Não é novidade nenhuma que o excesso de peso é um problema que atinge o mundo todo: são 2,1 bilhões de pessoas com sobrepeso ou obesidade em todo o planeta, de acordo com pesquisa do Instituto de Métrica para a Saúde (IHME), da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, divulgada no ano passado. Já no Brasil, mais de 50% da população está acima do peso, segundo dados do Ministério da Saúde.
Para ter uma ideia melhor do tamanho do problema enfrentado, um grupo de pesquisadores utilizou dados mundiais do ano de 2005 como Índices de Massa Corporal (IMC) e distribuição de altura, com o intuito de descobrir a massa corporal média de pessoas adultas. Eles multiplicaram o resultado a que chegaram pelo tamanho de cada população e puderam obter o número da massa total – ou biomassa – de diversos países, o que também permitiu mostrar quais são os mais gordos e quais são os mais magros de todo o mundo.
A biomassa foi avaliada a partir do padrão já conhecido do IMC, em que um índice maior que 25 corresponde ao sobrepeso e superior a 30 equivale à obesidade. Abaixo você confere as listas com os países mais gordos e os mais magros do mundo, que abrange somente as nações com mais de 100 mil habitantes:
Os países mais gordos do mundo
- Estados Unidos
- Kuwait
- Croácia
- Catar
- Egito
- Emirados Árabes Unidos
- Trinidad e Tobago
- Argentina
- Grécia
- Bahrein
Os países mais magros do mundo
- Coreia do Norte
- Camboja
- Burundi
- Nepal
- República Democrática do Congo
- Bangladesh
- Sri Lanka
- Etiópia
- Vietnã
- Eritreia
Os cálculos dos cientistas ainda indicaram que a massa corporal média de uma pessoa é de 62 kg. Já o excesso de peso ficou em 15 milhões de toneladas métricas, o que corresponde a 242 milhões de pessoas com maior massa corporal do que a média do planeta.
Exemplo disso é que enquanto a América do Norte abriga apenas 6% da população mundial, o território também abrange 34% da biomassa dos habitantes da Terra. Já no continente asiático, onde está presente 61% da população do planeta, há apenas 13% da biomassa total.
Como o estudo foi feito utilizando dados de 2005 – praticamente uma década atrás – pode ser que hoje essa realidade seja ainda pior. De acordo com o site Hype Science, os pesquisadores por trás dos números alertam para o fato de que, segundo projeções populacionais, até o ano de 2050 o planeta terá 2,3 bilhões de pessoas a mais, o que trará demandas ecológicas e de recursos, tendo em vista que a massa corporal média da população também poderá aumentar.
“Nossos cenários sugerem que as tendências globais de massa corporal crescente terão implicações de recursos importantes. Combater a gordura da população pode ser crítico para a segurança alimentar e a sustentabilidade ecológica”, concluíram os cientistas.
Mas e o Brasil? Onde ele entra nessa lista?
Apesar de não ter aparecido nem na lista dos países mais gordos nem na dos mais magros, a partir dos últimos dados fornecidos podemos concluir que o Brasil pende para o lado mais gordo da balança.
Analisando os números apresentados pela Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), do Ministério da Saúde, podemos verificar que os índices de excesso de peso na população brasileira foram aumentando ao longo dos anos. Em 2006, quando o órgão iniciou a pesquisa, essa taxa era de 43%, em 2012 o número já aumentou para 48,5% e em 2013 e 2014, a taxa ficou entre 50,8 e 51%.
Já no estudo da Universidade de Washington, os números apresentados foram de 52,5% de excesso de peso nos homens de mais de 20 anos e 58,4% para as mulheres da mesma idade. Para a população masculina de menos de 20 anos essa taxa ficou em 22,1% e para as garotas da mesma faixa etária o índice foi de 24,3%.