Os perigos da comida estragada: riscos e cuidados

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Quem nunca teve uma diarreia porque ingeriu comida que estava estragada sem que tenha percebido, que atire a primeira pedra.

A diarreia é um dos primeiros sintomas de que algo nos fez mal e precisamos expulsar do nosso organismo e é também o indício de uma intoxicação alimentar.

As intoxicações alimentares podem nos causar desde sintomas que podemos tratar em casa até quadros mais graves, podendo inclusive levar algumas pessoas a óbito.

Porém, este é um mal que pode ser evitado, mas nem todos têm o conhecimento adequado para se proteger destas situações.

E você? Sabe como se proteger de uma intoxicação por um alimento estragado? Sabe como higienizar adequadamente e armazenar os alimentos? E como reconhecer que um alimento não está apropriado para o consumo? E fora de casa, como evitar comer algo que pode nos deixar doentes?

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Neste artigo iremos te contar como se proteger de consumir alimentos que possam trazer sintomas indesejados e outros riscos ainda piores. Confira!

Afinal, o que causa intoxicação alimentar?

Intoxicação alimentar
A diarreia é um dos principais sinais que indicam a intoxicação alimentar

A intoxicação alimentar é uma doença causada por bactérias, fungos, vírus, parasitas, que contaminam alimentos e também a água que bebemos.

Os microrganismos que mais causam contaminação em alimentos são as bactérias, sendo responsáveis por 83% dos casos de pessoas doentes por intoxicação alimentar (Bernardes, et ALL, 2018).

As bactérias que mais estão presentes em alimentos contaminados são: a Salmonella, Echerichia Coli, Shigella, Staphilococus Aureus, Clostridium Botulínum (Damian, 2008).

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Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), as intoxicações alimentares são responsáveis pelo adoecimento de aproximadamente 600 milhões de pessoas mundialmente todos os anos.

Em território brasileiro, entre os anos de 2000 até 2018, 245 mil indivíduos adoeceram em decorrência de intoxicação alimentar e houveram 195 mortes, de acordo com Ministério da Saúde.

Sintomas e riscos da intoxicação alimentar

Como já falamos no início do artigo, a diarreia é um dos sinais que indicam uma intoxicação alimentar, mas existem outros que devemos estar atentos como dores abdominais, dor de cabeça, vômito e febre.

A desidratação acaba sendo uma consequência grave, sendo aconselhável, procurar por um serviço de saúde.

Além de desidratação, é possível também ocorrer quadros de infecção que podem se agravar, assim como há casos onde o indivíduo pode sofrer convulsões e insuficiência renal (Bernardes, et ALL, 2018).

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É preciso entender que os microorganismos que atacam nosso corpo em uma intoxicação alimentar, podem ser difíceis de combater e podem, sim, nos levar à morte caso não tenhamos ajuda de um médico em casos mais graves, pois o quadro pode evoluir para uma infecção generalizada (sepse). (Lee anda cools, 2002).

Médicos do Massachussets General Hospital relataram no Journal of Medicine (2022) o caso de um estudante de 19 anos que teve as pernas amputadas após ser acometido por uma sepse em decorrência de intoxicação alimentar.

O rapaz havia consumido o resto de uma comida chinesa composta de frango e arroz que seu colega tinha guardado na geladeira no dia anterior. Essa é uma prova de que devemos estar atentos a tudo que consumimos, mesmo quando está na geladeira.

Por isso, por mais que a fome esteja grande, preste atenção às características da comida, como o cheiro, por exemplo.

Sinais de que um alimento cru não está bom para ser consumido

Um alimento cru quando está estragado apresenta características bastante perceptíveis como o cheiro, consistência e cor.

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Veja aqui os exemplos:

  • Carne crua vermelha ou branca: pode ficar esverdeada, acinzentada ou azulada, o cheiro lembra amônia, se colocar o dedo vai perceber uma viscosidade.
  • Leite: o cheiro é azedo, a consistência fica mais rala e a cor pode ficar um pouco esverdeada. 
  • Iogurte: além do cheiro azedo, apresenta consistência granulosa quando estraga.
  • Queijos: a cor modifica, se for queijo branco fica meio amarelado e viscoso. Queijos amarelos começam a esbranquiçar a casca de fora e depois aparecerão bolores, além do cheiro forte. É verdade que existem queijos específicos que podem ser consumidos com bolor, como o gorgonzola e outros, mas estes tipos já são produzidos com fungos específicos que não fazem mal.
  • Peixes: o peixe cru apresenta consistência amolecida, os olhos ficam esbranquiçados e as guelras ficam cinza ou rosa.
  • Ovos: a melhor maneira é testá-los em uma vasilha com água, se o ovo boiar é porque está estragado, se afundar, pode consumir sem medo. Além disso, ovos quando estragados apresentam um odor característico.
  • Legumes e verduras: observe o cheiro, cor e consistência. As folhas das verduras ficam amarelas e murchas quando não estão ideais para o consumo.
  • Frutas: mudam a consistência, o cheiro e a aparência, a casca pode estar enrugada. 
  • Grãos crus: milho, feijão, grão-de-bico, etc., não podem apresentar furinhos, isso é sinal de carunchos. Também deve-se observar a cor, a presença de algum bolor e odor.
  • Farinha de trigo, fubá,amido de milho e outras farinhas: deve-se observar se existe a presença de carunchos e bolor.

