Coma induzido: o que é, quando é necessário e riscos

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Você já ouviu falar sobre coma induzido? É um procedimento médico que consiste em colocar uma pessoa em um estado temporário de inconsciência profunda, por meio da administração de medicamentos sedativos, geralmente em um ambiente de UTI.

Esse procedimento é utilizado em diversas situações médicas, como após uma lesão cerebral traumática, para controlar a dor em pacientes com queimaduras graves, em casos de intoxicação ou envenenamento, entre outras situações em que a sedação é necessária para proteger o cérebro e outros órgãos vitais.

O objetivo do coma induzido é permitir que o corpo descanse e se recupere de um trauma ou lesão.

Durante o coma induzido, a atividade cerebral é reduzida, ajudando na recuperação do paciente. É importante ressaltar que o coma induzido é diferente do coma causado por doenças, uma vez que pode ser controlado e previsível pelo médico.

Esse processo geralmente ocorre em uma UTI, pois requer monitoramento intensivo do paciente, incluindo aparelhos que ajudam na respiração e monitorização constante dos sinais vitais.

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Isso é necessário para evitar complicações, como parada cardíaca, parada respiratória ou reações adversas aos medicamentos sedativos.

Após horas ou dias, o paciente pode acordar, quando a equipe médica decidir que é apropriado.

Durante todo o processo, o paciente é monitorado de perto por uma equipe médica e gradualmente retirado da sedação quando apropriado.

Você já conhecia o procedimento de coma induzido? Abaixo, você poderá entender em quais situações ele é necessário, como é realizado, qual é a duração do procedimento, como funciona a recuperação e quais são os possíveis riscos associados ao coma induzido.

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Em quais situações o coma induzido é necessário

Coma induzido
Doenças cardíacas, neurológicas e pulmonares graves, entre outras condições, podem requerer o coma induzido

O coma induzido é um procedimento médico cujo objetivo é colocar uma pessoa em um estado temporário de inconsciência profunda, por meio da administração de medicamentos sedativos.

Essa sedação profunda é feita com o uso de medicamentos semelhantes aos utilizados na anestesia geral e é necessária em casos em que o paciente tem um quadro de saúde muito grave ou delicado.

Mas em quais situações o coma induzido pode ser necessário? Alguns casos incluem:

  1. Traumatismo craniano, causado por acidentes ou quedas
  2. Controle da dor em pacientes com queimaduras graves
  3. Crises epilépticas, que não melhoram com medicamentos
  4. Doenças cardíacas graves, como arritmias, infarto ou insuficiência do coração (Conheça 10 doenças cardiovasculares, seus sintomas e tratamentos
  5. Insuficiência pulmonar grave, causada por pneumonia, enfisema ou câncer (Veja aqui como é o contágio da pneumonia e como prevenir)
  6. Doenças neurológicas graves, como AVC, meningite ou tumor cerebral
  7. Após cirurgias complicadas, como cirurgias cardíacas ou cerebrais, ou até mesmo após acidentes graves
  8. Câncer em estágios avançados
  9. Outras situações em que a sedação é necessária para proteger o cérebro e outros órgãos vitais

Como é realizado o coma induzido e quanto tempo ele dura

Você sabe como é realizado o coma induzido? Esse procedimento é realizado através da administração de medicamentos sedativos, que são similares aos utilizados na anestesia geral, como o Midazolam ou Propofol, que são injetados na veia do paciente em doses controladas.

Geralmente, é necessário um ambiente de UTI para monitoramento intensivo do paciente, incluindo aparelhos para auxiliar na respiração e monitorização constante dos sinais vitais.

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A duração do coma induzido pode variar conforme a situação do paciente, podendo durar horas, dias ou até mesmo semanas, até que o médico ou a médica responsável decida interromper o procedimento devido a melhora do estado de saúde do paciente ou para fazer exames clínicos.

É importante ressaltar que a equipe médica está sempre monitorando de perto o paciente durante todo o processo, e a sedação é retirada gradualmente quando apropriado.

Como o paciente se sente durante o procedimento? 

Durante o coma induzido, você não sentirá dor, desconforto ou qualquer outra sensação, já que estará em um estado de inconsciência profunda.

O medicamento sedativo administrado fará com que haja ausência de atividade cerebral e, portanto, você não será capaz de falar ou responder a estímulos externos, como sons ou toques.

Durante o coma induzido, embora pareça que você está dormindo, na verdade está em um estado de inconsciência profunda, sob constante monitoramento da equipe médica. 

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Muitas pessoas se perguntam se é possível escutar durante o coma. Quando está em um estado de coma profundo, a pessoa não está consciente e, portanto, não sente, não se mexe e não ouve.

Entretanto, existem diferentes níveis de sedação, a depender da dose do medicamento, e em alguns casos pode ser possível ouvir ou interagir, como se estivesse sonolento.

