Como descobrir se é pedra no rim e quais exames fazer

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A litíase ou cálculo renal é mais conhecida como “pedras nos rins”, uma doença muito comum e responsável por intensas dores na lombar, que costuma afetar um lado só. Devido à intensidade da dor de uma cólica renal, é natural a preocupação em sabermos como descobrir se temos pedra no rim e quais exames devemos fazer. 

A doença é popularmente chamada de pedras nos rins, porque os sais minerais presentes na urina podem se cristalizar e se agrupar em pedras que, dependendo do tamanho, obstruem as vias urinárias, provocando lesões e dilatações no sistema urinário. Estes efeitos provocam dor e ardência ao urinar e até sangramento na urina. 

O problema é mais comum entre os homens de 35 a 45 anos, mas pode afetar pessoas de qualquer idade, inclusive crianças. 

Beber pouca água, possuir histórico familiar de pedras nos rins, consumir alimentos ricos em sódio e ter problemas de sobrepeso ou obesidade são fatores que te colocam em risco de desenvolver pedras nos rins. 

Veja como descobrir se você tem pedras nos rins e quais exames são geralmente solicitados pelo médico. 

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Quais são os sintomas de pedras nos rins?

Dor nos rins
As dores e cólicas renais são sintomas característicos de pedras nos rins

Nem todas as pessoas com pedras nos rins apresentam algum sintoma. Na verdade, quando a pedra está alojada nos rins, é provável que não haja sintomas e a descoberta do problema se dá após um exame de ultrassom ou tomografia, solicitado por algum outro motivo ou queixa do paciente. 

Outro cenário assintomático possível é quando as pedras são tão pequenas que conseguem percorrer todo o trato urinário e serem eliminadas na urina sem causar dores ou outros sintomas. 

Mas, normalmente, quando a pedra se desloca dos rins e atinge outras estruturas, como a bexiga, o canal da uretra, o ureter e a região dos testículos, no caso dos homens, os sintomas aparecem e podem ser muito dolorosos. 

Cólica renal

Você provavelmente já ouviu alguém dizer que a cólica renal é pior que a dor de parto. Essa dor extrema acomete a pessoa quando a pedra fica parada em algum ponto do trato urinário, provocando a obstrução das vias urinárias e a dilatação de todo o sistema urinário.

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A dor se concentra, principalmente, na lombar e na lateral do abdômen, mas pode irradiar para as regiões ao entorno, como os testículos ou os grandes lábios vaginais.  

O surgimento da dor é bastante repentino e intenso e não há posição capaz de aliviá-la. Não é incomum que os episódios agudos de cólica renal sejam acompanhados de vômitos e náuseas. 

A crise de cólica renal dura, em média, 6 horas e o pico da dor acontece por volta de 2 horas após o início do sintoma, se mantendo nessa intensidade por, pelo menos, 2 horas. Trata-se de um período muito longo de dor intensa. O alívio da dor acontece naturalmente, até parar completamente. 

Sangue na urina

O sangue na urina pode ocorrer devido à uma disfunção dos rins na filtração do sangue, fazendo com que ele passe para a urina, devido à presença de pedras em seu interior.  

O sangramento também pode ocorrer por causa de lesões que as pedras são capazes de provocar na estrutura do trato urinário, ao atravessá-lo. Juntamente com o sangramento, a pessoa pode sentir uma ardência e dor pélvica ao urinar. 

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Nem sempre o sangue é perceptível a olho nu na urina, às vezes os glóbulos vermelhos só são identificados no exame de urina. 

Aumento da vontade de urinar

Se você não aumentou a sua ingestão de água e cafeína e, de repente, começou a sentir vontade de urinar várias vezes ao dia, mais do que costuma, pode ser um indício de pedras nos rins. 

Se essa sensação for acompanhada de dor e diminuição do fluxo urinário, as chances de que se trate do deslocamento de uma pedra pelo seu trato urinário aumentam. 

Quais são os exames para pedras nos rins?

Exame nos rins
Alguns exames são cruciais para descobrir se está com pedra no rim

Somente o relato dos sintomas não é suficiente para se chegar ao diagnóstico de pedras nos rins, para isso são necessários alguns exames selecionados pelo nefrologista. 

Ultrassonografia dos rins

O ultrassom dos rins e das vias urinárias é um exame simples e capaz de fornecer informações importantes. Nesse exame, o médico avalia as características dos rins e das estruturas associadas, bem como a presença, localização, tamanho e quantidade de pedras. 

