Cientistas criam dispositivo que pode identificar Alzheimer anos antes dos primeiros sintomas

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Cientistas da Universidade do Colorado desenvolveram um dispositivo capaz de identificar sinais de Alzheimer durante o sono nas fases iniciais da doença, ou seja, anos antes de aparecerem os primeiros sintomas.

O dispositivo é um wearable, ou seja, pode ser vestido. Ele é colocado na cabeça do paciente e atua como um biomarcador digital que identifica padrões de ondas cerebrais relacionados à reativação da memória durante o sono. De acordo com os pesquisadores, funciona como um rastreador de condicionamento físico para a saúde do cérebro.

Cientistas criam dispositivo que pode identificar Alzheimer anos antes dos primeiros sintomas
Novo dispositivo detecta Alzheimer antes dos sintomas

No estudo, os pesquisadores obtiveram dados de 205 idosos e se concentraram em questões mensuráveis ligadas à revitalização da memória. Eles cruzaram essas informações com os níveis das proteínas, como amilóide e tau, que se acumulam na doença de Alzheimer.

Cientistas testando novo dispositivo em paciente
Cientistas veem avanço para o uso de wearables como biomarcadores digitais para detecção de doenças

Segundo o grupo de pesquisadores, os níveis anormais de proteínas estão relacionados à reativação da memória durante o sono e podem ser identificados nos padrões de ondas cerebrais das pessoas antes que qualquer sintoma apareça. Descobrir a presença antecipada desses biomarcadores para a doença de Alzheimer em adultos assintomáticos pode auxiliar os pacientes a desenvolverem estratégias preventivas.

Os pesquisadores afirmam que, mesmo com a necessidade de mais pesquisas e aprimoramento do aparelho, estão otimistas ao afirmar que esse representa um grande avanço no uso de wearables como biomarcadores digitais para a identificação de doenças.

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Alzheimer e sono

Uma pesquisa realizada no final de 2022 por cientistas do Laboratório de Neuroimagem dos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos (NIH) e publicada na revista PNAS mostrou que apenas uma noite foi suficiente para que os testes indicassem um aumento na proteína beta-amiloide. Embora a fisiologia do Alzheimer não seja completamente compreendida, sabe-se que uma das causas relacionadas à doença é o acúmulo dessa substância no cérebro. Os cientistas afirmaram que esse aumento foi detectado na região do hipocampo, uma área cerebral reconhecida por ser mais sensível à neuropatologia da doença de Alzheimer.

Para o estudo, contaram com 20 voluntários saudáveis, e foram realizadas imagens cerebrais após duas noites: uma em que dormiram de forma normal e outra em que permaneceram acordados.

Um estudo publicado na revista científica Nature Communications por pesquisadores da Universidade de Paris, na França, examinou quase oito mil pessoas ao longo de 25 anos. Os resultados mostraram que indivíduos com idades entre 50 e 70 anos que tinham uma rotina de sono de seis horas ou menos tiveram um aumento de cerca de 30% nos casos de demência, em comparação com aqueles que dormiam por sete horas.

Outra pesquisa, conduzida por pesquisadores de Harvard com 2,8 mil indivíduos com 65 anos ou mais, demonstrou que dormir menos de cinco horas tem um impacto ainda maior, dobrando as chances de déficit cognitivo. Vários estudos também indicam que, além da duração, uma má qualidade do sono também causa prejuízos.

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Você dorme bem? Qual é a média de horas que você dorme por noite? Sabia que o sono pode estar relacionado ao Alzheimer? Comente abaixo!

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Sobre Valdir Campos

Valdir de Campos Júnior é estudante de jornalismo, e combina sua paixão pela escrita com um forte interesse pelo universo da saúde e boa forma. Valdir é motivado pela curiosidade e pelo desejo de adquirir conhecimento, visando inspirar e informar as pessoas sobre um estilo de vida saudável.

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