades físicas já é possível observar os primeiros sinais de mudança positiva na saúde intestinal. A pesquisa que chegou a esse resultado foi feita pelo nutricionista argentino Gustavo Frechtel, apresentada durante o Simpósio Internacional de Obesidade e Síndrome Metabólica, realizado em Brasília.
O especialista analisou: “Com o período de atividade física moderada, cerca de 150 minutos distribuídos na semana, já se observa mais diversidade na microbiota independente da dieta, a não ser em caso de excesso de junk food“.
Os estudos foram publicados inicialmente em 2023 na revista científica Nutrients e continuados em 2024 na Life Metabolism, complementados pela pesquisa MicrobiAr, que recolhe amostras fecais e exames laboratoriais. Os hábitos alimentares de 360 voluntários foram acompanhados entre 2021 e 2023.
Fretchel disse que quanto mais prolongada for a atividade física, mais equilíbrio trará para a microbiota intestinal. Sessões mais longas, ultrapassando os 50 minutos, oferecem resultados mais rápidos.
“A forma ideal de praticar esportes para a saúde do intestino é fazer uma combinação entre exercícios aeróbicos e de resistência, pensando em, ao menos, meia hora de atividades como corrida ou ciclismo e cerca de 20 minutos para musculação”, indicou.
Segundo o estudo recente, as atividades físicas têm a mesma importância que a alimentação na saúde intestinal. No entanto, na alimentação a forma desse equilíbrio de bactérias é melhor documentada.
Isso acontece porque é possível ingerir algumas bactérias benéficas (por meio de alimentos probióticos, por exemplo), aumentar o consumo de fibras e diminuir açúcares simples e gorduras saturadas.
No caso do exercício, o que causa a melhora na microbiota ainda não foi descoberta. A hipótese é que, devido à liberação de exerquinas (moléculas de sinalização) nos músculos e tecidos gordurosos do organismo durante a prática, pode ser ligado um alerta no intestino, favorecendo a manutenção da microbiota saudável.
Para pessoas com sobrepeso ou obesidade, que normalmente apresentam a microbiota desregulada, as mudanças entregues só se tornam definitivas quando entre 5% e 10% do peso inicial do paciente foi perdido.
Para saber se a microbiota está equilibrada, é necessário se submeter a um exame de DNA intestinal, entretanto, é possível notar as mudanças em seu dia a dia: o intestino terá uma atividade regular e fezes de boa consistência, além de uma melhora na imunidade e na qualidade do sono.