12 Benefícios do Ômega 3 para Crianças

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As crianças são indivíduos em pleno desenvolvimento que precisam obter quantidades adequadas de vitaminas, minerais e outros nutrientes para que cresçam saudáveis.

Um desses nutrientes essenciais para o bom desenvolvimento das crianças é o ômega 3. Além de ser fundamental para a saúde do cérebro, o uso de ômega 3 para crianças parece ser importante para prevenir e tratar doenças como a asma, a artrite, problemas cardíacos e transtorno de déficit de atenção e hiperatividade.

Mas será que é possível obter as quantidades necessárias apenas através da dieta ou é indicado dar suplementos de ômega 3 para as crianças? Vamos conhecer quais são os reais benefícios do ômega 3 para crianças e entender se há mesmo a necessidade de suplementação.

Ômega 3

O ômega 3 é um tipo de ácido graxo poli-insaturado considerado essencial, o que significa que ele não pode ser produzido pelo nosso organismo e que precisa ser ingerido por meio da dieta, seja pelo consumo de alimentos ou de suplementos dietéticos.

Os 3 tipos mais importantes e comumente encontrados de ácidos graxos do tipo ômega 3 são o ácido alfa-linolênico (ALA), o ácido eicosapentaenoico (EPA) e o ácido docosaexaenoico (DHA). O DHA e o EPA são facilmente encontrados em peixes e frutos do mar, enquanto que o ALA é encontrado principalmente em alimentos vegetais como a soja, as nozes, as sementes, a couve, o óleo de canola e o espinafre, por exemplo.

O ômega 3 nada mais é do que um tipo de gordura essencial para as estruturas que formam as membranas celulares. Lá ele desempenha um papel muito importante na comunicação entre neurotransmissores celulares além de evitar a ocorrência de processos inflamatórios.

Ômega 3 para crianças

Devido aos riscos de alergias e de contaminação por mercúrio, muitos pais têm medo de dar peixes e frutos do mar para seus filhos – principalmente nos primeiros anos de vida – e preferem optar pelo suplemento de ômega 3 para garantir que a criança receba quantidades suficientes desse ácido graxo essencial.

No entanto, apesar de haver alguns estudos sobre os benefícios do uso de suplementos de ômega 3 infantil, ainda não existem estudos contundentes que demonstrem que eles realmente são eficazes.

Além disso, não são todos os profissionais da saúde que concordam que dar suplementos dietéticos para crianças é uma boa opção. O que os profissionais mais pregam hoje em dia é que toda criança deve obter seus nutrientes através de uma dieta saudável e equilibrada e que sejam evitados ao máximo o açúcar e os produtos industrializados.

Independentemente de a fonte de ácidos graxos essenciais ser um suplemento ou um alimento, o mais importante é que as crianças recebam esses nutrientes para que se desenvolvam de forma saudável. A seguir, mostramos alguns dos principais benefícios do ômega 3 para crianças.

Benefícios do Ômega 3 para crianças

1. Crescimento do cérebro

Apesar de o desenvolvimento do cérebro acontecer durante toda a infância e a adolescência, a maior parte do seu crescimento ocorre entre o nascimento e os 2 anos de idade da criança.

Mais de 60% da composição cerebral é formada por gordura, sendo que cerca de 10 a 15% dessa gordura é de ácido graxo do tipo ômega 3, especificamente o DHA. Esse ácido graxo é indispensável para o desenvolvimento dos sistemas neurais perceptivo, sensorial, motor e cognitivo durante o crescimento da criança.

Estudos indicam que as partes do cérebro abundantes em DHA são aquelas responsáveis por atividades cognitivas importantes como o planejamento, a atenção, a concentração e a solução de problemas.

2. Suporte à função cerebral

Como já mencionado, o DHA é um ácido graxo essencial para o bom funcionamento do cérebro. Graças a ele, os impulsos nervosos são transmitidos de maneira eficaz através do organismo.

Já foi observado em animais que níveis baixos de DHA têm relação com mudanças comportamentais e com problemas de aprendizado e de memória. Em seres humanos, as pesquisas sugerem que o DHA é importante para preservar a memória e estimular a aprendizagem.

Segundo estudo de revisão de 2013 publicado no periódico Nutrients, a suplementação com DHA foi capaz de melhorar o desempenho escolar das crianças participantes incluindo melhorias na leitura, na ortografia e na aprendizagem em geral.

