Alguns fatores podem fazer a diferença entre os casos mais leves e graves de COVID-19. Recentemente, um novo estudo demonstrou que uma substância da família do Teflon pode estar ligada a casos mais sérios de COVID-19.
A substância do tipo PFAS, de acordo com o estudo, pode dobrar as chances de o paciente apresentar um quadro mais grave da doença.
Entender como esta substância funciona e onde ela está presente e, principalmente, sua relação com o novo coronavírus pode ajudar você a estar mais preparado e a se proteger melhor contra a infecção.
Entenda o que é o PFBA e onde ele está presente
O PFBA (ácido perflurobutanoico) é um composto industrial. Este composto é utilizado em diversos produtos como eletrônicos, roupas e até mesmo equipamentos de proteção para profissionais da saúde e bombeiros, como aventais e espuma contra incêndios.
Da mesma maneira, este composto também está presente em tapetes, embalagens de alimentos e alguns cosméticos, bem como lubrificantes para bicicletas e cera para piso.
O PFBA faz parte de compostos industriais frequentemente chamados de “substâncias permanentes”.
O PFBA, assim como outras conhecidas como substâncias permanentes, vem há anos contaminando o solo, a água e os alimentos em todo o mundo, de acordo com os especialistas.
PFAS pode estar relacionada a casos graves de COVID-19, alerta estudo
Comumente encontrado em panelas antiaderentes, o composto perfluorado do tipo PFAS está relacionado a casos mais graves do novo coronavírus. Isto foi o que demonstrou a pesquisa dinamarquesa que analisou o sangue de cerca de 323 pacientes infectados.
O estudo buscou traços de cinco compostos PFAS no sangue dos pacientes. Como resultado, os cientistas descobriram que apenas o ácido perfluorobutanoico, o PFBA, estava associado à gravidade da doença
De acordo com os responsáveis pela pesquisa, a análise demonstrou que mais da metade dos pacientes que tinham sido hospitalizados em estado grave apresentavam níveis elevados do composto no plasma do sangue.
Da mesma forma, 20% dos que apresentaram sintomas do novo coronavírus em formas leves tinham níveis baixos do ácido.
PFBA acumulado nos pulmões pode ser o motivo da gravidade dos casos
Embora o PFAS saia relativamente rápido da corrente sanguínea, ele se acumula nos pulmões. Portanto, de acordo com os pesquisadores, isto causaria um agravamento nos sintomas.
Os pesquisadores apontam, da mesma maneira, para outros problemas causados pelo excesso da substância no sangue. O PFBA, por exemplo, pode causar alterações no fígado e na tireoide, bem como redução das células vermelhas do sangue.
Esta foi a constatação de um estudo realizado pelo Departamento de Saúde do Estado de Minnesota, nos Estados Unidos.
A pesquisa feita pelo departamento ainda apontou a redução de colesterol e retardo na abertura dos olhos em experimentos com animais.
Do mesmo modo, pesquisas anteriores demonstraram que níveis mais altos de PFAS podiam modificar respostas a diversas vacinas. Segundo os pesquisadores, o mesmo poderia ocorrer com a vacina contra o novo coronavírus.