Uremia: o que é, sintomas, causas e tratamento

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A uremia é um problema que tem relação com o mau funcionamento dos rins, mas que pode afetar todo o organismo. Ela é descrita como um acúmulo de toxinas no sangue, como a ureia e a creatinina, que acontece quando os rins deixam de eliminar essas substâncias por meio da urina.

A palavra uremia significa “urina no sangue” e se refere aos efeitos dos acúmulos desses resíduos no organismo. Ela é uma condição séria de saúde e, se não for tratada, pode ser fatal. A uremia é um dos sintomas da insuficiência (falência) renal, assim como é um sinal dos últimos estágios da doença renal crônica.

Causas

Rins
Rins em mau funcionamento provocam a condição chamada uremia

A uremia é provocada por um dano extremo e geralmente irreversível nos rins, que costuma ser fruto da doença renal crônica. 

Quando os rins estão saudáveis, eles filtram resíduos e fluidos do organismo por meio da urina. Por sua vez, rins que sofreram danos e não estão funcionando bem permitem que diversas toxinas se acumulem no sangue.

As pessoas com doença renal crônica são as que apresentam maior risco de desenvolver a uremia. Por sua vez, as causas da doença renal crônica incluem:

  • Pressão alta.
  • Doença renal policística.
  • Diabetes dos tipos 1 e 2.
  • Inflamação dos glomérulos (unidades de filtração dos rins).
  • Inflamação dos túbulos renais e das estruturas ao seu redor.
  • Próstata aumentada.
  • Alguns tipos de câncer.
  • Cálculos renais que bloqueiam o trato urinário por muito tempo.
  • Infecções renais recorrentes.

Sintomas da uremia

A lista de sintomas associados à uremia inclui:

  • Disfunção cognitiva, como problemas de memória.
  • Dificuldade de concentração.
  • Fadiga extrema.
  • Falta de ar.
  • Fraqueza.
  • Alterações na coagulação do sangue.
  • Perda de apetite.
  • Cãibras musculares.
  • Náusea.
  • Vômito.
  • Perda de peso inexplicável.
  • Dor de cabeça.
  • Palpitações.
  • Tosse.
  • Alterações na coagulação do sangue.
  • Sonolência.
  • Coma.

Em casos muito graves, os sintomas da uremia também podem incluir o odor urêmico (hálito com um cheiro parecido com urina ou gosto metálico na boca) e geada urêmica (cristais amarelo-brancos na pele, devido à presença da ureia no suor).

Tratamento

O nefrologista é o profissional responsável por orientar o tratamento da uremia. Esse tratamento geralmente envolve a diálise, procedimento em que o sangue é filtrado de forma semelhante a que o rim faz, para eliminar substâncias acumuladas no organismo.

O tratamento com diálise precisa começar o mais rápido possível e, inicialmente, o tipo de diálise realizada é a hemodiálise, procedimento que usa uma máquina para filtrar o sangue. 

Mas, o médico também pode avaliar a possibilidade de recorrer à diálise peritoneal, que é feita por meio da colocação de um catéter no abdômen do paciente e usa um líquido especial, chamado banho de diálise, para filtrar o sangue.

Além disso, conforme o caso, o paciente pode precisar de um transplante de rim, que pode vir de um doador vivo ou de uma pessoa já falecida.

De forma complementar, o médico ainda pode indicar o uso de suplementos para anemia, reposição de eritropoietina (EPO), suplementos de cálcio e vitamina D ou aglutinantes de fosfato para tomar junto das refeições como forma de prevenir o hiperparatireoidismo.

Ao mesmo tempo, o tratamento da uremia também envolve o controle da pressão arterial e o enfrentamento de qualquer risco de doença cardíaca.

Complicações

AVC
A uremia não tratada pode resultar em problemas graves de saúde

Uma uremia não tratada pode resultar em complicações graves. Isso porque o organismo pode acumular excesso de ácidos ou desequilíbrios hormonais e de eletrólitos (especialmente potássio), capazes de afetar o coração.

Esses problemas podem atingir o metabolismo, que é o processo de conversão de alimento em energia por parte do corpo. O acúmulo de toxinas no sangue também pode fazer com que os vasos sanguíneos calcifiquem (endureçam), o que pode gerar problemas nos ossos, músculos, coração e vasos sanguíneos.

Assim, a lista de possíveis complicações da uremia inclui:

  • Pressão alta.
  • Anemia.
  • Hipercalemia (muito potássio no sangue).
  • Hiperparatireoidismo (muito cálcio e fósforo no sangue, que resultam em níveis elevados de hormônio da paratireóide e anormalidades ósseas).
  • Hipotireoidismo.
  • Infertilidade.
  • Desnutrição.
  • Edema pulmonar.
  • Problemas na função plaquetária e coagulação sanguínea que levam ao sangramento.
  • Encefalopatia urêmica (diminuição da função cerebral devido ao acúmulo de toxinas).
  • Angina.
  • Aterosclerose.
  • Insuficiência cardíaca.
  • Doença valvular cardíaca.
  • Derrame pericárdico (presença de fluído ao redor do coração).
  • Acidente vascular cerebral (AVC). 
Fontes e referências adicionais

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Sobre Dr. Lucio Pacheco

Dr. Lucio Pacheco é Cirurgião do aparelho digestivo, Cirurgião geral - CRM 597798 RJ/ CBCD. Formou-se em Medicina pela UFRJ em 1994. Em 1996 fez um curso de aperfeiçoamento em transplantes no Hospital Paul Brousse, da Universidade de Paris-Sud, um dos mais especializados na Europa. Concluiu o mestrado em Medicina (Cirurgia Geral) em 2000 e o Doutorado em Medicina (Clinica Médica) pela UFRJ em 2010. Dr. Lucio Pacheco é autor de diversos livros e artigos sobre transplante de fígado. Atualmente é médico-cirurgião, chefe da equipe de transplante hepático do Hospital Copa Star, Hospital Quinta D'Or e do Hospital Copa D'Or. Além disso é diretor médico do Instituto de Transplantes. Suas áreas de atuação principais são: cirurgia geral, oncologia cirúrgica, hepatologia, e transplante de fígado. Para mais informações, entre em contato.

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