Trazodona: para que serve, como tomar e efeitos colaterais

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A trazodona ou cloridrato de trazodona é um medicamento usado predominantemente para o tratamento da depressão, incluindo depressão maior e depressão com episódios de ansiedade. De uso oral e adulto, ele pode ser encontrado à venda em comprimidos de 50 mg, 100 mg, 150 mg e 300 mg.

Além do uso para a depressão, ele tem indicação para o tratamento da dor associada à neuropatia diabética e outras dores crônicas. E também, utiliza-se a trazodona, em doses menores, para o tratamento da insônia.

Entretanto, a sua comercialização só é permitida mediante a apresentação da receita médica em duas vias. Portanto, isso significa que ele não pode ser usado sem a orientação de um profissional de saúde qualificado.

Veja a seguir para que serve trazodona, quais podem ser os seus efeitos colaterais, como tomar o remédio e outras informações importantes sobre ele.

Trazodona: para que serve?

Depressão
A trazodona é indicada no tratamento da depressão ou ansiedade

A trazodona é indicada no tratamento da depressão com ou sem episódios de ansiedade e no tratamento da depressão maior. 

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Além disso, o medicamento também pode ser prescrito no tratamento da dor associada à neuropatia diabética e de outros tipos de dores crônicas.

O remédio é apresentado como um antidepressivo, que modifica as concentrações de duas substâncias naturais existentes no cérebro, a serotonina e a noradrenalina, promovendo a melhora dos sintomas associados à depressão.

A serotonina e a noradrenalina são substâncias químicas produzidas pelo organismo, que entre outras funções, atuam na regulação do humor. Elas são consideradas os principais neurotransmissores envolvidos na depressão.

Segundo a bula de trazodona, o alívio dos sintomas pode ser observado durante a primeira semana, com efeitos antidepressivos efetivos em geral evidentes dentro de duas semanas ou até quatro semanas.

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Uso “off label” para a insônia

Embora a trazodona seja primariamente um antidepressivo, ela também é frequentemente utilizada de maneira “off label” para tratar a insônia. Este uso não está formalmente aprovado nas bulas do medicamento, mas é uma prática comum devido ao perfil de efeitos colaterais da trazodona, que inclui a sedação.

Muitos médicos prescrevem trazodona para insônia, especialmente em pacientes que também apresentam sintomas de depressão, pois pode ajudar a melhorar o sono sem os efeitos colaterais adversos associados a outros sedativos.

Como tomar a trazodona

Trazodona
Reprodução: via EMS

A trazodona deve ser tomada logo após uma refeição ou um pequeno lanche para evitar a irritação estomacal. As doses, horários e duração do tratamento devem ser determinadas pelo médico responsável após a avaliação do caso de cada paciente.

Para os adultos, a sugestão de dose inicial é de e 50 a 150 mg/dia, por via oral, dividida em duas vezes ao dia (de 12 em 12 horas) ou uma única dose tomada antes de dormir. Se necessário e se o paciente tolerar, o médico pode aumentar a dose.

A bula do remédio alerta que a dose máxima para pacientes ambulatoriais normalmente não excede 400 mg/dia em doses divididas. 

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Para pacientes hospitalizados (isto é, pacientes mais gravemente deprimidos) pode-se administrar até 600 mg/dia em doses divididas. Já doses maiores do que 800 mg só devem ser usadas em casos muito graves, sempre sob acompanhamento médico.

Para os idosos, a recomendação da bula é iniciar com 75 mg/dia, via oral, em doses divididas, aumentando-se gradativamente em intervalos de três ou quatro dias.

Quando for obtida a resposta adequada ao tratamento, deve-se reduzir gradualmente a dose, com um ajuste que depende da resposta terapêutica. A dose durante a terapia de manutenção prolongada deve ser a menor dose efetiva.

Para a insônia, a trazodona é frequentemente escolhida devido ao seu perfil de efeitos colaterais, que inclui sedação, tornando-a útil para pacientes que têm dificuldade para dormir, especialmente se também apresentam sintomas de depressão.

Para o tratamento da insônia, a dose inicial comum costuma variar de 25 a 50 mg, tomada antes de dormir. Porém as recomendações de uso da trazodona para insônia, incluindo a dosagem, podem variar dependendo de fatores individuais como a severidade dos sintomas de insônia, a presença de outras condições médicas, a resposta do paciente ao medicamento e a tolerância a possíveis efeitos colaterais.

