Você já se sentiu tão estressado ao ponto de nem conseguir pensar direito? Bem, um estudo publicado em março no JAMA Network Open indicou que pessoas com níveis elevados de estresse podem ter uma função cognitiva piorada, afetando a memória, concentração e habilidade de aprendizado.
Os pesquisadores consideraram importante estudar a relação entre o estresse e a cognição porque o estresse já foi apontado como um fator de risco modificável para vários tipos de demência, incluindo o mais comum, a doença de Alzheimer.
A análise foi feita com base em dados coletados pelo estudo Reasons for Geographic and Racial Differences in Stroke (REGARDS) ou Razões para Diferenças Geográficas e Raciais no Acidente Vascular Cerebral (AVC).
O REGARDS é um estudo que inclui mais de 30 mil americanos negros e brancos com 45 anos ou mais. Inicialmente, os participantes foram recrutados entre 2003 e 2007. Desde então, eles recebem acompanhamento todos os anos por meio de telefone, questionários e exames feitos em casa.
O principal objetivo do REGARDS é analisar diferenças na saúde cerebral, especialmente nas pessoas negras que moram no chamado “stroke belt” (área dos Estados Unidos em que o risco de AVC é maior) em certas regiões no Sul.
A análise de dados no novo estudo indicou que as duas raças avaliadas registraram uma associação similar entre os níveis elevados de estresse e uma função cognitiva reduzida. Entretanto, as pessoas negras tendiam a relatar um estresse maior.
Como o estresse pode afetar a saúde
Segundo a diretora do programa de doutorado em assistência social da Universidade de Tulane, Tonya C. Hansel, os sintomas de que o estresse pode estar sobrecarregando uma pessoa podem incluir ansiedade, irritabilidade, evitar coisas que costumavam trazer alegria, ou tristeza.
Mas, de acordo com Hansel, isso também pode aparecer na forma de dor no pescoço, dor de estômago e dores de cabeça. Ela alertou que ignorar esses sinais, o que muitas pessoas costumam fazer inclusive, pode resultar em problemas mais graves.
O psicólogo clínico e vice-presidente de Saúde Comportamental da Stony Brook Medicine, Adam Gonzalez, explicou que quando uma pessoa vivencia um fator de estresse, a sua mente e o seu corpo reagem àquilo com a chamada resposta fight-flight-freeze ou luta-foge-congela, que são maneiras que o corpo encontra para lidar com esse tipo de situação.
Nas circunstâncias adequadas, essa resposta pode ser útil, mas ela também pode causar problemas, como a dificuldade de pensar e se concentrar, preocupação, pensamentos negativos, dores físicas, emoções negativas, medo e comportamentos problemáticos como comer em excesso, dificuldade para dormir e uso de substâncias.
Conforme Gonzalez, viver preso em uma eterna resposta ao estresse pode desgastar a mente e o corpo, produzindo problemas como ansiedade, pânico, depressão, inflamação, baixa na função imunológica, ganho de peso e problemas no coração. As informações são do Healthline.
Tudo isso mostra como é importante não apenas encontrar maneiras saudáveis de aliviar o estresse, mas também procurar o auxílio de um psicólogo quando perceber que o estresse anda alto demais.