A presença de ingredientes desconhecidos em alimentos pode gerar preocupação para muitas pessoas. Será que o dióxido de silício faz mal? Em que alimentos ele está presente? Vamos entender a seguir o que ele é exatamente e porque está presente e alguns alimentos.
O que é o dióxido de silício?
O dióxido de silício (SiO2) é um mineral composto por dois átomos de oxigênio e um átomo de silício, que é branco e quebradiço em sua forma sólida, além de ser bastante resistente ao calor, apresentando um ponto de fusão (transição do sólido para o líquido) de 1.650º C.
Existem dois tipos de dióxido de silício – o granular, que conta com partículas pequenas e duras, e o cristalino, que possui uma coloração parecida com a do leite, na forma de quartz. A substância pode ser encontrada em quase todo o planeta, já que é bastante comum na crosta terrestre, prevalecendo em regiões rochosas e montanhosas.
Segundo o Health Line, 59% da crosta do planeta corresponde a dióxido de silício e ele constitui 95% das rochas conhecidas em todo o mundo. No artigo de hoje, a gente vai conhecer um pouquinho melhor esse elemento, saber para que serve e entender se o dióxido de silício faz mal para a saúde do organismo humano.
Para que serve o dióxido de silício?
O elemento pode ser utilizado em diversas funções. Por exemplo, o dióxido de silício é utilizado na produção de pasta de dentes, já que por conta de sua rigidez ele contribui com a eliminação de placa nos dentes. O mineral também é usado na fabricação de vidro, serve como pesticida e trata-se de um dos principais ingredientes do cimento.
Além disso, o dióxido de silício também funciona como um aditivo alimentar cuja serventia é a de ser um agente antiaglomerante, ou seja, evita a aglomeração ou aglutinação de partículas. É também chamado de antiumectante.
A substância também é utilizada em suplementos para impedir que os ingredientes encontrados na forma em pó não fiquem grudados, já que ela trabalha absorvendo o excesso de umidade dos ingredientes.
O elemento também está presente em produtos da indústria de cosméticos e da indústria farmacêutica. Veja a lista com diversos itens em que o dióxido de silício pode ser encontrado, confira a seguir quais são eles:
- Medicamentos como Xanax (Alprazolam);
- Tintas para impressoras;
- Plásticos;
- Verniz;
- Inseticidas;
- Acaricidas;
- Aplicações biomédicas;
- Produtos de limpeza como lustradores para metais.
Mas você sabia que o dióxido de silício é encontrado naturalmente em diversos alimentos de origem vegetal? A lista de itens em que o mineral está presente inclui a beterraba, os vegetais verdes folhosos, os pimentões, o arroz integral, a aveia e alfafa. Isso sem contar que o elemento também pode ser encontrada na água potável, conforme informou o Health Line.
O dióxido de silício faz mal?
De maneira geral a substância pode ser considerada inofensiva. Um indicativo disso é o fato do dióxido de silício ser encontrado na água potável que bebemos e em diversos alimentos de origem vegetal que comemos e somos incentivados a consumir em nosso dia a dia.
Porém, segundo o Health Line, outro fator que aponta para a segurança da substância é o fato de uma pesquisa do ano de 1973 ter identificado que o elemento que as pessoas geralmente consomem não fica acumulado no corpo. O que acontece é que ele eliminado do organismo por meio dos rins.
Além disso, pesquisas realizadas em animais não determinaram a existência de nenhum tipo de associação entro o dióxido de silício e o aumento de risco de desenvolvimento de câncer, danos aos órgãos do corpo ou da mortalidade.
Os estudos também não estabeleceram nenhuma relação entre a substância e interferências na saúde reprodutiva, no peso de nascimento dos bebês ou no peso corporal das pessoas.
Outro ponto que pesa a favor do dióxido de silício na balança é o fato de órgãos de saúde como a Organização Mundial de Saúde (OMS), a Food and Drug Administration (Administração de Alimentos e Drogas, tradução livre, FDA, sigla em inglês) dos Estados Unidos e a European Food Safe Authority (Autoridade Europeia de Segurança Alimentar, tradução livre, EFSA, sigla em inglês), reconhecerem o elemento como um aditivo seguro.
Ainda assim, foi estabelecido um limite de consumo para o dióxido de silício – de acordo com a FDA, o teor da substância em um alimento não deve ser maior do que 2% do peso da comida em questão. Segundo o Health Line, tal limite foi estabelecido porque os efeitos de quantidades maiores que essas ainda não foram avaliados.
Veja também:
O dióxido de silício não deve ser inalado
Por outro lado, em sua forma em pó, ao ser inalado, o dióxido de silício faz mal. Isso porque quando isso acontece, partículas pequenas do mineral podem ficar alojadas em regiões do corpo como o esôfago e os pulmões.
