Tocilizumabe não é eficaz para casos graves de COVID, aponta estudo

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O tocilizumabe, uma das substâncias que ofereciam esperança no tratamento do novo coronavírus, não é tão eficaz quanto os cientistas achavam. A constatação é da Coalizão COVID-19, uma organização de diversas entidades de pesquisa brasileiras.

Da mesma forma, diversos outros estudos e pesquisas analisaram os efeitos da tocilizumabe no tratamento dos casos do novo coronavírus. De acordo com os cientistas, estas pesquisas apresentaram resultados contraditórios.

Enquanto novos estudos são feitos, as autoridades sanitárias recomendam cautela no uso desta substância.

Substância age modificando resposta biológica à inflamação

Para compreender os efeitos do tocilizumabe, antes de mais nada, é preciso entender para que serve e como funciona este medicamento.

O tocilizumabe é um medicamento usado no tratamento da artrite reumatoide. De acordo com os médicos, ele age para modificar a resposta biológica do organismo à doença. Portanto, ele nada mais é do que um anticorpo.

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Alguns pesquisadores apontaram esta droga como um possível tratamento de alguns casos do novo coronavírus, já que ele auxilia o sistema imunológico, deixando mais fortes as defesas do corpo.

De acordo com eles, o tocilizumabe não permitiria a deflagração da cascata de citocinas pró-inflamatórias associadas aos quadros graves de COVID-19.

No entanto, o novo estudo da Coalização COVID-19 apontou que o medicamento não é eficaz no tratamento dos casos graves da doença.

Estudo avaliou resultados

O tocilizumabe bloqueia uma substância produzida pelo sistema imunológico, a interleucina-6. Os cientistas acreditam que esta substância age de forma a agravar os sintomas do coronavírus.

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Desta maneira, os pesquisadores da Coalizão conduziram ensaio clínico randomizado comparando o uso do remédio para artrite.

Ou seja, os pesquisadores incorporaram o tocilizumabe ao tratamento padrão. Os participantes do estudo eram pacientes internados em estado grave ou crítico com COVID-19.

Quinze dias após a aplicação das doses, 28% dos pacientes do grupo com tocilizumabe estavam recebendo ventilação mecânica ou morreram. No grupo padrão, a proporção foi de 20%. O índice de óbitos no grupo com tocilizumabe foi de 17%.

Da mesma forma, 3% dos participantes que receberam apenas o tratamento padrão morreram no mesmo período.

Com o aumento dos números de morte nos pacientes que receberam o tocilizumabe, o estudo teve de ser interrompido por questões de segurança.

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Por outro lado, as mortes em todos os grupos de participantes foram por insuficiência respiratória aguda ou disfunção de múltiplos órgãos. Todos estes sintomas relacionadas à gravidade da COVID.

Ou seja, os pesquisadores não encontraram vantagens da adição da droga ao tratamento padrão.

Os cientistas ainda apontaram limitações na pesquisa, já que o número de participantes foi pequeno para obter um efeito assertivo.

Aliança brasileira produz pesquisas sobre a COVID-19

covid-19

A pesquisa foi publicada no The British Medical Journal, uma das mais importantes da área médica.

A Coalizão Covid-19 é uma aliança para condução de pesquisas formada por oito organizações de saúde do Brasil. O objetivo desta coalização é centralizar e fomentar os estudos em relação ao novo coronavírus.

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A saber, integram esta coalização entidades como Hospital Israelita Albert Einstein, HCor, Hospital Sírio-Libanês, Hospital Moinhos de Vento, Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

Além deles, estão presentes o Hospital de Beneficência Portuguesa de São Paulo, Brazilian Clinical Research Institute (BCRI) e a Rede Brasileira de Pesquisa em Terapia Intensiva (BRICNet).

Os resultados da pesquisa com o tocilizumabe foram enviados para a uma meta-análise da Organização Mundial da Saúde (OMS). Dessa maneira, a organização utiliza estes estudos para verificar a eficácia da droga no tratamento dos casos graves do novo coronaviíus.

Todas as pesquisas até o momento ainda são preliminares.

Sendo assim, apenas a dexametasona é comprovadamente eficaz no tratamento da doença em casos graves, conforme Viviane Cordeiro Veiga, coordenadora de UTI da BP e integrante da Coalizão COVID-19.

Conhece alguém que faz uso do tocilizumabe? Qual a sua experiência com este medicamento? Conte para a gente nos comentários!

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