3. Sono de qualidade

Uma pesquisa publicada no Jounal of Sleep Research em 2014 analisou a relação do ômega 3 com o sono.

Os resultados obtidos sugerem que a falta de sono tem a ver com níveis sanguíneos baixos de DHA e que o uso de suplementos resultou em uma diminuição no número de distúrbios do sono além de aumentar quase em 1 hora (em média) a quantidade total de sono por noite.

4. Desenvolvimento cognitivo e habilidades de leitura e de matemática

De acordo com estudo publicado no periódico científico PLoS One em 2012, pode ser útil o consumo de ômega 3 para crianças que não conseguem ler satisfatoriamente. O estudo foi feito administrando 600 miligramas de ômega 3 por dia para as crianças durante um período de 4 meses.

Um outro estudo também indicou que estudantes que ingeriam ômega 3 diariamente melhoraram suas habilidades na escrita, na leitura e também na matemática.

5. Tratamento de transtorno do déficit de atenção e hiperatividade

Uma série de estudos preliminares indicam que o consumo de ômega 3 pode ser benéfico para crianças com transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH).

Essa é uma ótima notícia já que o tratamento para o TDAH com o uso de medicamentos costuma causar intolerância e alguns efeitos colaterais indesejados. No entanto, mais estudos ainda precisam ser conduzidos para atestar a eficácia do ômega 3 para essas crianças.

6. Redução da incidência de alergias na infância

Ingerir peixes gordurosos ou usar suplementos de óleo de peixe durante a gravidez pode ser uma boa estratégia para evitar que o bebê desenvolva alergias. É o que diz uma pesquisa publicada em 2017 no periódico Nutrients.

Um outro estudo publicado em 2012 no periódico Clinical and Experimental Allergy feito com bebês de 6 meses de idade mostrou que o ômega 3 pode modificar alguns marcadores relacionados à imunidade, podendo protegê-las contra alergias.

Outro estudo importante indexado no periódico científico The New England Journal of Medicine indica que crianças na faixa etária entre 3 e 5 anos cujas mães consumiram óleo de peixe durante a gestação apresentaram menor incidência de alergias persistentes como a asma, por exemplo.

Todos esses estudos sugerem que o consumo adequado de ômega 3 tanto pelas grávidas como pelas crianças pode ajudar a reduzir a ocorrência de alergias.

7. Alívio de sintomas depressivos

Diversos estudos vêm mostrando que o ômega 3 ajuda no tratamento da depressão em adultos e isso também parece auxiliar as crianças que sofrem de distúrbios depressivos.

Um estudo publicado em 2006 no American Journal of Psychiatry analisou um grupo de crianças entre 6 e 12 anos diagnosticadas com depressão que usavam um suplemento de ômega 3. Os resultados da pesquisa mostraram que a maioria das crianças apresentou uma redução de até 50% dos sintomas e outras não apresentavam mais nenhum sintoma depressivo ao fim do estudo.

A justificativa para essa melhora é que os especialistas acreditam que pessoas com depressão sofrem uma redução no fluxo sanguíneo para o cérebro e o uso de ômega 3 faria com que esse fluxo fosse restabelecido.

8. Melhoria do aprendizado e do comportamento em crianças com transtorno de coordenação do desenvolvimento

Um estudo publicado em 2005 na revista científica Pediatrics avaliou os efeitos do uso de suplementos de ômega 3 para crianças que sofriam de transtorno de coordenação do desenvolvimento. Conforme os resultados divulgados na publicação, ocorreu uma melhora significativa na ortografia, na leitura e no comportamento daqueles que usaram o ômega 3.

9. Menor risco de doenças respiratórias e diarreias

Além de diminuir o risco de alergia, o consumo de ácidos graxos do tipo ômega 3 também pode ajudar a reduzir outras doenças infantis comuns como as doenças respiratórias e a diarreia.

Segundo uma pesquisa de 2014 publicada no periódico BMC Pediatrics, episódios de diarreia e de doenças respiratórias como a tosse e a bronquite no primeiro ano de vida de bebês alimentados com fórmula enriquecida com ômega 3 foram reduzidos de forma significativa quando comparado com aqueles que não consumiam nenhuma fonte de DHA.

