Fibroadenoma: o que é, tipos e qual a relação com o câncer de mama

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O fibroadenoma é um tumor benigno muito comum, que pode se formar na mama e ser percebido durante a palpação no autoexame. O aparecimento de qualquer nódulo nas mamas pode ser bastante assustador, por ser rapidamente associado a um câncer de mama. 

Mas, nem todo nódulo que se forma na mama representa um tumor maligno. Segundo a Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia), somente 0,1 a 0,3% dos casos de fibroadenoma possuem o risco de evoluir para um câncer de mama.

Veja mais detalhes sobre o que é o fibroadenoma e seus sintomas, as causas, os tipos e sua relação com o câncer de mama.  

Fibroadenoma: o que é?

Fibroadenoma
O fibroadenoma é um tumor benigno que surge nos seios

O fibroadenoma é um tumor benigno, muito comum em mulheres jovens, que estão em idade fértil, abaixo de 35 anos de idade. Mas, podem surgir em mulheres de qualquer idade, inclusive em homens, apesar de ser bastante raro. 

As características de um fibroadenoma são:

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  • Nódulo fibroso, com consistência semelhante a de uma borracha escolar.
  • Indolor
  • Possui margens bem delimitadas.
  • A maioria tem entre 2 e 3 cm.
  • São lisos ao toque.
  • Facilmente movido sob a pele, de um lado para o outro, quando pressionado. 
  • Pode se formar em apenas uma mama, ou nas duas.
  • Pode ser único ou surgirem vários fibroadenomas.

Apesar de ser indolor, pode provocar um leve desconforto na região, quando a mulher está próxima ao período menstrual. Esse incômodo pode ser percebido, quando a mulher se deita de bruços, por exemplo. 

O fibroadenoma também pode ser completamente assintomático. Algumas vezes, podem aparecer fibroadenomas nas axilas, se houver tecido mamário na região. 

Um tumor maligno apresenta características diferentes de um fibroadenoma, pois possui um formato irregular e não definido, além de ser fixo em um local, bem aderido às células vizinhas. 

Com o tempo, o tumor maligno causa alterações nos mamilos, no formato do seio e pode provocar a saída de secreções. Também pode causar mudanças no aspecto geral do seio, deixando-o mais retraído, ou inchado, e mais avermelhado. Confira algumas maneiras de reduzir os riscos de ter câncer de mama.

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Causas do fibroadenoma

A causa do fibroadenoma não é completamente conhecida, mas parece ter relação com os hormônios reprodutivos, os receptores de estrogênio, por surgirem preferencialmente na idade reprodutiva da mulher, sendo mais frequente naquelas que tomam anticoncepcional

O fato dos fibroadenomas aumentarem de tamanho durante a gestação, quando os níveis hormonais estão altos, e diminuírem, desaparecerem ou calcificarem durante a menopausa, período de baixa hormonal, reforça essa associação. 

Tipos e relação com o câncer de mama

O fibroadenoma, na maior parte dos casos, é do tipo simples, que não traz preocupações em relação ao câncer de mama. 

Mas, há outros tipos de fibroadenoma, que devem ser acompanhados de perto por um médico ou médica mastologista, para observar possíveis alterações indicativas de câncer de mama.  

  • Simples: são os mais comuns e podem aparecer em uma ou nas duas mamas, sendo único ou múltiplos. Possuem menos do que 3 cm e apresentam um aspecto uniforme. Podem desaparecer e aparecer novamente, após um tempo. 
  • Complexos: esse tipo de fibroadenoma apresenta maior risco de se tornar maligno, pois envolve alterações em sua forma, por causa do crescimento de células. 
  • Gigante: Não são muito comuns, e são caracterizados por um crescimento muito rápido, podendo atingir de 10 a 15 cm. 
  • Juvenil: recebe esse nome, por surgir em mulheres mais jovens (antes dos 20 anos), cerca de dois anos após a menarca, que é a primeira menstruação. Como apresenta crescimento rápido, é perceptível à palpação e, geralmente, causa assimetria na mama. 

O único tipo que parece aumentar os riscos de se desenvolver um câncer de mama no futuro é o complexo. Alguns estudos indicam que esse tipo de fibroadenoma pode aumentar até 50% as chances de um câncer de mama. 

