O mebendazol é um medicamento que combate parasitas e vermes que invadem o intestino e causam verminoses, como a lombriga, a solitária e a cisticercose.
O mebendazol é classificado como um anti-helmíntico e é encontrado na forma de comprimido e de suspensão oral, com os nomes comerciais Pantelmin®, Belmirax® e Helmilab®.
Este medicamento pode ser usado por adultos e crianças a partir de 1 ano de idade, com prescrição médica.
Veja para que serve o mebendazol, como evitar as verminoses, como tomar o medicamento, quais são as contraindicações e os seus possíveis efeitos colaterais.
Para que serve o mebendazol
O mebendazol é um anti-helmíntico usado no tratamento de verminoses causadas por um ou por vários parasitas, condições chamadas de infestação isolada ou mista, respectivamente.
O mebendazol é indicado, principalmente, para o combate das seguintes espécies de parasitas:
- Ascaris lumbricoides: lombriga.
- Trichuris trichiura: parasita causador da tricuríase.
- Enterobius vermicularis: oxiúro.
- Ancylostoma duodenale: parasita causador da ancilostomíase.
- Necator americanus: parasita que também causa ancilostomíase.
- Taenia solium: tênia da carne de porco, causador da teníase (solitária) e cisticercose.
- Taenia saginata: tênia da carne bovina, também causa teníase e cisticercose.
Para pessoas que moram em áreas endêmicas, ou seja, onde há uma alta incidência de verminoses, o mebendazol pode ser usado em um plano de tratamento regular, de 3 a 4 vezes ao ano, para manter a carga parasitária abaixo dos níveis que desencadeiam os sintomas.
Como evitar as verminoses
As verminoses tratadas com mebendazol podem atingir desde crianças até adultos, de todas as classes sociais. Felizmente, elas são evitáveis com alguns cuidados básicos de higiene:
- Beba apenas água filtrada ou fervida.
- Lave muito bem as frutas, verduras e legumes.
- Cozinhe bem os alimentos, especialmente as carnes.
- Ande com os pés sempre calçados.
- Lave as mãos antes de se alimentar e após usar o banheiro.
- Mantenha as unhas sempre curtas e limpas.
- Mantenha seu banheiro sempre limpo e higienizado.
Os vermes causadores das verminoses infestam o intestino, causando sintomas como dor no abdômen, náuseas, vômitos, diarreia, perda de peso não intencional, perda de apetite e problemas respiratórios. Veja se verme dá sono e cansaço.
O mebendazol desintegra os vermes nematódeos e cestódeos, promovendo a sua eliminação nas fezes.
Como tomar o mebendazol
O mebendazol é apresentado na forma de suspensão oral de 20 mg/mL, que deve ser bem agitada antes de beber.
Se a infestação for causada por nematódeos, como o Ascaris lumbricoides (lombriga), Trichuris trichiura, Enterobius vermicularis, Ancylostoma duodenale e Necator americanus, a dose recomendada é de 5 mL do copo-medida, 2 vezes ao dia, durante 3 dias consecutivos, independentemente do peso ou idade da pessoa.
Já para tratar infestações por cestódeos, Taenia solium e Taenia saginata, a dose recomendada é de 10 mL, 2 vezes ao dia, por 3 dias consecutivos. Para as crianças acima de 1 ano de idade, a dose recomendada é 5 mL, 2 vezes ao dia, por 3 dias consecutivos.
Há também a forma de apresentação em comprimido de 500 mg, que deve ser administrado em dose única tanto para crianças quanto para adultos, para tratar verminoses causadas por nematódeos.
Não é preciso tomar laxantes ou fazer uma dieta especial durante o tratamento com o mebendazol.
Contraindicações do mebendazol
O mebendazol não é indicado para crianças menores de 1 ano de idade e para aquelas pessoas que possuem alergia à substância ou a qualquer outro componente da fórmula.
A contraindicação para crianças com menos de 1 ano de idade existe porque houve alguns relatos de convulsão após o uso do mebendazol nesta faixa etária.
Porém, o uso do medicamento nesta fase da vida pode ser justificado, quando o benefício potencial superar o risco potencial. Por exemplo, se a criança estiver com uma infestação que a coloca em risco de vida, o médico ou médica pediatra pode prescrever o medicamento, se não houver nenhum outro substituto.
O mebendazol também é contraindicado para grávidas e lactantes, a menos que seja prescrito por um médico ou médica que tenha avaliado o caso e considerado que os benefícios do uso do medicamento superam os riscos potenciais.
Possíveis efeitos colaterais do mebendazol
Os efeitos colaterais mais comumente relatados por quem usou o mebendazol foram:
- Dor de estômago.
- Gases.
- Diarreia.
- Náuseas.
- Vômitos.
- Erupções na pele.
Se o mebendazol for utilizado por tempo e doses superiores aos recomendados pelo médico ou médico, podem ocorrer efeitos colaterais mais graves:
- Distúrbios no sangue, nos rins e no fígado.
- Perda de cabelo, que pode ser permanente (alopecia).
Interações medicamentosas do mebendazol
O mebendazol não deve ser usado juntamente com cimetidina, um medicamento para diminuir a acidez estomacal, pois ela pode inibir o metabolismo do mebendazol no fígado, levando à concentração do fármaco no organismo.
O mebendazol também não deve ser usado em combinação com o metronidazol, um antibiótico que também tem ação contra amebas e alguns protozoários.
É preciso relatar ao seu médico ou médica se estiver usando cimetidina ou metronidazol, para que seja avaliada a necessidade de ajuste da dose de mebendazol ou a suspensão de algum medicamento.
Fontes e referências adicionais
- Tratamento da ancilostomíase, ascaridíase e tricocefalíase por meio do albendazol ou do mebendazol, Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo, 1983; 25(6): 294-299.
- Mebendazole and related anthelmintics, Advances in Pharmacology, 1982; 19: 67-128.
- Albendazole, mebendazole and praziquantel, Review of Non-clinical Toxicity and Pharmacokinetics, Acta Tropica, 2003; 86(2-3): 141-159.
- Ensaio clínico com mebendazole nas teníases, Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, 1973; 7: 225-229.
Fontes e referências adicionais
- Tratamento da ancilostomíase, ascaridíase e tricocefalíase por meio do albendazol ou do mebendazol, Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo, 1983; 25(6): 294-299.
- Mebendazole and related anthelmintics, Advances in Pharmacology, 1982; 19: 67-128.
- Albendazole, mebendazole and praziquantel, Review of Non-clinical Toxicity and Pharmacokinetics, Acta Tropica, 2003; 86(2-3): 141-159.
- Ensaio clínico com mebendazole nas teníases, Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, 1973; 7: 225-229.