Você é mais uma daquelas pessoas que odeiam correr para se exercitar? Precisa de uma pausa na bicicleta? Exercitar-se com um trampolim pode proporcionar uma ótima queima de calorias e aumentar a performance cardiorespiratória, de acordo com uma nova pesquisa, e pode ser ainda mais fácil e divertido.
O estudo trata-se especificamente sobre mini trampolins projetados especificamente para a prática de exercícios voltados para a boa forma. Eles estão disponíveis comercialmente para uso doméstico, e podem ser encontrado em academias e estúdios fitness.
O American Council on Exercise (ACE), que patrocinou o estudo, diz que este exercício não-convencional pode ser benéfico para as pessoas que não gostam de formas tradicionais exercícios aeróbicos, que querem experimentar um tipo diferente de treinamento para o corpo inteiro, ou que estão à procura de uma alternativa de exercício de baixo impacto – exercícios de trampolim podem ser mais leves para as articulações, segundo Cedric X. Bryant, Chief Science Officer da ACE – embora você ainda deva se consultar com um médico ou fisioterapeuta se tiver lesões ou problemas nelas.
Esta não é a primeira vez que os cientistas estudaram a eficácia de exercícios sobre o trampolim: seus benefícios foram aclamados pela primeira vez por pesquisadores da NASA no fim dos anos 1970, o que levou a uma onda de aulas e vídeos baseados em exercícios com o trampolim.
“Sabemos que este tipo de treino trabalha todo o corpo e envolve uma grande quantidade de massa muscular”, diz Bryant, “e quanto mais massa muscular você cultivar, mais calorias você vai gastar.” Além disso, diz ele, a instabilidade de uma superfície saltitante também fornece benefícios ao treinamento de força.
As pesquisa nas décadas subsequentes, no entanto, foram variadas: dois estudos da década de 1990 especificamente questionaram se esses programas realmente proporcionaram um bom treino como o prometido.
Sendo assim, a ACE, a maior organização certificada de saúde e boa forma sem fins lucrativos do mundo, decidiu realizar este estudo para finalmente terminar a questão. Para isso, o grupo juntou-se com pesquisadores da Universidade de Wisconson-La Crosse e recrutou 24 estudantes universitários ativos e saudáveis.
Antes do início do estudo, os pesquisadores mediram o máximo de frequência cardíaca e ingestão de oxigênio – indicações de quão apto fisicamente cada voluntário estava -, enquanto eles corriam em uma esteira.
Depois, todos os voluntários completaram um treino de 19 minutos no trampolim, com música motivacional e projetado por uma empresa que vende trampolins fitness, acessórios e DVDs. Seus batimentos cardíacos e os níveis de oxigênio foram coletados a cada minuto durante o treino, o que os pesquisadores usaram para calcular a sua queima de calorias.
Esses cálculos mostraram que homens e mulheres queimaram uma média de 11 e 8,3 calorias por minuto, respectivamente. Isso colocou o treino no limite entre intensidade moderada e vigorosa, semelhante a uma corrida em terreno plano a 9,6 km/h, andar de bicicleta a 22 km/h, ou jogar futebol ou basquete.
Curiosamente, porém, o treino não pareceu ser tão intensa como realmente era para os praticantes. Com base na queima de calorias e nível de intensidade, os pesquisadores esperavam que os participantes dessem à atividade uma taxa de esforço percebido (RPE) de cerca de 13. Em vez disso, a média foi de 11,7, que se traduz em um treino de intensidade leve a moderada.
“Isso pode ser porque, enquanto os músculos estão trabalhando duro, o trampolim torna a atividade menos chocante”, disse o autor principal do estudo John Porcari, PhD, professor da ciência do exercício e desporto, em um artigo publicado no site da ACE. “O fator diversão pode facilitar as coisas, também.”
O estudo também constatou que durante o pico do exercício de trampolim (não incluindo o aquecimento e relacxamento), os participantes tiveram uma média de 79% da sua freqüência cardíaca máxima e 59% do seu VO2 máximo, uma medida da quantidade de oxigênio que o corpo pode utilizar durante o exercício. Estes valores caem dentro dos intervalos estipulados pelo American College of Sports Medicine para melhorar a aptidão cardiorrespiratória.
“Isso significa que, sim, o treino é suficiente para melhorar a resistência”, diz Bryant. “Vimos também que os participantes consistentemente pensavam que o treino era mais leve do que os batimentos cardíacos medidos e os níveis de consumo de oxigênio, o que provavelmente deve ter um impacto positivo sobre a adesão ao exercício a longo prazo.”
Quando as pessoas realizam outros tipos de exercício dentro da faixa de intensidade moderada a vigorosa, tendem a relatar taxas significativamente maiores de esforço, Bryant acrescenta. “Isto pode ser devido em parte ao fato de que trampolins são uma forma única de exercício e os participantes se sentiram confortáveis com eles muito rapidamente”, sugere.
Na verdade, os participantes do estudo relataram que se exercitar sobre o mini-trampolim foi muito divertido, e que a coreografia era fácil de aprender. E apesar de que se divertir pode não ser a principal prioridade para alguém que busca queimar calorias e melhorar a sua saúde cardíaca, Bryant diz que essa é a chave para ser bem sucedido a longo prazo em relação à boa forma.
“Nós não devemos subestimar o fator diversão”, diz ele. “Nós podemos fazer as coisas por pura determinação, por um período de tempo finito, mas se queremos desenvolver hábitos de exercícios, temos de encontrar coisas que realmente gostamos de fazer.”