Novos Estudos Revelam Mais Malefícios da Carne Vermelha à Saúde

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Se você precisa de razões para comer menos carne vermelha, já existem algumas comprovadas: ela pode ser rica em colesterol e gordura saturada e seu alto consumo tem sido associado a um aumento do risco de várias condições de saúde crônicas.

Agora, dois novos estudos proporcionam ainda mais motivos para reduzir os hambúrgueres e as churrascadas. O primeiro sugere que a carne vermelha pode aumentar o risco de diverticulite, uma condição intestinal inflamatória comum. O segundo encontrou uma ligação entre altos níveis de carne grelhada, defumada e assada e maiores taxas de morte precoce entre sobreviventes de câncer de mama.

Ambos os relatórios destacam os potenciais perigos de preparar carnes vermelhas em altas temperaturas, o que pode produzir compostos inflamatórios e carcinogênicos. Isso já foi associado também ao aumento do risco de câncer e, mais recentemente, à diabetes.

Risco de desenvolver diverticulite

O estudo mais recente, publicado na revista Gut, analisou o potencial impacto da ingestão de carne vermelha, aves e peixes sobre as chances de uma pessoa desenvolver diverticulite, uma condição em que pequenas bolsas no revestimento intestinal se inflamam e que é responsável por mais de 200.000 admissões hospitalares a cada ano, e novos casos estão em ascensão entre os jovens.

Os pesquisadores analisaram os registros de saúde e dieta de quase 46.500 homens que participaram de um estudo nacional de 26 anos. Durante esse tempo, 764 homens desenvolveram esta perigosa condição inflamatória.

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Depois de ajustar fatores como o fumo, prática de exercício, uso de medicação e ingestão de fibras, eles descobriram que aqueles que comiam mais carne vermelha tiveram um risco aumentado de 58% de desenvolver diverticulite, em comparação com aqueles que comeram menos. Cada dose diária de carne vermelha foi associada a um aumento de risco de 18%, embora esse risco atingiu o pico com seis porções por semana.

O autor principal Andrew Chan, diretor de programa do Gastrointestinal Training Program no Massachusetts General Hospital, diz que mais pesquisas são necessárias para determinar exatamente como a carne vermelha está ligada à diverticulite. Porém, estudos sugerem que o alto consumo altera o equilíbrio das bactérias no intestino, diz ele, o que poderia afetar a resposta imune do corpo e a vulnerabilidade à inflamação.

E apesar da carne processada ter um reputação particularmente ruim, a associação neste estudo foi realmente mais forte com a carne não processada. Isso pode ocorrer porque as carnes não processadas são geralmente preparadas a temperaturas mais elevadas do que as processadas, o que pode ser particularmente prejudicial para o microbioma intestinal.

Os pesquisadores também determinaram que a substituição de uma porção diária de carne vermelha por peixes ou aves poderia reduzir o risco de diverticulite em 20%. “É fácil dizer às pessoas para limitar a carne vermelha, mas é importante dizer-lhes o que comer em vez disso”, disse Chan. “Assim, nós avaliamos outras fontes de proteína animal, e encontramos que estas não proporconaram um risco elevado da doença.”

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Maior risco de morte entre sobreviventes do câncer de mama

O segundo estudo, publicado na semana passada na JNCI: Journal of National Cancer Institute, rastreou mais de 1.500 sobreviventes de câncer de mama por cerca de 18 anos. Durante esse período, cerca de 600 mulheres morreram.

Os pesquisadores descobriram que as mulheres que comiam a maioria das carnes grelhadas, assadas e defumadas antes de seu diagnóstico tinham um risco aumentado de 23% de morte por qualquer causa, em comparação com aquelas que comiam menos.

E em comparação com as mulheres que reduziam esses alimentos após o seu diagnóstico, aquelas que continuaram a consumir quantidades elevadas da carne vermelha tiveram um aumento de 31% do risco de morte. Estes resultados também foram ajustados para fatores de influência como o índice de massa corporal, prática de exercícios e consumo de álcool.

Quando as descobertas foram discriminadas por tipo de carne, sugeriu-se que a carne de aves ou peixe defumado pode não estar associado aos mesmos riscos elevados – e, na realidade, podem até ser protetoras. Estes resultados não foram estatisticamente significativos, no entanto, e os pesquisadores não encontraram os mesmos efeitos protetores para aves ou peixes grelhados ou assados.

Ambos os estudos foram observacionais – o que significa que eles acompanharam um determinado grupo de pessoas ao longo do tempo e confiaram em informações autorrelatadas – de modo que os pesquisadores não puderam tirar qualquer conclusão sobre a causa e efeito.

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Eles fornecem material para pesquisadores que estudam mais profundamente as conexões entre a carne vermelha e o risco de doenças, bem como para os consumidores pensarem em fazer melhores escolhas para sua dieta.

“A carne vermelha tem sido associada a outros efeitos sobre a saúde – por exemplo, um maior risco de doenças cardíacas e certos tipos de câncer”, disse Chan. “É importante pensar sobre todos os benefícios potenciais de uma determinada dieta, e esses estudos fornecem motivos a mais para pensar em limitar o consumo de carne vermelha.”

Você tem o costume de comer muita carne vermelha com frequência em sua dieta? Já tentou diminuir esse consumo por conta dos potenciais malefícios à saúde? Comente abaixo.

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1 comentário em “Novos Estudos Revelam Mais Malefícios da Carne Vermelha à Saúde”

  1. É uma comparação simples de fazer!Veja onde o homem vive mais tempo.!No Brasil o sul e principalmente a fronteira onde só comem carne é campeã de longevidade.A base é carne e embutidos.Não há alimento melhor que a carne para os hominídeos e o sapiens .Infelizmente é algo de natureza predatória mas que aumenta a vida do homem em muito podem ter certeza.Não há estudo sério que condene a carne como alimento.Qualquer estudo deverá levar em conta onde se come mais carne e qual a qualidade e tempo de vida desta gente.

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