Pregabalina: para que serve, como tomar e efeitos colaterais

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Talvez o nome do medicamento não soe estranho e você até já tenha ouvido falar a respeito dele, mas será que sabe dizer para que serve a pregabalina?

Bem, o remédio é um anticonvulsivante, que se liga a canais presentes no sistema nervoso central, inibindo a sinalização de dor e a liberação de alguns neurotransmissores, que são como mensageiros químicos no cérebro. Ele age regulando a transmissão de mensagens excitatórias entre as células nervosas.

A pregabalina, cuja marca de referência é a Lyrica®, só pode ser adquirida em farmácias e drogarias com a apresentação e retenção de receita médica. 

Veja a seguir, com mais detalhes, para que serve a pregabalina, quem não pode utilizar esse medicamento, como tomar e quais são os seus possíveis efeitos colaterais. 

Pregabalina – Para que serve?

Fibromialgia
O medicamento é indicado para dores neuropáticas e fibromialgia, entre outras condições

A pregabalina pode ser indicada para os seguintes quadros clínicos e doenças:

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  • Dor neuropática em adultos: No tratamento de um tipo de dor crônica devido à lesão e/ou mau funcionamento dos nervos e/ou do sistema nervoso. Veja algumas orientações sobre como lidar com a dor crônica
  • Crises epiléticas parciais (convulsões): Como tratamento complementar das crises parciais, aquelas em que a pessoa se mantém consciente. 
  • Transtorno de ansiedade generalizada (TAG): No tratamento da TAG em adultos.
  • Fibromialgia: Para o controle da doença, que é caracterizada por dor crônica em várias partes do corpo, cansaço e alterações do sono, em adultos. Veja se fibromialgia tem cura e como é o seu tratamento

Os efeitos do uso da pregabalina costumam ser notados em aproximadamente uma semana depois do início do tratamento. 

Os usos relatados acima estão descritos na bula, mas a pregabalina também pode ser prescrita por alguns profissionais de saúde para o tratamento de outras situações médicas, que não constam na bula. Esses usos são chamados de “off label”: 

Assim como acontece com as indicações de pregabalina descritas na sua bula, o uso off label do medicamento também deve ser feito sob orientação e acompanhamento médico.

Quem não deve tomar pregabalina

Tão importante quanto saber para que serve a pregabalina é conhecer quem não pode tomar o remédio.

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Por exemplo, o medicamento é contraindicado para pessoas que possuem alergia à pregabalina ou a qualquer outro componente da fórmula.

O uso da pregabalina também é contraindicado para menores de 18 anos, assim como ela não deve ser usada por lactantes (mulheres que amamentam). Além disso, o remédio não pode ser utilizado por gestantes sem a devida orientação médica.

Além disso, o paciente que recebeu do seu médico a indicação de usar pregabalina deve informar ao profissional de saúde caso tenha:

  • Problemas hereditários (herdados da família) de intolerância à galactose, deficiência de lactase de Lapp ou má-absorção de alimentos, pois o médico precisa avaliar se a pregabalina deve ser usada nessas situações.
  • Diabetes, pois pode haver a necessidade de controlar mais de perto o peso do paciente e a dose das medicações para tratar a doença.
  • Doenças renais, pois a dose de pregabalina pode precisar de ajustes.
  • Insuficiência cardíaca congestiva (doença em que o coração não consegue bombear o sangue adequadamente), pois houve casos de piora dos sintomas associados ao uso da pregabalina.

Como tomar pregabalina

Os comprimidos de pregabalina estão disponíveis nas dosagens de 50, 75 e 150 mg. Eles devem ser tomados por via oral, com ou sem o acompanhamento de alimentos. Eles não devem ser partidos e nem mastigados, mas engolidos inteiros com um pouco de água.

A dose diária recomendada varia conforme o problema a ser tratado. No caso de dor neuropática, TAG e epilepsia, a indicação da bula é de 150 a 600 mg por dia, divididos em duas doses. Já para fibromialgia, a indicação é de 150 a 450 mg por dia, divididos em duas doses.

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Mas, em todas as indicações, a dose inicial recomendada é 75 mg, via oral, duas vezes ao dia (150 mg por dia). 

Então, com base na resposta individual e na tolerabilidade do paciente, o médico poderá aumentar a dose para 150 mg, duas vezes ao dia, após um intervalo de três a sete dias e, se necessário, até a dose máxima descrita acima por indicação, duas vezes ao dia, após o mesmo intervalo. 

