Exercitar-se é uma das coisas mais poderosas que você pode fazer para proteger seu coração, de acordo com uma nova pesquisa publicada no European Journal of Preventive Cardiology.
Pesquisadores holandeses coletaram dados de 5.344 pessoas de meia idade e idosos residentes em Roterdã que relataram seus hábitos de exercício, bem como suas medidas de altura e peso para determinar seu índice de massa corporal. Os cientistas também coletaram informações sobre as taxas de doença cardíaca e acidente vascular cerebral do grupo ao longo de 15 anos.
Os dados confirmaram o que os médicos já sabiam há muito tempo: que o excesso de peso e a obesidade estão ligados a um maior risco de problemas cardíacos. As pessoas mais pesadas tiveram as mais altas taxas de doença cardíaca durante o estudo. Mas quando eles analisaram as pessoas com sobrepeso e obesas que ainda se exercitavam regularmente, descobriram que suas taxas de doenças cardíacas eram semelhantes às de pessoas de peso normal que também se exercitavam.
Em outras palavras, a prática de exercícios parecia cancelar os efeitos negativos do peso em relação à doença cardíaca. “Descobrimos que a inatividade e a obesidade têm o mesmo risco ou risco semelhante de desenvolver doença cardíaca”, diz Klodian Dhana, um investigador pós-doutor em epidemiologia no Erasmus Medical Center, que agora está no departamento de nutrição na Harvard T. H. Chan School of Public Health.
Ainda não se sabe até que ponto essas descobertas valem para outras populações fora os participantes holandeses, principalmente porque muitos deles relataram ir de bicicleta para o trabalho ou para outros afazeres do dia dia, o que é hábito comum em seu país e eleva a quantidade de atividade física praticada diariamente – e os pesquisadores incluíram todos os tipos de atividade em sua análise.
Ainda assim, o fato de que o estudo encontrou esse efeito deve deixar uma forte mensagem de que o exercício é uma das melhores maneiras de se reduzir o risco de doença cardíaca. Sobrepeso e obesidade ainda são grandes fatores de risco para problemas cardíacos, mas os resultados sugerem que pelo menos alguns de seus efeitos nocivos podem ser compensados pelo exercício.
Pelo fato do estudo ter envolvido pessoas mais velhas, ele também mostra que nunca é tarde demais para se beneficiar do exercício. “Eles devem acreditar que, fazendo atividade física mesmo com a idade avançada, ainda podem se beneficiar e diminuir o risco de doença cardíaca”, diz Dhana.