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Os demais são tumores benignos que não oferecem riscos significativos para um câncer de mama, mas devem ser acompanhados, como uma medida preventiva

Diagnóstico do fibroadenoma

Exame no seio
O diagnóstico pode ser feito por meio do exame físico de palpação da mama

O diagnóstico do fibroadenoma pode ser feito por um médico ou médica ginecologista ou mastologista, por meio do exame físico, que consiste na palpação da mama, e por exames de imagem, como o ultrassom mamário ou mamografia

Em alguns casos, é feita a retirada de uma amostra do nódulo por punção aspirativa, para uma biópsia em laboratório, em que se avalia os tipos de células que constituem o fibroadenoma, se são simples ou complexas.

Geralmente, a biópsia é feita quando a mulher apresenta idade mais avançada ou quando as características do fibroadenoma indicam maiores riscos de evoluir para um câncer de mama. 

Uma vez que o fibroadenoma é confirmado, ou seja, constatado que se trata de um nódulo benigno, a mulher é acompanhada pelo seu médico ou médica por cerca de 1 ano e meio, com consultas para exame físico (palpação da mama) e ultrassom, a cada 6 meses.

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Tratamentos do fibroadenoma

Inicialmente, não é feito nenhum tratamento, somente o acompanhamento, para observar possíveis alterações no fibroadenoma. 

Um tratamento indicado em alguns casos é a mamotomia, que é a aspiração à vácuo do fibroadenoma guiada por ultrassom, muito semelhante à biópsia.

Como os fibroadenomas tendem a desaparecer espontaneamente com o tempo, a cirurgia para remoção do tumor é raramente indicada, exceto nos casos em que provocam muito desconforto. A cirurgia pode ser feita com anestesia local ou geral.  

Para fazer uma cirurgia, o médico ou médica leva em consideração muitos fatores, como a idade da mulher, o tamanho do nódulo, se aumentou durante os meses de acompanhamento e a vontade da paciente. Algumas mulheres se sentem mais tranquilas com a retirada do fibroadenoma, para descartar qualquer risco de câncer de mama. 

Mesmo com a retirada cirúrgica do fibroadenoma, existe o risco de recidiva, ou seja, de retorno do fibroadenoma. 

Então, se o fibroadenoma não for do tipo complexo, não envolver lesões de risco nos ductos, for menor do que 2 cm e a paciente tiver menos do que 30 anos de idade, o médico recomenda fortemente o manejo conservador, ou seja, sem procedimento cirúrgico. 

Recomendações

É recomendado que você faça exames anuais preventivos após os 40 anos de idade, como o ultrassom e a mamografia. 

Para todas as idades, é recomendado o autoexame e o conhecimento do formato das mamas, para que possíveis alterações ou formações de nódulos sejam facilmente reconhecidas. 

Mesmo que o fibroadenoma seja um tumor benigno, com baixo risco de evoluir para um câncer, ele deve ser avaliado e acompanhado. O cuidado deve ser redobrado caso você tenha predisposição genética para câncer de mama. 

Fontes e referências adicionais

Você sabia que nem todo nódulo na mama é sinal de um câncer? Quais características de um tumor benigno, como o fibroadenoma, você não conhecia? Comente abaixo!

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Sobre Dr. Lucio Pacheco

Dr. Lucio Pacheco é Cirurgião do aparelho digestivo, Cirurgião geral - CRM 597798 RJ/ CBCD. Formou-se em Medicina pela UFRJ em 1994. Em 1996 fez um curso de aperfeiçoamento em transplantes no Hospital Paul Brousse, da Universidade de Paris-Sud, um dos mais especializados na Europa. Concluiu o mestrado em Medicina (Cirurgia Geral) em 2000 e o Doutorado em Medicina (Clinica Médica) pela UFRJ em 2010. Dr. Lucio Pacheco é autor de diversos livros e artigos sobre transplante de fígado. Atualmente é médico-cirurgião, chefe da equipe de transplante hepático do Hospital Copa Star, Hospital Quinta D'Or e do Hospital Copa D'Or. Além disso é diretor médico do Instituto de Transplantes. Suas áreas de atuação principais são: cirurgia geral, oncologia cirúrgica, hepatologia, e transplante de fígado. Para mais informações, entre em contato.

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