A cloroquina, assim como outros remédios, é um medicamento que se tornou amplamente conhecido durante a pandemia.
Apesar das inúmeras controvérsias, e até mesmo a defesa de algumas autoridades, já se sabe que este remédio não possui uma ação preventiva nem pode ajudar a curar o novo coronavírus.
Agora, um novo estudo realizado pela Universidade Federal do Paraná, a UFPR, demonstrou que, além de não auxiliar contra a COVID-19, a cloroquina ainda pode ter um efeito tóxico nas células vasculares.
Sendo assim, entenda o que diz o estudo sobre o uso da cloroquina e saiba exatamente para que funciona este remédio.
Lesão nas células torna inoperante a cloroquina contra a COVID-19
O estudo realizado pela UFPR foi publicado recentemente na revista Toxicology and Applied Pharmacology.
A pesquisa tinha como objetivo avaliar o comportamento de células endoteliais humanas extraídas de vasos sanguíneos.
Os pesquisadores verificaram como estas células agem em pessoas com a doença de Febry. A doença de Febry é uma doença genética rara que acomete vários órgãos.
Os pesquisadores cultivavam as células com a presença da cloroquina em uma solução para preservar as células por 72 horas.
Desta forma, eles avaliaram que, durante este período, as células incubadas pararam de produzir substâncias que protegiam a célula e passaram a criar substâncias tóxicas em excesso.
Como o medicamento age na COVID-19
De acordo com a professora Andréa Emília Marques Stinghen, chefe da pesquisa, as células cultivadas em laboratório possuem comportamento semelhante à de células endoteliais infectadas pelo vírus Sars-Cov-2.
Sendo assim, a lesão nas células pode contribuir com o fracasso da cloroquina como terapia para o tratamento da COVID-19, conforme esclarece Stinghen.
Além disso, de acordo com o responsável pelo estudo, a cloroquina pode apresentar outros efeitos adversos e agravar o quadro do novo coronavírus.
Para a pesquisadora, embora a cloroquina diminua a replicação viral, ela também promove uma toxicidade que pode potencializar a infecção.
Diversos outros estudos e pesquisas já comprovaram que o tratamento com cloroquina ou hidroxicloroquina não funciona contra a COVID-19.
Do mesmo modo, os especialistas alertam que não há evidências sérias de que a associação de hidroxicloroquina com azitromicina ajude em casos graves ou até mesmo leves.
Pelo contrário: conforme as autoridades sanitárias, a combinação poderia acentuar reações adversas ao coração.
Por fim, a organização mundial da saúde não recomenda o tratamento com a cloroquina para o novo coronavírus e os especialistas não reconhecem nenhum tratamento precoce para a COVID-19.
Cloroquina: o que é e para que serve
A cloroquina é um medicamento indicado principalmente em casos de malária. Da mesma forma, os médicos também receitam este medicamento no tratamento de doenças como a artrite reumatoide e autoimunes como lúpus eritematoso.
Os especialistas advertem que é preciso cautela na hora de usar este remédio. Portanto, consulte sempre um especialista antes de tomar qualquer medicamento.
De acordo coma bula deste medicamento, alguns efeitos colaterais da cloroquina incluem:
- Movimentos involuntários como espasmos da língua e do rosto;
- Surdez e zumbidos do ouvido;
- Náusea, vômitos, diarreia e dores abdominais;
- Dor de cabeça;
- Alteração de humor, mudanças e confusões mentais;
- Sinais de infecção tal como febre alta, calafrios profundos, e dor de garganta persistente;
- Problemas de pele, como coceira, mudança de cor, perda de cabelo, entre outros.
Além destes sintomas, a cloroquina, em casos mais raros, causa problemas cardiovasculares e alterações no sangue. Além disso, ela ainda pode causar dificuldades para respirar.
Você ainda pode notar uma fraqueza muscular. Por fim, há a possibilidade de inchaço nos tornozelos e nas pernas.