Finasterida tópica para tratamento da calvície – Como funciona

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A possibilidade de usar a finasterida tópica para tratamento da calvície chama a atenção de muitas pessoas, tanto de quem sofre com esse tipo de perda de cabelo quanto das pessoas que conhecem alguém com o problema.

A versão oral, ou em comprimidos revestidos, de finasterida pode ser prescrita para o tratamento da calvície de padrão masculino, também conhecida como alopecia androgenética.

Neste caso, o medicamento reduz especificamente os níveis do hormônio dihidrotestosterona (DHT), que é considerada a causa principal da queda de cabelo de padrão masculino, sendo responsável pelo afinamento dos fios de cabelo.

Mais especificamente, o remédio é um inibidor da 5-alfa-redutase, o que significa que ele impede a ação dessa enzima de converter testosterona em DHT.

Calvície
A finasterida pode ser prescrita para o tratamento da calvície de padrão masculino

É importante mencionar que a bula da finasterida oral informa que o uso do remédio é indicado apenas para os homens e não deve ser utilizado por mulheres e crianças.

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Mas e quanto à finasterida tópica? Será que existe alguma diferença em relação à sua versão oral?

Como funciona a finasterida tópica para tratamento da calvície?

No Brasil, a finasterida 1 mg foi aprovada para tratamento da calvície masculina no ano de 1998. Entretanto, além de ser conhecida como um remédio para a alopecia androgenética, ela também é famosa pelos seus efeitos colaterais.

Entre as reações que geram preocupação estão: problemas de ejaculação, diminuição do desejo sexual e dificuldade de ter ereção. Como o medicamento é de uso contínuo e prolongado, a possibilidade de ter impotência ou perder a libido afasta alguns homens.

Acredita-se que a finasterida tópica tenha uma menor absorção sistêmica, portanto, ela poderia ser uma alternativa nesses casos.

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A empresa suíça Polichem desenvolveu uma formulação de finasterida tópica a 0,25%. líquida e em solução spray. O composto, que inicialmente recebeu o nome de P-3074, foi testado em voluntários na Bélgica, Alemanha, Hungria, Rússia e Espanha.

Os resultados preliminares foram animadores, uma vez que em testes iniciais, a finasterida tópica conseguiu reduzir os níveis de DHT no sangue em aproximadamente 70%, valor semelhante ao produzido pela finasterida 1 mg oral.

Adicionalmente, no couro cabeludo, a diminuição do nível de DHT foi até maior com o uso da finasterida tópica uma vez ao dia do que com a finasterida oral.

O estudo também apontou evidências de uma baixa absorção sistêmica: por exemplo, a concentração de finasterida no sangue após a aplicação tópica do remédio foi bem menor, quase indetectável.

Além disso, outro indício da baixa absorção sistêmica da versão tópica foi a concentração de testosterona no sangue. O estudo não identificou mudanças nos níveis do hormônio com o uso do remédio tópico, algo que costuma ocorrer com a medicação oral.

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No entanto, eram necessários testes comparativos entre a finasterida tópica e a finasterida 1 mg oral, além de outros estudos para determinar as dosagens adequadas.

Finasterida tópica x oral

Em uma pesquisa publicada no Journal of the European Academy of Dermatology & Venereology, 323 pacientes com calvície foram analisados e detectou-se que tanto aqueles que usaram a finasterida tópica 0,25% quanto os que utilizaram a finasterida oral 1 mg obtiveram bons resultados no crescimento capilar.

Além disso, outro estudo divulgado no International Journal of Clinical Pharmacology and Therapeutics testou as duas versões dos medicamentos em 24 homens com alopecia androgenética. A finasterida tópica gerou uma redução de 75% na concentração de DHT.

Assim, a finasterida tópica apareceu no mercado brasileiro no ano de 2021. Ela é comercializada em combinação com o minoxidil, que age como vasodilatador, proporcionando que mais nutrientes cheguem ao folículo capilar, e afeta positivamente as fases de crescimento do cabelo.

A combinação das duas substâncias tem o objetivo de que uma complemente a outra na eficácia do tratamento da calvície masculina.

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Mas, é importante destacar que a finasterida tópica ainda não é o tratamento padrão adotado pelos dermatologistas contra a alopecia androgenética. A finasterida oral ainda é o formato mais antigo, estudado e indicado para a calvície masculina.

Assim, o paciente que preferir a versão tópica no lugar da oral deve falar sobre o assunto com o dermatologista responsável pelo seu tratamento e perguntar se não é possível usar a versão tópica do remédio no seu caso. Você não deve se automedicar com a finasterida tópica ou oral.

Finasterida
Finasterida oral / Reprodução: via Medley

Efeitos colaterais

Como vimos, a formulação da versão tópica tem o objetivo de diminuir os efeitos colaterais do remédio oral. Algumas reações são reduzidas, entretanto, outras continuam para os dois formatos. Por exemplo, os riscos incluem coceira no couro cabeludo, irritação e caspa. 

Em 2022, foi publicado um ensaio clínico que analisou o uso tópico da finasterida 0,25% em spray, aplicado uma vez ao dia. 

Até então em fase três, o estudo sugeriu que a eficácia do produto é semelhante nas duas apresentações, entretanto, os pacientes que utilizaram a versão tópica registraram efeitos colaterais mínimos.

Porém, é preciso ter calma, uma vez que ainda não é possível saber os resultados e os efeitos colaterais do medicamento em longo prazo.

Fontes e referências adicionais

Você sabia que existe a opção da Finasterida tópica para tratamento da calvície? Conhece alguém que tenha experimentado? Comente abaixo!

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Sobre Dra. Akemi Martins

Dra. Akemi Martins Higa é bióloga, formada pela Universidade Federal de São Carlos em 2011. Doutora na área de Medicina Tropical e Saúde Internacional, com ênfase em doenças neurodegenerativas, pela Universidade de São Paulo. Tem experiência na área de nanotecnologia e imunologia aplicada ao diagnóstico de neuromielite óptica e esclerose múltipla. Para mais informações, entre em contato.

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