A carragenina é um aditivo alimentar muito usado pela indústria alimentar, cosmética e farmacêutica, que funciona como um estabilizante, ajudando a preservar e alterar a textura de vários produtos industrializados.
Ele é um polissacarídeo extraído de algas vermelhas marinhas comestíveis chamadas de carraginófitas (Chondrus cripus).
A carragenina, chamada também de goma carragena, carragena ou E-407 é muito útil por suas propriedades estabilizantes, espessantes e emulsificantes. Essa propriedade garante que ingredientes que são misturados entre si se mantenham juntos e não se separem.
Tudo isso ajuda a tornar os alimentos mais cremosos, espessos ou com uma textura mais suave e agradável.
Além disso, a carragenina serve para clarificar e estabilizar algumas bebidas, e dado à sua versatilidade, também é utilizada em pastas de dente, lubrificantes pessoais, e outros produtos da indústria.
A carragenina também serve como substituta da gelatina em produtos veganos ou vegetarianos. Por isso, é bastante comum encontrar o aditivo em alimentos como leites vegetais, queijos e sobremesas veganas.
Outros exemplos de alimentos que podem conter carragenina como agente estabilizante são:
- Creme de leite;
- Achocolatado;
- Carnes processadas como presunto e hambúrguer;
- Pães, bolos e massas;
- Sorvetes;
- Sucos em pó;
- Molhos prontos para salada;
- Bebidas proteicas;
- Iogurtes;
- Pratos congelados.
Apesar de todas essas aplicações na indústria alimentícia, alguns especialistas acreditam que a carragenina pode causar inflamações no organismo, principalmente no trato gastrointestinal. Confira então o que se sabe sobre os efeitos da carragenina no corpo humano.
Carragenina nos alimentos faz mal?
Existe uma controvérsia em relação à carragenina. Enquanto alguns pesquisadores mostram que o aditivo alimentar é um agente inflamatório e pode aumentar o risco de doenças, outros cientistas afirmam que ainda não é possível comprovar os possíveis malefícios da carragenina à saúde.
Antes de mais nada, é importante saber que existem dois tipos de carragena, que diferem entre si pelo processo de extração da alga. Assim, quando a carragenina é processada com uma base (substância alcalina), ela é comestível e considerada segura para uso como aditivo alimentar. Mas quando a carragenina é processada com um ácido, ela degrada e forma uma substância com potencial cancerígeno. Por isso, o uso de carragenina degradada em alimentos não é permitido.
Alguns estudos feitos com a carragenina degradada realmente mostraram que ela é inflamatória e que ela pode causar inflamações intestinais, úlceras e câncer de cólon. Mas esta não é a versão usada como aditivo nos alimentos.
Ainda assim, um estudo publicado em 2017 na revista científica Frontiers in Pediatrics mostrou que mesmo a carragenina não degradada pode causar inflamação e problemas intestinais. Além disso, alguns cientistas acreditam que o aditivo pode se degradar ao entrar em contato com o ácido estomacal e se tornar perigosa para a saúde, causando os seguintes efeitos colaterais:
- Inflamação;
- Inchaço abdominal;
- Resistência à insulina e intolerância à glicose;
- Alergia;
- Síndrome do intestino irritável (SII);
- Pólipos intestinais;
- Lesões cancerosas;
- Úlceras.
Embora não existam evidências suficientes para comprovar esses riscos, é importante saber que há essa preocupação no meio científico.
Assim, pessoas que já sofrem de algum desconforto estomacal ou de doença inflamatória intestinal podem se sentir melhor e mais seguras reduzindo ou evitando a carragenina nos alimentos. Opções mais saudáveis e que cumprem o mesmo papel de estabilizante incluem o ágar-ágar, a goma guar e a goma xantana.
Fontes e referências adicionais
- Food additive carrageenan: Part II: A critical review of carrageenan in vivo safety studies, Critical Reviews in Toxicology, 2014, 44:3, 244-269
- Review of harmful gastrointestinal effects of carrageenan in animal experiments. Environ Health Perspect. 2001;109(10):983-994.
- Revisiting the carrageenan controversy: do we really understand the digestive fate and safety of carrageenan in our foods? Food Funct. 2018 Mar 1;9(3):1344-1352.
- The Role of Carrageenan and Carboxymethylcellulose in the Development of Intestinal Inflammation. Front Pediatr. 2017;5:96.
- Determination of carrageenan in jellies with new methylene blue dye using spectrophotometry, smartphone-based colorimetry and spectrophotometric titration, Food Sci. Technol, 2021, 41 (1)
- Carrageenan, WebMD
Fontes e referências adicionais
- Food additive carrageenan: Part II: A critical review of carrageenan in vivo safety studies, Critical Reviews in Toxicology, 2014, 44:3, 244-269
- Review of harmful gastrointestinal effects of carrageenan in animal experiments. Environ Health Perspect. 2001;109(10):983-994.
- Revisiting the carrageenan controversy: do we really understand the digestive fate and safety of carrageenan in our foods? Food Funct. 2018 Mar 1;9(3):1344-1352.
- The Role of Carrageenan and Carboxymethylcellulose in the Development of Intestinal Inflammation. Front Pediatr. 2017;5:96.
- Determination of carrageenan in jellies with new methylene blue dye using spectrophotometry, smartphone-based colorimetry and spectrophotometric titration, Food Sci. Technol, 2021, 41 (1)
- Carrageenan, WebMD
Encontrei a goma carragena na Soup Lift da Essencial Nutrition, que diz possuir uma combinação de ingredientes naturais, 100% veganos, c/ características de uma sopa cremosa caseira!
No leite achocolatado UCAL é usado como estabilizante (Carragenina).
Como bebo diariamente 250 ml de UCAL resolvi ler sobre o estabilizante.