Hantavirose: o que é, sintomas, transmissão e tratamento

O Hantavírus, agente causador da hantavirose, é um vírus transmitido por algumas espécies de roedores. Ou seja, podemos dizer que a hantavirose é uma zoonose.

Ele pode causar problemas sérios em diversos órgãos, como rins, coração e pulmões, e até o momento não existem vacinas para prevenir a doença.

Por isso, conhecer as formas de prevenção e os sintomas da doença é essencial para melhorar as chances de sucesso do tratamento. E é exatamente isso que faremos neste artigo.

Sintomas da hantavirose

Rato — A hantavirose é transmitida por roedores infectados

Os sintomas típicos da hantavirose podem ser divididos em três grupos, de acordo com a fase da infecção e dos órgãos afetados.

Assim, temos:

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1. Fase inicial

Nesta fase os sintomas tendem a ser mais inespecíficos, e podem ser confundidos com outras infecções. Os mais comuns são:

Febre
Dor de cabeça
Dor na região lombar
Dor nas articulações
Dor abdominal
Sintomas gastrointestinais, como diarreia e náuseas

2. Síndrome cardiopulmonar

Essa fase pode se agravar em poucas horas, uma vez que há um acúmulo de líquido ao redor do pulmão.

Por isso, é importante procurar atendimento médico de forma rápida, caso haja alguma suspeita de hantavirose.

Os sintomas incluem:

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Febre
Falta de ar
Respiração rápida
Aceleração dos batimentos cardíacos
Tosse seca
Hipotensão, ou pressão baixa

Veja também: 8 tipos de infecções pulmonares e seus sintomas

3. Febre hemorrágica com síndrome renal

Essa manifestação da doença não costuma ocorrer em todas as pessoas. Mas, quando ela ocorre, indica que houve o comprometimento dos rins, causando:

Diminuição da frequência urinária
Inchaço, que pode atingir todo o corpo
Formação de hematomas e petéquias
Sangramentos espontâneos

Tratamento para a hantavirose

Até o momento, não existe um tratamento específico para a hantavirose. No entanto, como ocorre com a maioria das infecções virais, o corpo consegue eliminar o vírus após um tempo.

Assim, o que ocorre é o tratamento de suporte, que irá ajudar a controlar os sintomas e a tratar as possíveis complicações.

Alguns exemplos incluem:

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Suporte de oxigênio ou mesmo ventilação artificial
Uso de medicamentos para a febre
Hemodiálise, caso haja danos aos rins
Medicamentos para controlar a pressão arterial, que pode estar muito baixa
Uso do medicamento antiviral ribavirina que, apesar de não ser específico para a hantavirose, pode ajudar a amenizar os sintomas. No entanto, ele só é usado em casos mais graves

Além disso, como se trata de uma doença que atinge os pulmões, é importante que os profissionais de saúde e familiares usem máscaras, evitando assim o risco de transmissão entre pessoas (embora esse tipo de contágio seja raro).

Veja também: 11 importantes sintomas da insuficiência renal

Diagnóstico da hantavirose

Inicialmente a suspeita de hantavirose surge pela análise dos sintomas apresentados, além de se levar em conta outros fatores, como:

Epidemiologia, ou seja, se a pessoa vive numa área de risco para a hantavirose
Histórico de contato com roedores, ou se a pessoa esteve em ambientes possivelmente contaminados

Então, após a suspeita, o médico irá solicitar alguns exames laboratoriais, para confirmar o diagnóstico:

Identificação de anticorpos IgM, que começam a ser produzidos quando há o contato com o vírus
Identificação de material genético do vírus

Normalmente os dois exames são solicitados juntos, para aumentar a chance de um diagnóstico correto.

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Além disso, o médico também pode pedir outros exames, para avaliar o funcionamento dos rins e de outros órgãos.

Formas de contágio

Como vimos anteriormente, a hantavirose é uma doença transmitida por roedores. Mais especificamente, roedores infectados ou seus excrementos.

Assim, a transmissão ocorre através da inalação de partículas de urina e fezes desses animais, embora existam casos raros onde a infecção se iniciou a partir da ingestão de água e alimentos contaminados e da contaminação de ferimentos.

No entanto, felizmente, a transmissão entre humanos não costuma ocorrer, e até o momento só foram relatados raríssimos casos deste tipo.

Além disso, os sintomas podem demorar a aparecer, chegando a 60 dias entre a infecção inicial e o início dos sintomas da doença. Isso faz com que seja difícil identificar o local exato de contágio.

É possível prevenir a hantavirose?

A prevenção da hantavirose é relativamente simples, uma vez que já se conhece o agente transmissor.

Assim, podemos citar algumas dicas:

Evite contato com roedores e seus excrementos
Mantenha o ambiente ao seu redor limpo e sem acúmulo de entulho, para evitar a multiplicação desses roedores
Sempre que for limpar algum lugar que antes estava fechado, use máscara e tente ventilar o ambiente
Usar telas de proteção em janelas e portas, para evitar a entrada de ratos e outros animais que possam espalhar a doença
Antes de usar utensílios que estejam guardados há muito tempo, lave-os bem
Evite deixar lenha e outros materiais volumosos diretamente no chão. Sempre que possível, coloque-os em cima de um pallet ou estrado
Tenha cuidado ao armazenar grãos, deixando-os em uma altura de ao menos 40 cm do chão.

Desta forma, é possível evitar a proliferação de animais próximos à casa, o que diminui bastante a chance de pegar a doença.

Possíveis complicações

Insuficiência respiratória — A insuficiência respiratória é uma das mais graves possíveis complicações da doença

A hantavirose é uma doença que pode se agravar rapidamente, e muitas vezes é necessário o tratamento hospitalar.

Isso se deve ao fato de que o vírus atinge alguns órgãos com bastante intensidade, causando danos a eles.

Assim, as complicações mais graves da hantavirose são:

Insuficiência respiratória, que pode rapidamente levar à morte, se não tratada
Insuficiência renal, muitas vezes deixando a pessoa dependente de hemodiálise
Insuficiência cardíaca, embora esta complicação seja rara

Além disso, o período de recuperação pode variar bastante, e existem pessoas que apresentaram sintomas residuais, como fadiga, dores musculares e dores de cabeça por semanas ou meses após o final do tratamento.