Quem nunca acordou e se deparou com aquele pontinho vermelho inflamado no rosto? E isso muitas vezes acontece mesmo depois da adolescência, embora nessa fase seja bastante comum lidar com esse problema. Mas qual será o papel da alimentação no aparecimento da acne? Será que existe alguma dieta capaz de eliminar as espinhas?
Você que é jovem e tem espinhas, ou é mãe de uma filha ou filho que sofre por causa desse problema tão comum, com certeza já se deparou com inúmeras receitas mirabolantes para acabar com o incômodo.
Talvez algumas medidas possam amenizar, mas nem sempre é possível acreditar em tudo que vemos por aí, pois além de não resolver, pode piorar ainda mais a aparência da pele.
Nesse sentido, com certeza a alimentação pode influenciar no aparecimento das espinhas e a seguir você saberá como a rotina alimentar pode ajudar a melhorar e o que pode piorar esse quadro.
De onde as espinhas vêm?
Segundo um estudo publicado em 2015 na Grã Bretanha, as espinhas ou acnes se formam na nossa pele primeiramente como um cravo pequeno e discreto que depois de alguns dias, semanas ou meses se transforma na espinha.
O cravo surge por causa da alta produção de gordura nas glândulas sebáceas. As glândulas sebáceas estão na camada mais profunda da pele, chamada derme e produzem uma secreção que é o sebo. O sebo acumulado chega aos poros da pele e os entopem.
Junto com o sebo, vem a queratina, proteína produzida para dar elasticidade à pele e mantê-la hidratada, que também se acumula e ajuda a entupir os poros. Quando a gordura (sebo) não sai do poro, acontece uma inflamação e daí surge a espinha como um pontinho vermelho e muitas vezes dolorido.
A produção hormonal na adolescência é um fator que contribui com o surgimento das espinhas, pois tanto os hormônios masculinos quanto femininos aumentam a produção de gordura nas células, e com isso a oleosidade da pele também fica maior.
Devemos salientar que existe outro fator importante para que um adolescente tenha mais ou menos espinhas, que é a sua genética.
O estresse também é agravante para o aparecimento de espinhas, pois em situações estressantes produzimos o cortisol, um hormônio que desregula outros hormônios que controlam a produção de sebo das glândulas.
Para as mulheres um outro fator importante para o surgimento de espinhas é a Síndrome do Ovário Policístico (Eichenfield, LF, et ALL, 2015).
Muitas vezes o adolescente fica com vergonha de seu rosto com espinhas e enfrenta até mesmo problemas de autoestima e pode acabar querendo resolver o problema de maneira errada.
É importante entender que essa é uma fase da vida e, como tal, irá passar, mas existem maneiras de melhorar o aspecto da pele, além de tratamentos eficazes contra a acne, que você pode adotar na sua rotina, sem precisar recorrer a métodos prejudiciais à sua pele.
Dito isso, será que existe uma dieta para eliminar espinhas? É o que veremos nos próximos tópicos, os alimentos que ajudam e os que prejudicam o quadro.
O que comer para amenizar as espinhas?
O alimento tem um significado social, cultural e não apenas nutricional, por isso fazer uma dieta altamente restritiva não é indicado, mas é possível melhorar a qualidade da alimentação.
De fato, a alimentação é uma aliada para ajudar a amenizar o problema de espinhas.
Então vamos começar a entender quais alimentos podem ajudar a acabar com as espinhas:
- Uma alimentação rica em legumes, verduras, frutas, grãos integrais, linhaça, peixes, pouco azeite e moderação nas castanhas, nozes e produtos lácteos (leite, iogurte, queijos) tem eficácia para diminuir as espinhas (Cordain, 2005).
- Alimentos probióticos como iogurte natural, Kefir, leite fermentado, kombucha, etc., são necessários para o equilíbrio da flora intestinal e quando o intestino trabalha adequadamente, diminui o risco de inflamações (Burris, 2013).
- Alimentos ricos em vitaminas A, D e E, como cenoura, abóbora, manga, mamão (vitamina A), ovos, fígado bovino, salmão, truta (vitamina D), abacate, óleo de milho, amêndoas, castanha de caju (vitamina E), são fundamentais para a pele e atuam também na imunidade (Tanghetti, EA, 2013).
- Priorizar os grãos integrais diminui os picos de insulina e a produção de células gordurosas. Prefira pão, arroz, macarrão integrais, consuma farinha integral nas receitas de bolos, tortas e salgados, diminua o açúcar no café, chá e sucos.
- Refrigerantes e sucos de caixinha são ricos em açúcar e conservantes que favorecem inflamações, evite-os.
- O chá verde é rico em polifenóis (antioxidantes) que reduzem inflamações, procure consumir.
- Açafrão da terra e alho são anti-inflamatórios, portanto utilize em seus temperos.
Não esqueça que para ter efeito, o importante é a constância do consumo destes alimentos.
Alimentos que pioram as espinhas
As pessoas que têm espinhas podem deixar os alimentos que prejudicam a pele para ocasiões especiais e no dia a dia priorizar os alimentos que evitam inflamação e não aumentam a produção de oleosidade na pele.