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Para conferir a lista completa de efeitos colaterais, contraindicações e demais cuidados que o medicamento exige, leia a bula de trazodona na íntegra. Em caso de dúvidas, não deixe de consultar o médico responsável pelo seu tratamento.

Efeitos colaterais

A lista de efeitos colaterais da trazodona inclui:

Reações muito comuns (ocorrem em mais de 10% dos pacientes):

  • Sedação
  • Dor de cabeça
  • Tontura
  • Fadiga
  • Boca seca
  • Náusea

Reações comuns (ocorrem entre 1% e 10% dos pacientes):

  • Inchaço
  • Agitação
  • Alteração da marcha
  • Confusão
  • Desorientação
  • Diminuição de memória
  • Enxaqueca
  • Sudorese noturna
  • Diminuição da libido
  • Obstipação intestinal (prisão de ventre)
  • Dor abdominal
  • Alterações do paladar
  • Vômito
  • Distúrbios da ejaculação
  • Urgência para urinar
  • Dor nas costas
  • Dor muscular
  • Tremores
  • Embaçamento visual
  • Distúrbios visuais
  • Falta de ar

Existem uma série de reações incomuns, que ocorrem entre 0,1% e 1 % dos pacientes, e que podem ser pesquisadas diretamente na bula do produto.

A bula do remédio ainda informa que casos de comportamentos e pensamentos suicidas foram relatados durante o tratamento com trazodona ou logo após interrupção do tratamento. 

Para quem experimentar alguns desses ou outros efeitos colaterais indesejáveis com o uso do medicamento, a orientação é informar imediatamente ao médico sobre o problema para saber como proceder. O tratamento com trazodona não deve ser interrompido sem o conhecimento do médico.

Contraindicações e outros cuidados

O medicamento não pode ser utilizado por alguns grupos de pessoas. Os casos em que a trazodona é contraindicada inclui:

  • Alergia à trazodona ou a qualquer um dos componentes da fórmula do remédio
  • Uso simultâneo (ao mesmo tempo) ou dentro de 14 dias da interrupção do tratamento com medicamentos inibidores da enzima monoamino oxidase (MAO)
  • Pacientes que estão sendo tratados com o antibiótico linezolida
  • Pessoas em fase de recuperação de um infarto do miocárdio
  • Amamentação

Já para as gestantes, o alerta é que o medicamento não deve ser utilizado durante a gravidez sem orientação médica, sendo que os benefícios e riscos devem ser avaliados pelo médico. 

Além disso, antes de iniciar o tratamento, o paciente deve informar ao médico caso sofra de alcoolismo, qualquer problema cardíaco, renal ou no fígado. A trazodona deve ser usada com cautela em pacientes com insuficiência renal ou hepática.

Durante o tratamento, o paciente também vai precisar consultar-se regularmente com o seu médico e fazer os exames laboratoriais que o profissional de saúde solicitar.

A trazodona está associada à ereção peniana prolongada (priapismo). Segundo a bula, há relatos de que a intervenção cirúrgica foi necessária e, alguns desses casos, resultaram em danos permanentes da função erétil ou impotência.

Assim, os pacientes do sexo masculino com ereções prolongadas ou de duração inadequada devem suspender imediatamente o tratamento com o medicamento e consultar o médico.

É preciso ser cauteloso, pois os antidepressivos podem diminuir a capacidade mental e/ou física exigidas para o desempenho de tarefas potencialmente perigosas, como dirigir veículos ou operar máquinas.

Portanto, recomenda-se que o paciente tratado com trazodona evite atividades para as quais a falta de atenção aumenta o risco de acidentes.

Ao longo do tratamento com a trazodona, também é preciso evitar bebidas alcoólicas ou medicamentos que reduzam a atenção e provoquem sono (depressores do sistema nervoso central).

Fontes e referências adicionais

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Sobre Dra. Akemi Martins

Dra. Akemi Martins Higa é bióloga, formada pela Universidade Federal de São Carlos em 2011. Doutora na área de Medicina Tropical e Saúde Internacional, com ênfase em doenças neurodegenerativas, pela Universidade de São Paulo. Tem experiência na área de nanotecnologia e imunologia aplicada ao diagnóstico de neuromielite óptica e esclerose múltipla. Para mais informações, entre em contato.

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