10. Redução da resistência à insulina em crianças obesas

Em 2013, uma pesquisa publicada na revista científica Pediatrics Diabetes com crianças e adolescentes obesos mostrou que a administração de suplementos de ômega 3 reduziu as concentrações de glicose e insulina no sangue, além de diminuir também a quantidade de triglicérides.

Isso mostra que o ômega 3 pode ser incluído no tratamento de crianças e adolescentes que apresentam resistência à insulina.

11. Controle do colesterol

Como mostrado anteriormente, o ômega 3 parece reduzir os níveis de triglicérides, o que diminui o acúmulo de gordura no organismo. Além disso, estudos indicam que esse ácido graxo é capaz de aumentar os níveis de colesterol do tipo HDL (colesterol considerado) bom, auxiliando na regulação do colesterol.

12. Saúde ocular

O ômega 3 pode ser importante para a saúde dos olhos. Os estudos sugerem que o nutriente pode ser útil para prevenir doenças oculares como a degeneração macular, condição que pode prejudicar a retina e comprometer a visão.

Onde obter ômega 3 através da dieta?

Algumas fontes de alimentos ricos em ômega 3 incluem:

  • Peixes gordurosos como o salmão, a sardinha, o arenque e a truta arco-íris;
  • Peixes como o atum, o linguado, o pollock, o vieiras, o peixe-gato, o amêijoas e o camarão;
  • Óleo de fígado de bacalhau;
  • Sementes de linhaça;
  • Tofu;
  • Sementes de chia;
  • Nozes;
  • Canola;
  • Soja;
  • Algas.

De acordo com a American Heart Association, o ideal é que todos os adultos comam peixes ricos em ômega 3 ao menos 2 vezes por semana e inclua outros alimentos como sementes e nozes no dia a dia. Pessoas que sofrem de doença cardíaca coronária, por exemplo, devem ingerir ao menos 1.000 miligramas de ômega 3 todos os dias.

Segundo dados de 2019 da Academy of Nutrition and Dietetics, a ingestão recomendada de ômega 3 para crianças e adolescentes de várias faixas etárias é a seguinte:

  • 0 a 1 ano: 0,5 gramas por dia;
  • 1 a 3 anos: 0,7 gramas por dia;
  • 4 a 8 anos: 0,9 gramas por dia;
  • 9 a 13 anos: 1,2 gramas por dia para os meninos e 1,0 gramas por dia para as meninas;
  • 14 a 18 anos: 1,6 gramas por dia para os meninos e 1,1 gramas por dia para as meninas.

Assim, é importante incluir os alimentos mencionados acima na dieta das crianças para garantir que elas recebam bons nutrientes. Vale lembrar que, de uma maneira geral, é sempre uma melhor opção escolher alimentos nutritivos no lugar de suplementos sintéticos. O uso de suplementos dietéticos só deve ser adotado após orientação médica.

É importante evitar dar às crianças peixes que podem ter altos níveis de mercúrio como o peixe cerrado, o carapau e o espadarte, por exemplo. O mesmo cuidado é válido para mulheres grávidas ou amamentando. Peixes com menor risco de contaminação por mercúrio incluem o atum, o bagre, o salmão e o pollock e eles devem ser priorizados para esses grupos de pessoas.

Não há como negar que o ômega 3 é um nutriente essencial para o bom desenvolvimento cerebral das crianças. Além de todos os outros benefícios aqui mencionados, estudos escassos e limitados – mas ainda assim promissores – indicam que ele pode ser um bom aliado no tratamento de distúrbios psicológicos e de comportamento.

Dessa forma, garantir que sua criança obtenha quantidades adequadas de ômega 3, seja pela dieta ou com o auxílio de suplementos dietéticos, permitirá que ela se desenvolva com uma saúde de ferro.

Vídeo: Benefícios do ômega 3

Nos vídeos a seguir, as nossas nutricionistas falam sobre os benefícios do ômega 3 e sobre os alimentos que possuem o nutriente. Não deixe de conferir!

Vídeo: Alimentos ricos em ômega 3

Fontes e Referências Adicionais

Você já imaginava que existiam tantos benefícios do ômega 3 para crianças? Pretende incluir no dia a dia da sua família? Comente abaixo!

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Sobre Felipe Santos e Dra. Patrícia Leite

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