Os cuidados para preparar, armazenar e comprar alimentos

Geladeira organizada
É importante saber como armazenar e em qual temperatura cada tipo de alimento em casa

Em casa, podemos controlar a contaminação dos alimentos com a higienização correta, a manipulação adequada e o armazenamento seguro.

A seguir algumas medidas simples que podemos ter para evitar intoxicação alimentar.

  • Para evitar que microorganismos entrem em contato com nossa comida, além de higienizar frutas, legumes e verduras, não devemos esquecer de lavar bem as nossas mãos antes de manipular qualquer tipo de alimento.
  • A higienização deve passar pela limpeza das bancadas e utensílios que usaremos, tudo deve estar bem limpo.
  • Para frutas, legumes e verduras uma boa solução é lavar estes alimentos primeiro em água corrente e depois mergulhá-los em água com algum produto sanitizante que eliminará microrganismos, deixando por 20 minutos (Bernardes et ALL, 2018) e depois deste tempo tirar os vegetais deste molho e enxaguar para retirar o produto.
  • Carnes, frango, peixes e queijos não devem ser lavados, pois a quantidade de água de um alimento favorece a proliferação de microrganismos, por isso é um erro lavar estes alimentos perecíveis (ANVISA, 2005). No caso do queijo branco, jogue fora aquela água que forma dentro da embalagem.
  • Alimentos crus que foram descongelados, não podem voltar para o freezer a menos que passem pelo cozimento.
  • Não utilize a mesma tábua de corte para preparar carnes e vegetais, pois há o risco de contaminação cruzada. Tenha uma tábua para cortar carne, frango ou peixe e uma só para vegetais, e isso vale para as facas e outros utensílios utilizados no preparo destes alimentos.
  • Lave muito bem os utensílios, como as tábuas de corte de carnes, sempre antes de utilizar e depois, de preferência use água quente e uma esponja diferente da que usa para lavar as louças.
  • Cozinhe muito bem carnes, frango, peixes e ovos.
  • Na geladeira guarde os alimentos cozidos ou crus sempre tampados.
  • Para organizar a geladeira, use a parte superior para laticínios e frios. Na primeira prateleira devem ficar vasilhas com os restos de comida, ovos e manteiga. Os doces podem ficar na segunda prateleira. Deixe os refrigerantes e molhos na porta, e nas gavetas inferiores, as frutas, legumes e verduras.
  • Em restaurantes por quilo, observe a temperatura dos alimentos quentes, pois o calor inativa os microorganismos. Cuidado com o tempo que estes alimentos estão ali expostos, preste atenção se há reposição constante.
  • No supermercado, não compre alimentos que a embalagem apareça amassada, sempre verifique a data de validade e para alimentos que ficam no freezer ou na geladeira, observe se as embalagens estão com água pingando por baixo, pois este é um indício de que existe algum defeito e a temperatura pode não estar ideal para o armazenamento.

Cuidados gerais

Como diziam os mais antigos, cautela e caldo de galinha não fazem mal a ninguém, e isso vale para evitar ficar doente por uma intoxicação alimentar.

Partindo deste pensamento muito sábio, fora de casa, evite comer comida de rua, pois não sabemos como foram as condições de seu preparo e mesmo nos restaurantes, perceba o odor da comida, a consistência, e se algo parecer duvidoso, não coma.

Todos os estabelecimentos que vendem, preparam e servem alimentos precisam seguir a regulamentação da ANVISA (Ministério da Saúde, 2002).

Quando alguém é acometido por uma intoxicação alimentar devido ao consumo de alimentos impróprios servidos ou comprados em um determinado estabelecimento, é preciso denunciar para que sejam tomadas as devidas providências (ANVISA, 2005). 

Fontes e referências adicionais

Você já acabou tendo uma intoxicação alimentar por comer comida estragada? Quais sintomas apresentou? Comente abaixo!

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