Veja a seguir quais são os alimentos que pioram as espinhas.
Carboidratos refinados, laticínios e gorduras em excesso
Um estudo realizado em Nova York, constatou que pessoas que consumiam alimentos com farinhas brancas como doces, biscoitos, bolos, com maior frequência, desenvolveram mais espinhas do que aquelas que os consumiam menos frequentemente (Burris J, Rietkerk W, Woolf K, 2013).
Os carboidratos refinados como os citados acima são absorvidos mais rapidamente pelo organismo, fazendo a glicemia sanguínea disparar. Quando isso acontece, há um pico também de insulina. Esse hormônio é produzido para ajudar a transportar o açúcar para as células a fim de obter energia.
A insulina aumenta a atividade de hormônios andrógenos (testosterona e estrógeno), portanto é um fator que favorece a produção de gordura na pele e as espinhas.
Conheça a diferença entre carboidratos simples (refinados) e complexos.
Laticínios
Além dos carboidratos refinados, deve-se tomar cuidado também com os laticínios, pois estudos realizados, mostraram que o consumo de produtos lácteos aumentaram em trinta por cento o aparecimento de espinhas em adultos jovens (Ismail, NH.2012).
Isso acontece porque o leite e derivados aumentam a produção de insulina.
Fast-foods
Fast foods também devem ser evitados, pois são ricos em gorduras e açúcar (carboidratos refinados).
Ômega 6
Uma alimentação muito rica em ômega 6, como é o caso do consumo excessivo de azeite, castanhas, nozes, amendoim, manteiga, pode favorecer o aparecimento das espinhas. Isso ocorre porque o ômega 6 em desequilíbrio no organismo favorece as inflamações (Tanghetti EA,2013).
O que NÃO fazer para acabar com as espinhas
Que atire a primeira pedra aquele que nunca ficou ao menos tentado em experimentar a dica caseira e espertíssima para as espinhas sumirem… Sim, existem receitas que parecem fazer sentido, mas não vão adiantar e podem até piorar o problema.
Espremer uma espinha por exemplo é um erro, pois isso pode levar bactérias ao local e infeccionar.
Um estudo publicado no British Journal of Dermatology em 2015 mostra que produtos como pasta de dente, ou preparados à base de plantas e outras receitas caseiras, podem fazer surgir alergias e manchas na pele.
Existem produtos específicos nas farmácias que ajudam a tratar os casos mais leves. Entretanto, em casos mais severos de acne, deve-se sempre consultar o dermatologista.
Alguns tratamentos caseiros para espinhas que ajudam sem riscos
Estudos na área de dermatologia concluem que lavar o rosto com sabonete antibactericida todas as manhãs e a noite é o primeiro passo para evitar espinhas, pois dessa maneira se retiram as células mortas e a oleosidade da pele (Poli,F., 2022).
- O óleo essencial de melaleuca tem efeito de cicatrização e atua da mesma forma que alguns cremes para espinhas.
- Para quem tem pele mista o óleo de jojoba atua equilibrando o ph natural da pele.
- O gel de aloe vera contribui para a cicatrização da pele.
- O vinagre de maçã é antibactericida e ajuda a limpar a pele. Ele deve ser utilizado diluído em água.
- A casca da banana é rica em antioxidantes que diminuem inflamações. Experimente passar no rosto a parte branca, e deixar por 20 minutos.
Fontes e referências adicionais
- Acne: the role of medical nutrition therapy, J Acad Nutr Diet. 2013 Mar;113(3):41.
- Implications for the role of diet in acne, Semin Cutan Med Surg. 2005 Jun;24(2):84-91.
- Evolving perspectives on the etiology and pathogenesis of acne vulgaris, J Dermatol. 2015.
- High glycemic load diet, milk and ice cream consumption are related to acne vulgaris in Malaysian young adults: a case control study, BMC Dermatol. 2012
- The role of inflammation in the pathology of acne, J Clin Aesthet Dermatol. 2013 Sep;6(9):27-35.
- The epidemiology of adolescent acne in North East China, J Eur Acad Dermatol Venereol. 2010 Aug;24(8):953-7.
- Jornal da Academia Europeia de Dermatologia e Venereologia, 2022.
Fontes e referências adicionais
- Acne: the role of medical nutrition therapy, J Acad Nutr Diet. 2013 Mar;113(3):41.
- Implications for the role of diet in acne, Semin Cutan Med Surg. 2005 Jun;24(2):84-91.
- Evolving perspectives on the etiology and pathogenesis of acne vulgaris, J Dermatol. 2015.
- High glycemic load diet, milk and ice cream consumption are related to acne vulgaris in Malaysian young adults: a case control study, BMC Dermatol. 2012
- The role of inflammation in the pathology of acne, J Clin Aesthet Dermatol. 2013 Sep;6(9):27-35.
- The epidemiology of adolescent acne in North East China, J Eur Acad Dermatol Venereol. 2010 Aug;24(8):953-7.
- Jornal da Academia Europeia de Dermatologia e Venereologia, 2022.
Você tem problemas de espinhas? Já notou que elas pioram ou melhoram ao consumir determinados alimentos? Comente abaixo!
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