Você Come Para Aliviar as Emoções? Perigos, 7 Sinais e Como Enfrentar o Problema

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Alimentar-se é uma necessidade humana – afinal é por meio do consumo das comidas e bebidas que fornecemos os nutrientes e a energia que o nosso organismo necessita para funcionar apropriadamente.

Alimentar-se também é um prazer e um fenômeno social – existem muitas comidas e bebidas saborosíssimas (as que não são pode ser tornar, com a adição de ingredientes como temperos e molhos, por exemplo) e é durante as refeições que muitas famílias e amigos se reúnem para passar um tempo de qualidade juntos.

Entretanto, existem casos em que as pessoas recorrem à comida como uma forma de sentir-se bem e fugir de ansiedade, estresse, raiva, frustração, tristeza ou algum outro tipo de sentimento pesado e negativo. Há ainda os casos em que se come além da conta até mesmo para lidar com sentimentos positivos, como pode ocorrer para comemorar uma promoção no trabalho, por exemplo.

Aqui, o consumo de alimentos não é uma questão de necessidade, mas sim uma válvula de escape para lidar com uma situação difícil. Geralmente, os alimentos escolhidos não são saudáveis e nutritivos, mas sim aqueles bem saborosos, cheios de açúcares, gorduras ruins e calorias como pizza, sorvete, chocolate, batata frita, bolo e outros tipos de junk-food.

O cientista fitness e nutricional Siddhant Bhargava explicou que existem regiões do cérebro que são recompensadas pelo consumo de alimentos ricos em açúcares e ricos em gorduras, o que explicaria a sensação boa que essas comidas podem trazer. Segundo Bhargava, qualquer comportamento recompensado como esse tem boas chances de ser repetido.

Essa repetição pode resultar em flutuações no peso e em um excesso de peso, chegando ao nível da obesidade, algo que não é ruim apenas por uma questão de aparência ou autoestima, mas que também pode ser péssimo para a saúde.

De acordo com informações do Instituto Nacional de Diabetes e Doenças Digestivas e Renais dos Estados Unidos, o excesso de peso pode aumentar os riscos de desenvolvimento de problemas como diabetes do tipo 2, pressão arterial elevada (hipertensão), doença no coração, acidente vascular cerebral (AVC), apneia do sono, osteoartrite, doença hepática gordurosa, doença renal e determinados tipos de câncer.

Para as mulheres gestantes, estar acima do peso envolve perigos como o desenvolvimento de níveis elevados de açúcar no sangue (hiperglicemia) e pressão arterial elevada ao longo da gravidez e o aumento dos riscos de precisar dar à luz por meio de um parto cesariano, acrescentou a organização.

Primeiro passo para a comilança descontrolada

Esse hábito de comer para lidar com as emoções é considerado um primeiro passo rumo à compulsão alimentar, que é um distúrbio alimentar comum. Tudo pode começar ao permitir a si mesmo comer uma barra de chocolate depois de brigar com o namorado (a) e rapidamente evoluir para devorar um pote de sorvete depois de levar uma bronca do chefe, por exemplo.

Enquanto inicialmente a pessoa pode encontrar conforto na comida, depois de toda a comilança descontrolada, ela pode sentir-se culpada ou envergonhada, apontou o cientista fitness e nutricional Siddhant Bhargava.

Dentro desse padrão, a pessoa também se priva de fazer escolhas alimentares saudáveis, acrescentou o especialista. Ao deixar de consumir alimentos nutritivos, existe o risco eminente de desenvolver deficiências nutricionais e todos os problemas que a falta de nutrientes pode trazer ao organismo.

7 sinais comuns de que você come por questões emocionais

  1. Mudar os hábitos alimentares, no sentido de comer mais, ao enfrentar uma situação estressante;
  2. Comer mesmo sem estar com fome ou continuar a comer mesmo que já esteja saciado;
  3. Comer para evitar lidar com uma situação estressante;
  4. Comer para aliviar as emoções;
  5. Usar a comida como um tipo de recompensa;
  6. Ter o desejo por determinada comida e não ficar contente até que tenha consumido-a em quantidades enormes;
  7. Comer simplesmente por não saber do que tem fome – quando nada parece atingir o ponto do desejo por comida.

Como lidar com o problema?

Ao contrário do que poderíamos imaginar, a recomendação do cientista fitness e nutricional Siddhant Bhargava não é combater o problema por meio da disciplina ou controlando a própria mente.

Bhargava explicou que é possível parar com essa comilança motivada pelo emocional ao tentar entender por que aquela comida que dá conforto é necessária em determinada situação. “Ela te acalma, compensa um dia duro, te recarrega e te anima?”, questionou o especialista. Ao identificar o padrão que causa o problema, pode ser mais fácil controlá-lo.

Segundo o cientista fitness e nutricional, cada desejo específico por comida está relacionado a um tipo diferente de emoção. Para ele, o primeiro passo é entender o que cada um desses desejos significa para passar a se satisfazer de uma maneira mais saudável, positiva e equilibrada.

As estratégias abaixo podem ajudar a compreender melhor a relação entre as emoções e os desejos por determinadas comidas:

  • Conhecer aquilo que incita a sua fome e a sua saciedade;
  • Entender os seus gatilhos emocionais, ou seja, os sentimentos que te incitam a comer ou a se abster de comer;
  • Adotar uma mentalidade consciente (mindful mindset), em que você não julga a si próprio;
  • Desenvolver consciência em relação às suas escolhas alimentares durante as situações estressantes;
  • Prestar atenção aos sentimentos que aparecem antes e depois de comer.

“Sentimentos, emoções e comida estão firmemente interligados um ao outro. Estar consciente dos seus sentimentos ajuda a entender quais sentimentos ativam o comer emocional e/ou a conter o mesmo”, afirmou Bhargava.

No entanto, como lidar com esse problema sozinho pode ser um tanto quanto difícil, especialmente para quem estiver submergido em um contexto de estresse, ansiedade ou depressão, é muito importante procurar o auxílio profissional de um psicólogo para saber qual o caminho mais eficiente e saudável que você deve adotar para se livrar da comilança com base nas emoções ou da compulsão alimentar.

O psicólogo também poderá orientar e recomendar o tratamento apropriado caso essa relação complicada e não saudável com a comida seja resultado de algum outro distúrbio de saúde mental.

Vídeo: Como acabar com a compulsão alimentar

O vídeo a seguir também vai ser útil para você, não deixe de conferir!

Fontes e Referências Adicionais:

Você tem o hábito de comer para aliviar emoções? Pretende tentar mudá-lo sabendo que ele é ruim para você? Comente abaixo!

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Sobre Dra. Patricia Leite

Dra. Patricia é Nutricionista - CRN-RJ 0510146-5. Ela é uma das mais conceituadas profissionais do país, sendo uma referência profissional em sua área e autora de artigos e vídeos de grande sucesso e reconhecimento. Tem pós-graduação em Nutrição pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, é especialista em Nutrição Esportiva pela Universidad Miguel de Cervantes (España) e é também membro da International Society of Sports Nutrition.

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