A decisão de aumentar ou diminuir a dose é exclusiva do médico, portanto, não faça nenhum ajuste na dose sem a orientação do profissional.

Quando o tratamento precisar ser descontinuado, o processo deve ser gradual, ao longo de, no mínimo, uma semana. A retirada brusca do medicamento pode levar ao aumento de crises convulsivas em pessoas que têm epilepsia. 

Pacientes que têm a função renal comprometida precisam ser tratados com uma dose ajustada, considerando o seu clearance de creatinina. Este cuidado se estende aos idosos, que podem apresentar uma diminuição da função renal. Para pacientes com insuficiência renal, a dose inicial deve partir de 25 mg.

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Se você esquecer de tomar uma dose do medicamento, tome assim que lembrar, a menos que já esteja próximo ao horário da próxima dose. Neste caso, pule a dose esquecida e tome apenas a próxima, continuando normalmente o esquema de doses recomendado pelo seu médico. Não é recomendado tomar uma dose duplicada do medicamento. 

Como o esquecimento de uma dose pode comprometer o tratamento, considere colocar alarmes ou lembretes para você não esquecer de tomar a pregabalina. 

Efeitos colaterais da pregabalina

Pregabalina
Reprodução: via Medley

Os efeitos colaterais mais comuns do uso da pregabalina são tontura e sonolência. Além disso, a dor de cabeça é classificada como uma reação muito comum do remédio, ou seja, que ocorre em mais de 10% dos pacientes que utilizam o medicamento.

Já a lista de efeitos colaterais comuns da pregabalina, que ocorre entre 1% e 10% dos pacientes que usam o remédio, inclui: 

  • Nasofaringite (inflamação da faringe ou garganta)
  • Aumento do apetite
  • Euforia
  • Confusão
  • Irritabilidade
  • Depressão
  • Desorientação
  • Insônia (dificuldade para dormir)
  • Diminuição da libido (diminuição do desejo sexual)
  • Ataxia (dificuldade em coordenar os movimentos)
  • Coordenação anormal
  • Tremores
  • Disartria (alteração da fala)
  • Amnésia (perda de memória)
  • Dificuldade de memória
  • Distúrbios de atenção
  • Parestesia (formigamentos)
  • Hipoestesia (diminuição da sensibilidade)
  • Sedação (diminuição do nível de vigília ou alerta)
  • Transtorno de equilíbrio
  • Letargia (lentidão)
  • Visão turva
  • Diplopia (visão dupla)
  • Vertigem
  • Vômitos
  • Constipação (intestino preso)
  • Flatulência (excesso de gases)
  • Distensão abdominal
  • Boca seca
  • Cãibra muscular
  • Artralgia (dor nas articulações)
  • Dor lombar
  • Dor nos membros
  • Espasmo cervical
  • Inchaço
  • Marcha anormal
  • Quedas
  • Sensação de embriaguez
  • Sensação anormal
  • Cansaço
  • Aumento de peso
  • Náusea
  • Diarreia

Leia a bula do remédio na íntegra para conferir a lista completa de possíveis efeitos colaterais do medicamento.

A tontura, os desmaios, a perda da consciência e a sonolência associados ao uso da pregabalina podem aumentar a ocorrência de acidentes, como quedas, especialmente perigosos em idosos.

É aconselhável não dirigir, operar máquinas complexas, nem exercer outras atividades potencialmente perigosas enquanto estiver fazendo uso do remédio, pois a habilidade e capacidade de reação podem estar prejudicadas.

O uso crônico de pregabalina pode levar à dependência, quando a pessoa apresenta histórico de abuso e dependência de outras substâncias químicas. 

Por isso, o tratamento com este fármaco deve ser acompanhado de perto pelo médico ou médica responsável, para monitorar como está a resposta da pessoa ao medicamento e se ela apresenta sinais de abuso e dependência química. 

Fontes e referências adicionais

Você já usou pregabalina? O que achou do tratamento com esse medicamento? Teve efeitos colaterais? Comente abaixo!

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Sobre Dra. Akemi Martins

Dra. Akemi Martins Higa é bióloga, formada pela Universidade Federal de São Carlos em 2011. Doutora na área de Medicina Tropical e Saúde Internacional, com ênfase em doenças neurodegenerativas, pela Universidade de São Paulo. Tem experiência na área de nanotecnologia e imunologia aplicada ao diagnóstico de neuromielite óptica e esclerose múltipla. Para mais informações, entre em contato.

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