As artes marciais não são apenas tipos de luta, mas também envolvem ensinamentos sobre valores, ética e cultura das pessoas que criaram essas formas de combate.
Além de fazer bem para o corpo, como emagrecer, fortalecer os músculos e melhorar a coordenação e o equilíbrio, as artes marciais também exercitam a mente e o espírito.
Não à toa, a meditação é parte importante de diversas lutas. A melhora da concentração, do humor, da confiança, da consciência e da disciplina são todos benefícios que vão além da forma física.
Estudos indicam que crianças que praticam artes marciais têm melhor desempenho escolar. Além disso, para aqueles que têm um dia de trabalho agitado e procuram maneiras de aliviar o estresse, é bom saber que qualquer tipo de arte marcial libera uma boa quantidade de endorfina. Aliás, conheça os 12 principais sintomas do estresse que estão prejudicando sua saúde.
Ela ajuda a desenvolver o raciocínio, os reflexos e contribuem para uma circulação sanguínea mais saudável, beneficiando o coração. Basta escolher a luta marcial que combine mais com você e que também traga os benefícios que você procura.
Boxe: uma arte marcial em debate
Começamos nossa lista com o tópico mais controverso, pois ainda não há um consenso definitivo sobre se o boxe deve ser considerado uma arte marcial ou não.
O boxe que vemos na TV e nas Olimpíadas, e que geralmente é ensinado em academias, é amplamente reconhecido, mas há dúvidas sobre considerá-lo uma arte marcial, principalmente porque não enfatiza muito o desenvolvimento mental e espiritual do praticante.
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A filosofia é algo secundário no boxe, que foca principalmente no treinamento físico e na competição.
Por outro lado, aqueles que defendem o boxe como uma arte marcial argumentam com base na definição comum dessas disciplinas: um sistema organizado com tradição em técnicas de combate.
A tradição do boxe é inquestionável, remontando pelo menos às Olimpíadas da Grécia Antiga. Além disso, em termos de regras de luta, o boxe não difere muito de outras artes marciais, como caratê e taekwondo, que são consideradas como tal.
O treinamento de boxe é desafiador durante toda a aula, resultando em uma queima considerável de calorias.
Contrariamente ao que muitos pensam, o trabalho das pernas é tão importante quanto o dos braços. Além disso, a região abdominal é particularmente fortalecida, já que precisa estar sempre contraída e preparada para receber golpes.
Muay Thai: a arte dos oito membros
O Muay Thai, originário da Tailândia, possui registros que remontam ao início do último milênio. É conhecido como a “arte dos oito membros” devido aos oito pontos de contato do corpo que simulam ou substituem armas usadas em combate, como espadas, machados e bastões.
No Brasil, o Muay Thai tem se tornado mais popular, principalmente entre as mulheres, nos últimos tempos, contribuindo para mudar as ideias preconcebidas sobre gênero nas lutas.
Uma das razões frequentemente apontadas é o desenvolvimento das habilidades de autodefesa, mas os benefícios para o corpo também são numerosos.
Os golpes com as pernas, em particular, contribuem significativamente para tonificar os músculos da parte inferior do corpo.
Kickboxing: combinação de socos e chutes
O kickboxing é uma modalidade versátil que combina socos e chutes. Com diferentes estilos, essa arte oferece uma variedade de opções para atender às preferências e objetivos individuais.
Os movimentos dinâmicos do Kickboxing proporcionam um treinamento completo do corpo, ajudando na queima de calorias e no fortalecimento muscular.
Judô: equilíbrio, coordenação e valores
O Judô, uma arte marcial bastante tradicional no Brasil e com atletas brasileiros conquistando resultados importantes em Olimpíadas, é uma prática relativamente nova que surgiu no Japão no século XIX (19).
Seu objetivo principal é envolver e imobilizar o adversário, aproveitando a própria força do oponente contra ele. Além do aspecto físico, o Judô busca educar a mente e a moral do praticante.
No Judô, não é permitido chutar, socar ou empurrar o oponente, o que significa que a ênfase está no desenvolvimento do equilíbrio, coordenação, flexibilidade e agilidade para escapar e executar movimentos durante o combate.
Os princípios fundamentais, valores e ética da luta desempenham um papel fundamental nos ensinamentos do Judô, promovendo virtudes como humildade e solidariedade. Talvez por isso, seja especialmente popular entre as crianças.
Jiu-jitsu: força, resistência e técnica
O Jiu-jitsu, que compartilha sua origem com o Judô, é outra forma de arte marcial que se desenvolveu no Brasil ao longo do século XX (20).
A família Gracie desempenhou um papel essencial na história dessa arte, pois foram pioneiros em levar sua técnica para outros países com grande sucesso. Confira também a dieta Gracie: como funciona, cardápio, e dicas.
Similarmente ao Judô, o Jiu-jitsu não se baseia em socos ou chutes, mas sim em tentar imobilizar o oponente por meio de movimentos realizados principalmente no chão.
Isso não significa que não envolva dor, pelo contrário. As quedas frequentes ajudam o corpo a se acostumar com o desconforto, resultando no desenvolvimento de força e resistência devido ao esforço constante.
