Aprenda como plantar amora em casa com o passo a passo desde o plantio e cultivo à colheita, além de dicas e cuidados para os melhores resultados.
Como se não bastasse ser saborosa, a amora é uma daquelas frutas são capazes de embelezar qualquer receita. Entretanto, o melhor de tudo é que ela é saudável e existem vários benefícios da amora por ser fonte de nutrientes como a vitamina E, fibras, potássio, vitamina C na sua composição.
Ou seja, para quem se preocupa em fazer refeições saudáveis, a fruta é uma ótima alternativa para o café da manhã, a sobremesa após o almoço ou jantar ou um lanchinho, por exemplo. Veja, por exemplo, essas receitas de geleia de amora diet e fit para acompanhar seus lanches.
No entanto, o melhor ainda seria se a amora for colhida fresca da sua própria casa.
Por que aprender como plantar amora?
A gente poderia falar a respeito da facilidade de poder colher a fruta fresquinha sempre que quiser saboreá-la ou utilizá-la em uma receita. Poderíamos justificar também que o hábito de plantar em casa pode se tornar um hobby ou passatempo para muitas pessoas.
No entanto, provavelmente o motivo mais relevante para aprender como plantar amora em casa é assegurar um alimento orgânico livre de agrotóxicos.
Mas você saberia dizer do que essas substâncias são acusadas? Bem, de acordo com o portal do Ministério da Saúde, o uso contínuo, indiscriminado e inadequado dessas substâncias é considerado um relevante problema ambiental e de saúde pública.
Ainda segundo o site, “os efeitos à saúde humana, decorrentes da exposição direta ou indireta aos agrotóxicos podem variar de acordo (com) a toxicidade, tipo de princípio ativo, dose, tempo de exposição e via de exposição”.
Crianças, gestantes, mulheres que amamentam, idosos e pessoas com a saúde debilitada são considerados os grupos mais susceptíveis aos efeitos dessas substâncias, completou o portal. Mas quais seriam as doenças causadas por agrotóxicos?
Estudos realizados pelo aluno de doutorado em Saúde Pública e Meio Ambiente da Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz (Ensp/Fiocruz), Cleber Cremonese, indicaram que parte dos agrotóxicos pode desregular o sistema endócrino, alterando os níveis de hormônios sexuais e provocando efeitos prejudiciais, especialmente para o sistema reprodutor.
Essas reações podem incluir câncer de mama, câncer de ovário, câncer de testículo, câncer de próstata, desregulação do ciclo menstrual, infertilidade, baixa na qualidade do sêmen e malformação de órgãos reprodutivos.
Em suas pesquisas, Cremonese avaliou moradores de Farroupilha (RS) – em um primeiro estudo, ele trabalhou com homens e mulheres adultos, trabalhadores rurais e seus familiares, que tinham entre 18 a 69 anos; no segundo ele analisou jovens das zonas rurais e urbanas com idade entre 18 a 23 anos.
Para chegar aos resultados apontados, o doutorando coletou amostras de sangue e sêmen e aplicou questionários.
Ele concluiu que seus estudos sugerem que as exposições crônicas aos agrotóxicos interferem na regulação dos hormônios sexuais nos adultos e na qualidade do sêmen dos jovens nas regiões onde o estudo foi conduzido.
Cleber afirmou ainda que o uso dos agrotóxicos já foi associado a outros problemas de saúde como doenças neurodegenerativas como Parkinson, distúrbios cognitivos, transtornos psiquiátricos, alterações respiratórias e imunológicas, problemas no fígado e nos rins e complicações na gestação como aborto, malformações congênitas e baixo peso ao nascer.
Por conta disso tudo, vale a pena saber quais são os alimentos com mais agrotóxicos no Brasil, a fim de evitá-los e procurar consumi-los orgânicos.
E então, como plantar amora em casa?
É justamente isso o que você vai conferir a seguir no passo a passo que separamos. Ele mostra como plantar amora em vaso:
- Você vai precisar de: um vaso com 80 cm de largura por 85 cm de profundidade, uma muda da árvore da amora – a famosa amoreira -, argila expandida, terra vegetal, cascalho pequeno, manta drenante e pá;
- Vale registrar que uma maneira indicada de preparar a terra é misturar com um pouco de húmus e fosfato;
- Com tudo em mãos e a terra preparada, o próximo passo é colocar a manta drenante no fundo do vaso, o que serve para permitir que a planta respire. Então, completar com uma camada de aproximadamente 5 cm de argila expandida;
- Na sequência, acrescentar uma camada de terra até em torno de 3 cm da borda do vaso;
- Agora é a hora de colocar a muda da árvore da amora no centro do vaso. Depois, completar com mais terra. Entretanto, tome cuidado ao adicionar a terra porque ela não pode ultrapassar a região entre o tronco e a raiz da planta. Recomenda-se ainda compactar a terra com as mãos até adquirir uma superfície uniforme;
- Em seguida, espalhar cascalho ao redor da amoreira e realizar a primeira irrigação da planta. A amoreira é conhecida como uma árvore que aprecia a umidade, no entanto, é necessário prestar atenção para não afogar a planta. Nos casos de localidades em que chove frequentemente, a água da própria chuva pode ser suficiente para manter a unidade natural do solo. Portanto, é importante ficar atento em relação a isso.
Outras dicas e orientações
- Embora considere-se que a amora tenha bom crescimento em todo o território nacional brasileiro, um ambiente frio e úmido é o considerado ideal para a amoreira, que aprecia um clima temperado subtropical e gosta de uma temperatura entre 24º C e 28º C;
- A amora precisa de um solo profundo, bem drenado, fértil e que tenha boa retenção de umidade, ao mesmo tempo em que não alague. O pH desse solo deve ser entre 5,5 a 6,5;
- É esperado que os primeiros frutos comecem a surgir a partir de um ano e meio depois do plantio da amora;
- Recomenda-se manter o vaso com o cultivo da amora em local ensolarado – a planta necessita de alta luminosidade com pelo menos quatro horas diretas de sol diariamente;
- Outro conselho a se destacar é que a poda da amoreira deve acontecer somente no inverno.
Vídeo:
Gostou das dicas?
Fontes e Referências Adicionais:
- https://www.ars.usda.gov/plains-area/gfnd/gfhnrc/docs/news-2014/blueberries-and-health/
- https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2850944/