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O problema dessa técnica é que ela pode não ser tão eficaz na identificação de pedras que estejam no ureter, canal que leva a urina dos rins para a bexiga, pois os gases podem atrapalhar a formação de imagens nítidas. Nesse caso, pode ser necessária uma tomografia. 

O exame de ultrassom também permite avaliar se há dilatações no trato urinário, que podem ser consequências de obstruções das vias urinárias, causadas por pedras. 

Mesmo que as pedras não estejam visíveis no ureter, se ele estiver dilatado, é um sinal de obstrução que pode ter sido causada pela presença de uma pedra. Se a bexiga estiver dilatada, pode ser um sinal de que haja alguma pedra obstruindo a uretra, o canal que conduz a eliminação da urina para fora da bexiga. 

Tomografia dos rins

A tomografia é o melhor exame para o diagnóstico de pedras nos rins, porque ele permite observar e registrar fotografias das estruturas internas, de diversos ângulos e sem uso de contraste, facilitando a identificação de pedras em qualquer local do trato urinário, mesmo que sejam muito pequenas. 

Exame de sangue

Com um exame de sangue é possível observar alguns marcadores, que vão revelar se os rins estão funcionando adequadamente ou se há algum indício de insuficiência renal. Dentre os fatores que podem alterar o funcionamento dos rins, está o problema de pedras nos rins e, por isso, o exame de sangue pode ser solicitado quando há essa suspeita. 

  • Creatinina: é uma substância produzida pelos músculos e eliminada pelos rins. Por isso, quando os rins não estão trabalhando com eficiência, há um aumento dessa substância no sangue, identificada no exame. 
  • Clearance de creatinina: o valor de clearance de creatinina é a taxa de filtração de sangue pelos rins e é obtido a partir da dosagem de creatinina no sangue e na urina de 24 horas. Se a taxa de filtração estiver abaixo de 90-130 mL de sangue/minuto, é um indício de insuficiência renal. 
  • Ureia: é uma substância produzida pelo fígado a partir da metabolização da proteína ingerida na alimentação. Da mesma forma que a creatinina, a ureia é eliminada pelos rins, então se seus níveis no sangue estiverem altos, há a indicação de insuficiência renal, que pode ser causada pela presença de pedras nos rins. 

Exame de urina de 24 horas

Nesse exame, o paciente precisa coletar toda a urina que eliminar em 24 horas e armazená-la em um recipiente. Com esse exame, é possível investigar a presença e a concentração de substâncias que favorecem a formação de cristais e pedras, como o ácido úrico, o cálcio e o oxalato de cálcio

Por meio desse teste também dá para investigar se está ocorrendo alguma infecção no trato urinário, pela presença de microrganismos na urina. 

Em alguns casos, também podem ser coletadas algumas pedrinhas pequenas, que são muito úteis para o diagnóstico e para a escolha do tratamento. Sabendo o tipo de pedra que o paciente possui, também pode ser feito um tratamento preventivo, para que novas pedras não sejam formadas. 

Fontes e referências adicionais

Você tem ou conhece alguém que enfrenta o problema de pedras nos rins? Quais sintomas você ou essa pessoa apresentou? Você se lembra quais foram os exames solicitados pelo médico? Comente abaixo!

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Sobre Dr. Lucio Pacheco

Dr. Lucio Pacheco é Cirurgião do aparelho digestivo, Cirurgião geral - CRM 597798 RJ/ CBCD. Formou-se em Medicina pela UFRJ em 1994. Em 1996 fez um curso de aperfeiçoamento em transplantes no Hospital Paul Brousse, da Universidade de Paris-Sud, um dos mais especializados na Europa. Concluiu o mestrado em Medicina (Cirurgia Geral) em 2000 e o Doutorado em Medicina (Clinica Médica) pela UFRJ em 2010. Dr. Lucio Pacheco é autor de diversos livros e artigos sobre transplante de fígado. Atualmente é médico-cirurgião, chefe da equipe de transplante hepático do Hospital Copa Star, Hospital Quinta D'Or e do Hospital Copa D'Or. Além disso é diretor médico do Instituto de Transplantes. Suas áreas de atuação principais são: cirurgia geral, oncologia cirúrgica, hepatologia, e transplante de fígado. Para mais informações, entre em contato.

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