Como desvantagem, há as comuns lesões na orelha que causam inchaço. Essas lesões são causadas por golpes na região ou pelo atrito com o tatame ou o próprio quimono.
No entanto, é possível tratar o problema por meio da drenagem do sangue acumulado na região. Os treinos de Jiu-jitsu são intensos e desafiantes, contribuindo para o desenvolvimento físico e mental.
Capoeira: a arte marcial brasileira
Quando falamos do Brasil, não podemos deixar de mencionar a Capoeira, uma “arte marcial brasileira”. Ela foi criada pelos escravos africanos que foram trazidos para o Brasil como uma forma de defesa. Até meados do século passado, a prática da Capoeira era oficialmente proibida.
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A Capoeira é frequentemente descrita como uma combinação entre luta e dança, e isso se deve em parte ao importante papel do berimbau no seu ritmo. Enquanto duas pessoas “jogam” no centro da roda, os outros participantes tocam o berimbau e aplaudem.
A Capoeira não apenas traz os benefícios comuns das artes marciais, como melhorar a flexibilidade, a força e queimar calorias, mas também coloca ênfase no ritmo. Os praticantes precisam prestar atenção à música e ao gingado.
Além disso, a Capoeira estimula a criatividade, pois executar os movimentos de maneira fluída e interessante, em sincronia com o adversário, é um aspecto fundamental da prática.
Caratê: reflexos e autodefesa
Outra arte marcial com origem no Japão é o caratê (ou karatê), que surgiu na área que hoje é conhecida como a cidade de Okinawa no início do século XX (20).
Esta prática é caracterizada por golpes de socos, chutes, e ataques com a mão aberta, entre outros movimentos, e se tornou popular em todo o mundo, especialmente por ser frequentemente representada no cinema, especialmente durante os anos 1970.
Os praticantes de Caratê, conhecidos como caratecas, geralmente focam no desenvolvimento da força interna sem um grande aumento no tamanho dos músculos.
O Caratê valoriza reflexos rápidos e velocidade como métodos de autodefesa. Ou seja, o objetivo principal não é vencer, mas sim alcançar um equilíbrio entre corpo e mente, integrando desenvolvimento técnico. Os movimentos precisos do Caratê melhoram a concentração e a disciplina mental.
Kung-fu: espiritualidade e concentração
O Kung-Fu é uma antiga arte marcial chinesa que também faz sucesso no cinema, com Bruce Lee sendo um famoso praticante e a franquia Kung Fu Panda sendo adorada por jovens.
Além de ser uma forma de defesa, o Kung-Fu também visa atingir um alto nível de concentração e autodisciplina, funcionando como um exercício espiritual.
Praticada ao longo de milênios, o Kung-Fu apresenta diversos estilos, muitos dos quais imitam os movimentos de animais. Assim como o Caratê, essa arte marcial chinesa é uma técnica de autodefesa que aprimora o corpo em todos os aspectos. Além do condicionamento físico, o Kung-Fu enfatiza o desenvolvimento da concentração, controle emocional e confiança, tornando esses aspectos fundamentais do aprendizado.
Além disso, o Kung-fu ajuda a melhorar a postura e a flexibilidade, contribuindo para a saúde geral do corpo.
Aikido: não-competição e filosofia
O Aikido, que surgiu no Japão no começo do século passado, é uma combinação de várias antigas artes marciais japonesas. Essa prática se baseia na ideia de não competição e defesa pessoal, sendo um treinamento de técnicas e valores espirituais.
No Aikido, há uma ênfase especial nos princípios filosóficos que o fundamentam, como humildade, compaixão e sabedoria.
Além disso, o Aikido também ensina o uso de armas tradicionais japonesas, especialmente a espada e o bastão.
Taekwondo: foco nos membros inferiores
O Taekwondo coreano é ideal para aqueles que desejam fortalecer as pernas. Com chutes espetaculares, essa arte marcial oferece um treinamento intensivo para os membros inferiores.
Além disso, o Taekwondo ajuda a melhorar a flexibilidade e a agilidade. Para aqueles que desejam fortalecer os membros inferiores com intensidade, no Taekwondo não faltarão pulos, chutes, voadoras e giros no ar.
MMA: a união das artes marciais
Por último, o MMA, abreviação para Mixed Martial Arts, é uma combinação de várias disciplinas de artes marciais, com foco principalmente na competição esportiva.
Essas artes incluem o boxe, o kickboxing, o jiu-jitsu, o jeet kune do (uma arte marcial criada por Bruce Lee) e o wrestling. Essa abordagem permite lidar com uma ampla variedade de situações de luta e oferece diversos benefícios combinados.
Os treinos de MMA são desafiadores e eficazes para desenvolver força, resistência e habilidades de autodefesa.
Independentemente da arte marcial escolhida, fica claro que todas elas proporcionam uma série de benefícios para o corpo e a mente.
Elas não apenas ajudam a manter a boa forma física, mas também promovem valores, ética e autodescoberta. Cada uma das 11 artes marciais mencionadas oferece uma abordagem única para alcançar um estilo de vida saudável.
O que você achou dessas 11 artes marciais? Alguma delas você não conhecia? Comente abaixo!
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