Gilmara Bertini, empreendedora, enfrentou um desafio monumental ao ser diagnosticada com câncer no cérebro em duas ocasiões distintas, com uma diferença de 13 anos entre os episódios. As duas formações tumorais, de características similares, desenvolveram-se no lado direito do cérebro.
Curiosamente, seu primeiro indicativo da doença foi um sintoma aparentemente comum: um formigamento no lado esquerdo do corpo.
O primeiro indicativo
Quando tinha 29 anos, Gilmara passou três dias com essa sensação persistente. Ela jamais imaginou que esse incômodo, mais perceptível em momentos de relaxamento, fosse um prenúncio de uma condição tão grave.
Especialistas em neurologia enfatizam que sintomas como formigamento ou dormência podem ser indicativos de um tumor cerebral. Alterações nos sentidos, dificuldade de audição e perda de equilíbrio também são sinais de alerta para câncer neurológico.
Especialistas em neurocirurgia esclarecem que os sintomas primordiais não são necessariamente associados ao tipo de tumor, mas sim à localização cerebral e à natureza agressiva do tumor.
Detalhes sobre o diagnóstico
Gilmara, que não possuía histórico familiar de câncer, foi surpreendida pelo diagnóstico após um exame de tomografia. Rapidamente, ela foi internada e, em poucos dias, submeteu-se a uma cirurgia.
Foi diagnosticada com oligoastrocitoma de grau 2, um tipo de tumor que pode reaparecer com o tempo. Embora médicos tenham aconselhado que, após uma década sem recorrência, a chance de retorno seria mínima, o câncer de Gilmara ressurgiu 13 anos depois.
A reincidência
No segundo episódio, enquanto cozinhava, Gilmara teve uma convulsão e imediatamente soube da reincidência do câncer.
“Eu já tinha relaxado. Achei que estava em paz, mas segui fazendo os exames de acompanhamento. Um dia, eu estava na cozinha de casa cozinhando e tive uma convulsão. Quando recuperei a consciência, estava nos braços do meu marido e disse para ele marcar um neuro — eu sabia que o câncer tinha voltado”, afirma.
Apesar do trauma anterior, ela abordou o novo diagnóstico com uma perspectiva diferenciada, buscando encarar o tratamento com leveza e humor. Em um tom bem-humorado, ao ser admitida no hospital, chegou a brincar com a equipe médica sobre a inserção de um “chip” que a fizesse aprender inglês.
Optando por não realizar a radioterapia, Gilmara foi submetida a um ano de quimioterapia. Com o término do tratamento em 2022, ela celebra atualmente sua boa saúde e recuperação.
Esta história de Gilmara Bertini destaca a importância de estar atento aos sinais do corpo. Muitas vezes, sintomas aparentemente inofensivos podem esconder condições graves.