O Brasil é um dos países com mais casos de hanseníase no mundo. Saiba então o que é, quais os sintomas e como tratar a doença.
A hanseníase é uma doença de pele transmissível que pode causar úlceras na pele e danificar os nervos. Aliás, veja também todos os tipos de úlceras e como tratar.
Apesar de ser mais notada na pele, a hanseníase também pode prejudicar os olhos, os nervos periféricos e outros órgãos. Caso a condição não receba o tratamento adequado, complicações sérias de saúde podem surgir.
Confira então como identificar os sintomas da hanseníase e entenda como é o tratamento.
Hanseníase – O que é
A hanseníase ou lepra é uma infecção causada pela bactéria Mycobacterium Leprae ou bacilo de Hansen.
Tal infecção é crônica e progressiva, isto é, piora ao longo do tempo. Além de lesões na pele, a infecção pode afetar os nervos, o revestimento do nariz e também o trato respiratório.
Tipos de hanseníase
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a hanseníase é classificada em duas categorias:
- Hanseníase paucibacilar: em que há no máximo 5 lesões e nenhuma bactéria presente na amostra de pele;
- Hanseníase multibacilar: caso em que há muitas lesões e a bactéria causadora da doença é identificada.
Mas essa não é a única classificação da doença. Alguns especialistas preferem determinar o tipo de hanseníase com base na resposta imunológica. Com isso, temos os seguintes tipos:
- Tuberculoide: versão leve e moderadamente contagiosa em que a pessoa sofre apenas algumas lesões na pele;
- Virchowiana: tipo mais grave de lepra que, além de ser mais contagiosa, pode afetar a pele, os nervos e outros órgãos;
- Limítrofe: nesse caso, é uma versão moderada da doença que apresenta sintomas tanto da hanseníase tuberculoide quanto da virchowiana.
Independente do tipo, a transmissão da lepra se dá pelo contato com secreções das vias aéreas e por gotículas de saliva.
A lepra não é altamente contagiosa, mas o contato muito próximo e repetido com alguém infectado pode causar a doença.
Sintomas da hanseníase
Os principais sintomas da doença são:
- Manchas e lesões na pele;
- Fraqueza muscular;
- Dormência nas mãos, braços, pés ou pernas;
- Sensibilidade ao calor no local das manchas;
- Dor ou sensibilidade nas lesões.
Além disso, outra característica marcante da lepra é que a lesão não cicatriza – mesmo depois de muitas semanas. As lesões também podem ser mais claras do que o tom da pele ou mais avermelhadas.
Por outro lado, a lepra também pode ser assintomática. Isso acontece porque a bactéria da hanseníase se multiplica muito devagar. Aliás, o período de incubação da lepra pode ser de até cinco anos – segundo informações da Organização Mundial da Saúde.
Como tratar
Quanto antes você começar o tratamento, maiores são as chances de cura. Por isso, é importante ir ao médico ao notar qualquer sintoma para obter um diagnóstico precoce.
Se houver suspeita de hanseníase, uma pequena amostra da pele é retirada para fazer uma biópsia. Há também a opção de fazer um teste cutâneo no antebraço para identificar o tipo de hanseníase.
Felizmente, a hanseníase tem cura e o tratamento está disponível para todos – inclusive pelo SUS.
O tratamento da lepra consiste na combinação de antibióticos que podem incluir:
- Rifampicina;
- Dapsona;
- Clofazimina;
- Ofloxacina;
- Minociclina.
Além deles, também é provável que seu médico indique o uso de anti-inflamatórios, como por exemplo:
- Aspirina;
- Prednisona;
- Talidomida.
Antes de mais nada, é preciso ter paciência, pois o tratamento é longo e deve ser seguido até o final.
A hanseníase paucibacilar tem o tratamento médio de 6 meses. Por outro lado, a hanseníase multibacilar pode precisar de tratamento por 1 ou 2 anos.
Mas em ambos os casos, o quanto antes você iniciar o tratamento, menor é o risco de danos aos tecidos e de complicações de saúde mais graves.
Prevenção
Não há uma forma comprovada de evitar a hanseníase. Mas tomar a vacina BCG pode ajudar.
Apesar dessa vacina não proteger contra a hanseníase, ela age contra a tuberculose – doença causada por uma bactéria da mesma família. Por isso, ter essa vacina em dia pode reduzir o risco de ter lepra.
Além disso, é indicado evitar o contato próximo com pessoas que têm hanseníase e não tratam a condição da forma adequada.
Certamente, medidas básicas de higiene também podem diminuir o risco de contágio pela bactéria.
Mas mesmo fazendo o tratamento, podem ocorrer complicações permanentes. Por isso, o trabalho preventivo e o tratamento precoce é tão importante.
Fontes e Referências Adicionais
- Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical – Aspectos epidemiológicos, clínicos e operacionais de portadores de hanseníase atendidos em um serviço de referência no estado do Maranhão, Brasil
- Centers for Disease Control and Prevention (CDC) – Hansen’s disease (leprosy)
- World Health Organization – Leprosy
- National Organization for Rare Disorders – Leprosy
- World Health Organization – Leprosy (Hansen’s disease)
- American Academy of Dermatology Association – Leprosy still occurs in the United States: are you at risk?
- DermNet NZ – Leprosy
- WebMD – Leprosy
Fontes e Referências Adicionais
- Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical – Aspectos epidemiológicos, clínicos e operacionais de portadores de hanseníase atendidos em um serviço de referência no estado do Maranhão, Brasil
- Centers for Disease Control and Prevention (CDC) – Hansen’s disease (leprosy)
- World Health Organization – Leprosy
- National Organization for Rare Disorders – Leprosy
- World Health Organization – Leprosy (Hansen’s disease)
- American Academy of Dermatology Association – Leprosy still occurs in the United States: are you at risk?
- DermNet NZ – Leprosy
- WebMD – Leprosy