O que você acredita que influencia a longevidade de uma pessoa? Um estilo de vida saudável, com uma dieta balanceada e prática frequente de atividades físicas? De fato!
Além disso, controlar a pressão alta e colesterol, ter consultas médicas frequentes e não usar bebidas alcoólicas e cigarro também. Todos esses fatores realmente impactam a longevidade.
Agora, um estudo que saiu no Mayo Clinic Proceedings sugeriu que outro elemento pode influenciar a longevidade. Trata-se do nível de aptidão cardiorrespiratória, que é medida pelo VO2 máximo ou consumo máximo de oxigênio.
O VO2 máximo representa a capacidade aeróbica máxima de uma pessoa, ou seja, a maior quantidade de oxigênio que uma pessoa consegue utilizar do ar inspirado enquanto faz um exercício físico aeróbico.
Como os pesquisadores chegaram a isso?
A pesquisa teve a participação de pouco menos de 59 mil pessoas, com idade entre 40 anos a 69 anos. Avaliou-se o nível de aptidão cardiorrespiratória dos participantes por meio de um teste de esforço.
Em um acompanhamento aproximadamente seis anos mais tarde, os pesquisadores notaram que o grupo de pessoas da categoria de risco mais alto, ou seja, que tiveram dificuldades com o teste de esforço, estava associado a um tempo de vida mais curto.
De acordo com o cardiologista da Universidade da Finlândia Oriental e principal autor do estudo, Jari Antero Laukkanen, a pesquisa mostrou que entre os participantes com baixo risco e sem doenças, um maior nível de aptidão física tinha uma relação forte com um risco mais baixo de morte prematura.
O cardiologista defende que as conclusões possibilitam ter novas percepções sobre o valor de uma avaliação de aptidão física como complemento ou até mesmo em termos de prognóstico (indicativo do que pode vir a acontecer).
Para os pesquisadores do estudo, apesar dos médicos não terem o costume de verificar o nível de aptidão cardiorrespiratória, a avaliação desse marcador de saúde não deveria ficar somente para os pacientes com problemas cardiovasculares.
Outros importantes marcadores de saúde como pressão arterial, níveis de colesterol e Índice de Massa Corporal (IMC) são necessários e é preciso levá-los em consideração.
Mas o principal autor da pesquisa acredita que também deve-se avaliar a aptidão física como parte dos exames anuais de check-up.
Dificuldade de acesso e alternativas
No entanto, Laukkanen admite que muitos médicos não têm acesso aos testes ou não contam com uma equipe para administrar e avaliar esses exames.
Isso torna muito difícil solicitar uma avaliação de aptidão cardiorrespiratória, a não ser que o paciente apresente fatores de risco que exijam a realização.
A boa notícia é que existe uma coisa que todo mundo pode fazer, independente de ter acesso a um exame de aptidão física ou não. Isto é, aumentar o nível de atividade física e mantê-lo assim.
“É isso que muda o seu nível de aptidão cardiorrespiratória e oferece benefícios não apenas para o sistema cardiovascular, mas também para a função metabólica, a musculatura esquelética e o sistema pulmonar”, explicou o principal autor do estudo.
Para qualquer nível de aptidão física, é possível encontrar maneiras de melhorar o VO2 máximo. Por exemplo, incluir na rotina treinos intervalados de alta intensidade (HIIT, sigla em inglês) e treinos de corrida.
Por questões de segurança, consulte um médico antes de começar qualquer um desses treinamentos e conte com o acompanhamento do educador físico ao executá-los.
Laukkanen adverte ainda para a necessidade de se fazer um trabalho melhor na promoção da prática de atividades físicas, como por exemplo exercícios aeróbicos e musculação através dos serviços de saúde, escolas e locais de trabalho para prevenir a doença cardiovascular.
“A saúde de longo prazo das nossas populações vai depender do sucesso desses esforços”, alertou o cardiologista.