O câncer de pâncreas é decorrente de um tumor maligno nessa glândula, que provoca sintomas como dor abdominal, dor nas costas, pele amarelada e perda de peso não intencional. A quantidade e intensidade desses e outros sintomas variam de acordo com o tamanho do tumor e se há, ou não, metástases.
O pâncreas é composto por três partes anatômicas, cabeça, corpo e cauda, e possui duas funções distintas e muito importantes para o bom funcionamento do nosso organismo: a função endócrina, que é responsável pela produção dos hormônios insulina e glucagon, e a exócrina, responsável pela produção de enzimas digestivas.
Por isso, um câncer no pâncreas pode prejudicar todo o processo digestivo e o metabolismo do açúcar, produzindo diversos sintomas e complicações, que podem atingir os órgãos ao redor.
O câncer de pâncreas é mais comum em homens e mulheres acima dos 50 anos de idade, sendo muito raro se desenvolver antes dos 30.
Veja quais são os sintomas que podem indicar o desenvolvimento de um câncer de pâncreas.
Sintomas que podem indicar um câncer de pâncreas
O câncer de pâncreas pode causar vários sintomas, como:
- Forte dor abdominal que irradia para as costas: conforme o tumor vai crescendo, ele começa a comprimir os órgãos ao redor do pâncreas e, por isso, a dor pode ser sentida em outros locais, normalmente as costas.
- Falta de apetite: quando o tumor no pâncreas comprime o estômago, ele pode bloquear, parcialmente, a passagem dos alimentos, resultando na diminuição ou perda total do apetite.
- Perda de peso não intencional: a perda de peso pode ser resultado da ingestão reduzida de alimentos, que gera um déficit calórico, provocando o emagrecimento.
- Icterícia: é o amarelamento dos olhos e da pele, um dos primeiros sintomas de câncer de pâncreas. Acontece devido ao acúmulo de bilirrubina, causada pela obstrução biliar. A bilirrubina é uma substância marrom-amarelada produzida pelo fígado e, quando presente no sangue, deixa a pele e as mucosas amareladas.
- Urina escura (cor de chá preto): também acontece devido ao acúmulo de bilirrubina no sangue que, quando filtrado nos rins, deixa a urina com cor escura.
- Coceira na pele: outro sintoma na pele que resulta do acúmulo de bilirrubina no sangue.
- Fezes com gordura e esbranquiçadas: por conta da dificuldade da bile e das enzimas pancreáticas chegarem ao intestino para digerir os alimentos, as fezes ficam com uma coloração amarelada ou esbranquiçada e se observa a presença de gordura nas fezes, que ficam com um odor fétido bastante forte.
- Náuseas: normalmente acontece quando o tumor comprime o estômago, provocando a sensação de náuseas e vômitos.
- Diabetes: pode se desenvolver quando o tumor atinge as células do pâncreas que produzem insulina. A menor concentração de insulina no sangue prejudica a entrada de glicose nas células, aumentando a glicemia.
- Coágulos sanguíneos: podem ser formados devido a lesões causadas no pâncreas e atingir a circulação, obstruindo uma veia da perna, por exemplo, que é um caso de trombose venosa profunda. Se o coágulo atingir os pulmões, pode causar embolia pulmonar.
- Má digestão: quando ocorre um bloqueio na via de liberação do suco pancreático para o intestino, os alimentos ficam mal digeridos, produzindo os sintomas típicos de má digestão.
- Aumento da vesícula biliar ou do fígado: a obstrução do ducto biliar pode fazer com que a bile se acumule na vesícula, causando um inchaço. Da mesma forma, o fígado pode ficar inchado, se o tumor do pâncreas o atingir.
Quando ir ao médico
Ter alguns desses sintomas não significa, necessariamente, que você tenha câncer de pâncreas, mas é válido procurar um médico ou médica gastroenterologista ou endocrinologista para uma consulta.
O câncer de pâncreas é uma doença silenciosa, que no início não causa dor e, por isso, a pessoa não busca atendimento médico. Geralmente, quando a dor abdominal e nas costas começa a incomodar, o câncer de pâncreas já está em um estágio mais avançado.
Os demais sintomas se manifestam quando o câncer já afetou outros tecidos e órgãos do sistema digestivo.
Diagnóstico de câncer de pâncreas
O diagnóstico de câncer de pâncreas é realizado por um médico ou médica oncologista, através da avaliação dos sintomas apresentados e pelo exame físico.
Podem ser solicitados exames laboratoriais, como CEA e a dosagem de marcadores CA 19-9 que, normalmente, apresentam alterações nesse tipo de câncer.
Exames de imagens, como ressonância magnética, ultrassonografia abdominal e tomografia computadorizada também podem ser solicitados, pois permitem avaliar com clareza as características do pâncreas e do tumor.
Nos casos em que é necessário confirmar o diagnóstico e o estágio do tumor, é feita uma biópsia do pâncreas.
Principais causas do câncer de pâncreas
Na maioria dos casos, não é possível definir a causa da doença. O tipo mais comum de câncer do pâncreas é o adenocarcinoma, que se origina no tecido glandular, e está relacionado com o tabagismo.
Há casos em que o câncer de pâncreas é causado por fatores hereditários, estando associado com alguns genes ou síndromes genéticas, mas constituem a menor parcela, apenas 10% a 15% dos casos.
Os fatores de risco não hereditários, além do tabagismo, incluem:
- Pancreatite crônica
- Diabetes mellitus tipo 2
- Obesidade
- Alimentação com excesso de gorduras
- Alta exposição a produtos químicos
- Ter feito cirurgia para tratamento de úlceras ou retirada da vesícula biliar
Fontes e referências adicionais
- Diagnóstico e prevenção do câncer de pâncreas, Ensaios e Ciência: Ciências Biológicas, Agrária e de Saúde, 2012; 16(1): 167-175.
- Câncer do pâncreas em fase inicial: é possível identificá-lo através dos instrumentos científicos e propedêuticos atualmente disponíveis?, Arquivos de Gastroenterologia, 2008 Jun; 45(2): 169-177.
- Papel dos fatores de risco na identificação de indivíduos ao rastreamento do câncer de pâncreas: uma revisão sistemática, Repositório Digital Unicesumar, 2020.
- Câncer de Pâncreas, Instituto Nacional do Câncer (INCA)
Fontes e referências adicionais
- Diagnóstico e prevenção do câncer de pâncreas, Ensaios e Ciência: Ciências Biológicas, Agrária e de Saúde, 2012; 16(1): 167-175.
- Câncer do pâncreas em fase inicial: é possível identificá-lo através dos instrumentos científicos e propedêuticos atualmente disponíveis?, Arquivos de Gastroenterologia, 2008 Jun; 45(2): 169-177.
- Papel dos fatores de risco na identificação de indivíduos ao rastreamento do câncer de pâncreas: uma revisão sistemática, Repositório Digital Unicesumar, 2020.
- Câncer de Pâncreas, Instituto Nacional do Câncer (INCA)