Paris Hilton, 43 anos, refletiu sobre o seu diagnóstico de transtorno do déficit de atenção e hiperatividade, conhecido como TDAH.
Hilton recebeu o diagnóstico de TDAH há anos: “Eu não sabia até meus 20 anos que eu tinha isso. Quando adolescente, eu simplesmente presumia que algo estava errado, tipo: ‘Não consigo lembrar de nada. Não tenho concentração. Não consigo me concentrar na aula'”, analisou.
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“Na verdade, eu odeio a palavra ‘transtorno’, porque não acho que seja algo ruim. É que nossos cérebros funcionam de forma diferente. Podemos focar. Podemos hiperfocar em coisas com as quais nos importamos, mas se algo é chato, então, não nos importamos. Então, se você puder aproveitá-lo da maneira certa, você pode realmente transformá-lo em um superpoder”, opinou.
Paris Hilton acredita que “não teria tanto sucesso” sem o diagnóstico e decidiu falar sobre o assunto em seu novo álbum. “Eu nunca tinha ouvido uma estrela pop cantar sobre TDAH antes”, refletiu.
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A cantora também avaliou a forma como é vista. “As pessoas não me veem mais como aquela personagem (‘loira burra’). Elas me veem como um ser humano com sentimentos, que sou real, vulnerável e honesta. Agora as pessoas podem me ver de uma maneira diferente quando se trata de música também”, apontou em entrevista à revista Nylon.
A socialite disse que lutou bastante para se livrar do estereótipo que adotou para lidar com seu trauma adolescente, que envolveu suportar abusos em um internato em Utah e ter imagens íntimas vazadas.
Paris afirmou que está em um “caminho de autodescoberta” e “recuperando” sua história por meio de seus documentários, memórias pessoais e, agora, também na música.
“Abusos disfarçados de terapia”
Durante um discurso que fez no Capitólio, sede do Congresso dos Estados Unidos, Paris falou sobre a série de abusos psicológicos e sexuais que sofreu durante a adolescência. “Desde quando acordava até quando ia para a cama, era o dia todo gritando na minha cara, gritando comigo, tortura contínua”, desabafou.
Paris promove uma campanha para a aprovação de uma lei que visa alterar o regulamento e a fiscalização de comunidades terapêuticas para proteger menores de idade internados por pais ou outros responsáveis.
“É um pesadelo que nenhuma criança deveria suportar. Fui submetida a abusos disfarçados de terapia. Isolada do mundo exterior e negada até mesmo os direitos básicos”, listou.
Hilton era “forçada a tomar medicamentos e abusada sexualmente por funcionários”. Ela afirmou que se sentiu em um “sequestro aprovado pelos pais”. “Fui violentamente contida e arrastada pelos corredores, despida e jogada em confinamento solitário”, continuou.
Nem mesmo o contato com os pais era permitido de maneira adequada, e justamente por isso Paris nunca contou o que estava sofrendo. “Os funcionários imediatamente arrancavam o telefone das minhas mãos, desligavam a ligação e me sujeitavam a violentas restrições físicas e confinamento solitário”, lamentou.
“Sei como é ser ignorada e incompreendida e hoje tenho esperança de que a juventude de nossa nação esteja em mãos muito melhores. Tive sucesso, apesar do abuso que sofri. Mas a maioria das crianças não tem essa sorte”, concluiu.