Um recente estudo divulgado na renomada revista científica Alzheimer’s Research & Therapy lança luz sobre a possível conexão entre estresse crônico e o aumento do risco de Alzheimer. Os dados revelam que indivíduos previamente diagnosticados com estresse têm duas vezes mais chances de desenvolver esta condição neurológica.
Essa estatística se torna ainda mais alarmante quando unimos o estresse crônico à depressão. A pesquisa mostra que, nesses casos, o risco de Alzheimer pode ser ampliado em até quatro vezes. Adicionalmente, há também a preocupação com o desenvolvimento de comprometimento cognitivo. No entanto, os especialistas ressaltam que, embora significativos, esses riscos ainda são pequenos e as causas concretas permanecem um mistério.
Tendo em vista a importância da prevenção, essa descoberta se mostra crucial. Ao entender a correlação entre estresse, depressão e Alzheimer, é possível intensificar esforços preventivos e explorar conexões com outros fatores de risco para demências.
O estudo em questão analisou dados de 44.447 pacientes em Estocolmo, com idades variando entre 18 a 65 anos, diagnosticados com estresse crônico e/ou depressão. Estes indivíduos foram monitorados durante oito anos para identificar possíveis diagnósticos de problemas cognitivos leves ou Alzheimer. Os pesquisadores destacam a raridade de demência em pessoas dessa faixa etária, ressaltando a necessidade de identificar todos os possíveis fatores de risco.
Revisando literaturas anteriores, em 2022, um estudo relacionado mostrou que extensas horas de estresse, principalmente laborais, podem ser um gatilho para depressão. Aqueles que trabalham mais de 90 horas semanalmente demonstraram ter três vezes mais sintomas depressivos em comparação àqueles que trabalham entre 40 a 45 horas.
Já outra pesquisa revelou interessantes insights sobre como o cérebro de indivíduos deprimidos reage ao estresse. Foi observado que a alteração do glutamato em certas regiões cerebrais foi influenciada pelos níveis individuais de estresse.
O impacto do estresse no corpo humano vai além das funções cerebrais. Em 2022, descobriu-se que o estresse pode acelerar o envelhecimento do sistema imunológico, elevando os riscos de enfermidades graves como câncer e problemas cardiovasculares.
Picos de estresse, por mais que possam favorecer aspectos como motivação e foco a curto prazo, são potencialmente prejudiciais a longo prazo. Portanto, além de aumentar o risco para Alzheimer, o estresse pode ainda prejudicar o córtex pré-frontal, que está ligado a funções cognitivas responsáveis por planejar, organizar, solucionar problemas e regular impulsos.
Embora o estresse possa, ocasionalmente, potencializar certas funções cognitivas, seus efeitos crônicos podem trazer sérias implicações à saúde mental e física. Fica a reflexão sobre a necessidade de cuidados contínuos e atenção ao bem-estar emocional para manter uma vida equilibrada e saudável.