Quando se visita um familiar ou amigo que esteja em coma induzido, é importante interagir, já que algumas pessoas referem conseguir recordar de algumas situações, mesmo durante o coma.

Mostrar carinho e apoio, segurando a mão da pessoa, por exemplo, pode ajudar na recuperação.

Estudos indicam que estimular os sentidos de tato, audição, visão e olfato pode auxiliar na recuperação do coma, sendo importante seguir as orientações da equipe médica e realizar estímulos por um breve período e individualmente.

O que esperar na recuperação após o coma induzido

Quando uma pessoa é submetida a um coma induzido, a recuperação pode variar bastante.

Após despertar, algumas pessoas podem recuperar a consciência gradualmente à medida que a medicação é retirada, enquanto algumas pessoas podem não reagir ou progredir para um estado conhecido como vegetativo, onde elas não possuem consciência de si mesmas ou do ambiente ao seu redor.

A recuperação pode levar semanas ou até meses, e é importante que a pessoa receba acompanhamento médico e reabilitação para recuperar as funções físicas e cognitivas.

É normal que, após o coma induzido, a pessoa apresente fraqueza muscular e problemas de coordenação motora. 

Nesses casos, a reabilitação física pode ajudar a pessoa a recuperar a força muscular e a coordenação.

A pessoa que passou por um coma induzido também pode apresentar dificuldades cognitivas, como problemas de memória, raciocínio e concentração. 

Nessas situações, a reabilitação cognitiva pode ajudar a pessoa a recuperar essas funções.

É importante ressaltar que a recuperação depende do tipo de doença, da gravidade e das condições de saúde da pessoa, influenciada por questões como idade, condições de nutrição e uso de medicamentos. 

Algumas pessoas podem recuperar gradualmente, enquanto outras podem não melhorar durante anos.

Portanto, é fundamental que a pessoa conte com o acompanhamento médico e a reabilitação necessários para uma recuperação mais rápida e eficaz.

Possíveis riscos e complicações do coma induzido

Coma
Algumas complicações podem ocorrer durante o procedimento

Você sabia que o coma induzido pode apresentar riscos e complicações? Durante o procedimento, realizado com medicamentos sedativos, similares aos usados na anestesia geral, há uma série de possíveis riscos que devem ser levados em consideração.

Entre eles, podemos citar a ocorrência de infecções, reações alérgicas aos medicamentos sedativos, diminuição da pressão arterial e comprometimento da função renal ou hepática.

Além disso, em casos raros, pode ocorrer uma recuperação incompleta do coma, levando a sequelas neurológicas ou danos cerebrais permanentes.

No entanto, é importante ressaltar que essas complicações são evitadas com a monitorização contínua dos dados vitais do paciente e a constante avaliação pela equipe médica da UTI. 

O quadro de saúde de um paciente que precisa do coma induzido costuma ser grave, e o risco da sedação é menor do que o risco da própria doença.

Por isso, é fundamental que o paciente seja avaliado cuidadosamente antes de ser submetido ao coma induzido e que o procedimento seja realizado apenas quando estritamente necessário.

É importante também que os familiares do paciente estejam cientes dos possíveis riscos e complicações associados ao coma induzido, para que possam tomar uma decisão informada e estar preparados para qualquer eventualidade.

Lembre-se sempre de buscar informações com profissionais qualificados e confiáveis, para tomar decisões conscientes e garantir a sua saúde e a dos seus entes queridos.

Fontes e referências adicionais

Você já precisou ou conhece alguém que ficou em coma induzido? Sabia como ocorre e qual pode ser a sensação de estar em coma induzido? Sabia que os medicamentos utilizados são semelhantes aos da anestesia geral? Comente abaixo.

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Sobre Dr. Lucio Pacheco

Dr. Lucio Pacheco é Cirurgião do aparelho digestivo, Cirurgião geral - CRM 597798 RJ/ CBCD. Formou-se em Medicina pela UFRJ em 1994. Em 1996 fez um curso de aperfeiçoamento em transplantes no Hospital Paul Brousse, da Universidade de Paris-Sud, um dos mais especializados na Europa. Concluiu o mestrado em Medicina (Cirurgia Geral) em 2000 e o Doutorado em Medicina (Clinica Médica) pela UFRJ em 2010. Dr. Lucio Pacheco é autor de diversos livros e artigos sobre transplante de fígado. Atualmente é médico-cirurgião, chefe da equipe de transplante hepático do Hospital Copa Star, Hospital Quinta D'Or e do Hospital Copa D'Or. Além disso é diretor médico do Instituto de Transplantes. Suas áreas de atuação principais são: cirurgia geral, oncologia cirúrgica, hepatologia, e transplante de fígado. Para mais informações, entre em contato.

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