Quando Emma France, de 45 anos de idade, marcou sua cirurgia para redução do estômago após anos lutando contra a balança, ela sabia que seria uma decisão drástica. Porém, ela acabou salvando a sua vida, ao descobrir um câncer de ovário devido à cirurgia.
“Eu sempre fui uma menina grande”, admite ela. “Eu comia batatas fritas, chocolate e bolos. Iria perder peso apenas para ganhar tudo outra vez. Eu estava presa em um ciclo vicioso e simplesmente não conseguia quebrá-lo.”
Mas, como Emma era uma nadadora de águas abertas, ela pensava que era saudável. Foi ao tirarem uma foto dela em um dia com a família que ficou chocada com o seu tamanho e decidiu fazer algo para mudar.
“A câmera me pegou sentada na praia tomando um sorvete”, conta. “Foi quando a terrível verdade veio a tona. Eu estava enorme!”
Foto que chocou Emma
Foi então que Emma chegou à conclusão que a melhor opção, que realmente a daria uma chance para emagrecer, seria fazer a cirurgia bariátrica.
Mas ela sabia que não seria aceita para fazer a cirurgia pelo sistema de saúde do Reino Unido, e não podia se dar ao luxo de gastar dezenas de milhares de libras para fazer em um hospital particular.
Então, pesando mais de 140 quilos, ela optou por ir para o exterior, exatamente para a República Tcheca, e fazer a cirurgia conhecida como banda gástrica por lá.
Sob anestesia geral, um médico cirurgião iria reduzir o estômago de Emma emaum tubo estreito, o que limitaria a quantidade de comida que ela conseguiria comer.
Em novembro de 2011, Emma passou todas as suas 5.500 £ (libras) da poupança para a operação, e pegou um voo para a República Tcheca.
“Eu sentia uma mistura de emoções”, lembra ela. “Por um lado eu estava nervosa, mas também animada para começar o meu futuro mais magra.”
Mas havia um problema. Antes de ver o médico para fazer a cirurgia, Emma fez uma série de exames pré-operação, incluindo um ultrassom de rotina. “O médico me disse que tinha descoberto uma massa perto dos meus ovários, e eu tive que voltar para o Reino Unido e ver o meu médico imediatamente”, conta.
“Eu estava em um estado de confusão. Eu estava sonolenta por causa da anestesia e era difícil entender exatamente o que o médico cirurgião estava falando devido à barreira do idioma.”
Assim que chegou de volta à Inglaterra, Emma foi encaminhada para um especialista em câncer ginecológico e foi submetida a uma ultrassonografia, ressonância magnética e tomografia computadorizada. Emma lembra do oncologista dizendo que ela tinha um tumor em seu ovário esquerdo. “Eu estava em choque, mas tentei não temer o pior. Eu só não entendia como podia ter câncer quando não sentia nenhum sintoma”, diz ela. “Eu não me sentia doente.”
O tumor de 17cms era do tamanho de um telefone celular. No dia 15 de dezembro de 2011, Emma, que tem três filhos com idades de 21, 20 e 14 anos, passou por uma operação de duas horas, na qual o nódulo foi removido, e ela também fez uma histerectomia completa. Quando ela voltou, os médicos explicaram que aquela massa enorme era cancerígena.
Foi somente graças ao emagrecimento que Emma planejou, que o tumor foi encontrado em seu estágio inicial. Ela nem sequer precisou de quimioterapia. “Fiquei chocada”, lembra ela. “Agradeci à minha estrela da sorte que o câncer havia sido descoberto cedo.”
“Eu disse para os meus amigos que a minha barriga gorda tinha salvado minha vida. Depois disso, eu percebi que a minha saúde era muito mais preciosa do que nunca.” Emma ainda estava determinada a fazer a cirurgia de perda de peso.
Em abril de 2012, apenas cinco meses após a primeira operação, Emma voou de volta para a República Tcheca. A cirurgia foi um sucesso, mas agora Emma teve que mudar seus hábitos alimentares. Durante os primeiros 15 dias, ela teve que consumir apenas líquidos, para depois passar a comer pequenas porções de alimentos triturados e em forma de purê.
Então ela teve que desistir das pizzas, hambúrgueres e outras comidas consideradas “junk foods” e substituí-las por três pequenas refeições diárias. Emma perdeu cerca de 45 quilos, e está comprando roupas mais claras, mais adequadas e está orgulhosa do seu novo visual. “Eu peso cerca de 95 quilos e amo o novo tamanho das minhas roupas”, diz ela.
“Eu ainda estou perdendo peso e me sinto ótima. Todo dia eu sou grata por ainda estar por perto para poder aproveitar a vida. Eu me sinto muito melhor do que há anos . Eu tenho mais energia e sou capaz de usar o tipo de roupa que eu sempre sonhei. Eu me sinto uma pessoa diferente. Sou muito grata por meu câncer ter sido descoberto cedo”, diz ela.
“Se não fosse por essa fotografia da gordura, o resultado poderia ter sido muito diferente. Eu pretendo viver a vida ao máximo.”