Elas não se dissolvem, o que pode resultar em problemas como bronquite e a chamada silicose, uma condição caracterizada por falta de ar, febre, tosse e pele azulada. Também é possível que inalar o pó do dióxido de silício cause câncer, porém, isso é classificado como raro.
O grupo que apresenta maiores riscos em relação ao elemento são os trabalhos da indústria que ficam expostos à inalação do dióxido de silício cristalino.
A exposição ao dióxido de silício também já foi associada à artrite reumatoide, pequenas vasculites (inflamações) nos vasos sanguíneos, doenças autoimunes e problemas renais.
Apesar de existirem estudos que se contradizem quanto ao efeito do elemento em relação aos rins, uma pesquisa publicada no ano de 2012 no jornal Renal Failure (Falência Renal) identificou a existência de uma associação consistente e positiva entre a substância e a doença renal crônica.
O estudo em questão concluiu que a exposição durante o trabalho ao dióxido de silício aumentou em um terço o risco da doença renal crônica. Além disso, segundo a pesquisa, quanto maior fosse a duração da exposição ao elemento, maior era o aumento do risco de desenvolvimento da condição.
Fontes e Referências Adicionais:
- Encyclopedia Britannica: Silica. (2014).
- European Food Safety Authority. (2009). Calcium silicate and silicon dioxide/silicic acid gel added for nutritional purposes to food supplements. The EFSA Journal. 1132, 1-24.
- Food and Drug Administration (FDA): Title 21 Part 172.480 Silicon Dioxide. (2014).
- Villota, R., & Hawkes, J. (1986). Food applications and the toxicological and nutritional implications of amorphous silicon dioxide. Critical Reviews in Food Science and Nutrition. 23(4), 289-321.
- World Health Organization: Silicon dioxide and certain silicates.
Comprei um suplemento alimentar q tem esse componente e estou achando q não vou tomar .Tem o fosfato tricalcio e dióxido de silício.
Suplemento: Cartiliv multi. Colageno Tipo 2
Muito esclarecedor com referências sobre os estudos trazendo mais credibilidade à matéria.
Eu tomei uma medicação genérica que continha dióxido de silício e senti urticária com sensação de começo de crise de asma,parei imediatamente com a medicação e comparei a bula do genérico com a do normal para ver que aibstância havía diferente que me fizesse sentir mal, então desconfiei dessa substância e fui estudar o que era e para que servía, e apareceu de primeira que ela fazía mal aos pulmões. Aparece em bulas de genéricos.
Eu não conhecia para que serve e onde encontramos essa substância e entendi que o dióxido de silício não faz mal ao organismo.
Deveria haver uma lei no Brasil proibindo a adição de aditivos alimentares, como Dióxido de Silício, em remédios, suplementos e alimentos de consumo básico, como sal. Apenas deveria consumir essa coisa as pessoas que não se importam em consumir alimentos processados. Apesar de estar presente naturalmente em vegetais, há indícios de que a adição dessa substância em alimentos pode ir detonando lentamente as microvilosidades do intestino devido às nanopartículas de sílica q se desprendem.
Concordo totalmente contigo! É asqueroso o que a indústria faz, adicionando venenos (talco, dióxido de silício, etc) nos alimentos, medicamentos e suplementos!
Se não fossem esses ingredientes, seria impossível ter produtos nas prateleiras com mais de dois meses de validade. Pense no ar que respiramos todos os dias, quanta química nociva tem nele. O nosso corpo faz milagres todos os dias.
Muito útil a matéria, parabéns.
Grata pelo maravilhoso trabalho que nos disponibilizam.
Eu comprei um vidrinho de finjo biloba, onde contém o dióxido de silício, por conta de tonteiras e zumbidos no ouvido! FiZ a coisa certa? Tenho 53 anos e estou passando momentos terríveis com a menopausa!
Gostei muito da matéria. Clara, simples e completa. Parabéns.
Todos os produtos que uso com dióxido de cilício me faz mau,estou no auge de uma alergia e descobri que o açúcar que consumo todos os dias contém DIÓXIDO DE CILÍCIO. AÇÚCAR UNIÃO FIT
Todos os remédios que eu tomo com esse componente me dão reação alérgica forte!
Seria bom sem ele dióxido de silício , comprei Ginkgo biloba não outro , ô respeito humano é importante….
forma calculos renais,p quem já tem? ajuda.a
Eu consumo a farofa de soja da yoki diariamente, e nela consta esse ingrediente. Achei que estava me fazendo mal por causa principalmente desse ítem. Porém descobri que NÃO. Ainda bem…..
Geraldo, o grande problema dessas farofas não é o dióxido de silício, mas o glutamato monossódico, esse sim o grande vilão